Klabin aumentará a capacidade de produção da fábrica de Betim

Criada há 123 anos, a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, vem, nos últimos anos, transformando o seu posicionamento de mercado, apostando em inovação, proximidade com novos setores, cocriação com os clientes, tendo como linha mestra a sustentabilidade.
Nesse esforço, a unidade Klabin de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – especializada na produção de papelão ondulado, ganha uma nova linha de produção que deve entrar em funcionamento ainda neste ano. A instalação de uma impressora, equipamento importado e pioneiro no Brasil, com capacidade de impressão em alta definição, deve gerar entre 40 e 50 empregos diretos. O investimento atende às necessidades específicas de setores que vêm crescendo, como frutas, cosméticos, e-commerce, bebidas, alimentos, que exigem impressão de alta qualidade. Fundada em 1987, atualmente a unidade de Betim produz aproximadamente 84 mil toneladas/ano de embalagens de papel ondulado.
O aumento da capacidade de produção da planta de Betim faz parte de um projeto maior, no qual a Klabin vem se voltando para a diversificação de clientes e personalização de produtos. O investimento de R$ 342 milhões, anunciado em 2021, em 23 projetos especiais e de expansão da capacidade das fábricas, destinou R$ 251 milhões para iniciativas para a ampliação da capacidade de conversão de papéis em embalagens, incluindo o avanço do uso de tecnologia de ponta para a impressão de altíssima qualidade ao mercado.
O centro de tecnologia, instalado junto à unidade de Jundiaí, em São Paulo, recebe clientes do Brasil e exterior para a cocriação de projetos que podem ser plotados no mesmo dia, a depender da complexidade da solução.
E assim, se aproximando de diferentes clientes, a Klabin deixa de ser uma empresa dedicada às embalagens de transporte para embalagens primárias – aquelas que estão em contato direto com o produto e que costuma chegar às mãos do consumidor final –, desenvolvendo, inclusive, tecnologias capazes de oferecer segurança sanitária para alimentos que estão em contato direto com as caixas e outras que são capazes de transportar produtos químicos ou suportar pesos superiores a uma tonelada, por exemplo.
Uma das iniciativas da Klabin mais visíveis nesse sentido é a plataforma on-line Klabin ForYou. Dedicada ao público final – as pessoas físicas ou pequenos empreendedores na forma jurídica -, vende caixas, produtos de papel e até brinquedos que podem ser customizados com uma arte enviada pelo cliente ou feita através de uma ferramenta no próprio site.
“Acreditamos que 30% da nossa receita em três anos podem vir de coisas que não existem ainda. Isso vem pelo aumento da nossa base de clientes e também de produtos novos. E a inovação virá não só desses novos clientes, mas também daqueles com quem já temos um relacionamento muito bom”, explica o diretor do Negócio de Embalagens da Klabin, Douglas Dalmasi.
São 23 unidades no Brasil e mais uma na Argentina, além de escritórios comerciais nos Estados Unidos e Áustria, capazes de produzir 4,2 milhões de toneladas de celulose de mercado e papéis. São quatro verticais de negócios: florestal, celulose, papéis e embalagens. A empresa possui mais de 625 mil hectares de área florestal, sendo 42% de matas nativas conservadas, localizadas nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná.
Faz parte das diretrizes da companhia trabalhar com uma visão integrada das suas verticais de negócios – da floresta ao escoamento da produção – , zelando pela eficiência operacional, pessoas, inovação e sustentabilidade. Dentro disso, ela se tornou a maior recicladora de papéis do Brasil, com mais de 400 mil toneladas/ano, o que significa cerca de 11% do mercado de reciclagem do País.
“Somos uma empresa integrada – da floresta à embalagem –, então, à medida que a gente coloca capacidade em floresta ou em celulose e papéis, somamos um percentual em embalagens, tanto em caixas quanto em sacos. Isso traz pra gente estabilidade de resultados, perenidade e crescimento. Temos um grande cliente interno de papel que é a nossa produção de embalagens. Isso faz com que possamos equilibrar as demandas, se um mercado consome menos papel por qualquer motivo, nós produzimos mais caixas e continuamos equilibrados”, destaca Dalmasi.
Inova Klabin
A visão de inovação e futuro da Klabin, assim como novas verticais de negócios, foram apresentadas ao público em São Paulo, durante a quinta edição do Inova Klabin. Realizado no Parque Ibirapuera, no dia 21, a imersão de nove horas reuniu lideranças, colaboradores, clientes e convidados da companhia, para uma série de atividades que conectam inovação à sustentabilidade. No ambiente, móveis como mesas e cadeiras, totens, tapadeiras e itens de decoração tiveram como matéria-prima o papelão ondulado, mostrando a versatilidade do material.
A plenária foi aberta pelo escritor John Elkington, autor do emblemático “Canibais com garfo e faca”, o best seller que cunhou o conceito da Triple bottom line: profit, planet, people (Tripé da sustentabilidade: lucro, planeta e pessoas, em português), publicado há 12 anos.
Considerado o “pai da sustentabilidade”, ele propôs a revisão do conceito criado por ele mesmo, hoje, na sua própria avaliação, bastante utilizado apenas como “balizador de relatórios” por muitas empresas. O pensamento atual tem por base a “economia regenerativa”.
“A agenda está mais complexa e é preciso encontrar uma nova maneira de fazer negócios em que a restauração e a renovação do meio ambiente estejam no centro da decisão”, pontuou Elkington, que acredita que essa nova mentalidade só possa render frutos se a democracia continuar sendo o regime predominante no Ocidente.
Foram experiências que trataram desde a gastronomia que revaloriza ingredientes locais das matas preservadas pela companhia em São Paulo e na região Sul do Brasil, comandada pela chef Bel Coelho, até a transformação do que antes era resíduo da produção de celulose em matérias-primas para a própria empresa ou comercializáveis pela Klabin para outras indústrias. Esses compostos também geram novas soluções para setores diversos como a terebentina para as indústrias de cosméticos e produtos de limpeza ou os derivados do Crude Tall Oil (CTO) – óleo vegetal cru -, entre outros usos, são capazes de otimizar a extração de recursos naturais e aumentar a vida útil de reservas minerais. Eles conferem ao processo de beneficiamento dos minerais, propriedades para o ganho de rendimento e purificação dos minérios e seus concentrados. Esses processos demandam uso considerável de água, daí a importância de produtos sustentáveis, menos agressivos e amigáveis ao meio ambiente, entre outros exemplos.
“Esse evento nos permite compartilhar experiências com diversos públicos, estimulando discussões e um olhar integrado e cada vez mais atento à sustentabilidade”, afirmou o diretor de Tecnologia Industrial, Inovação, Sustentabilidade e Projetos da Klabin, Francisco Razzolini.
No Museu das Árvores o público foi convidado a se confrontar com a finitude do mundo como conhecemos hoje, em um futuro hipotético em 2050. Sob fina chuva, já à noite, árvores emblemáticas como Pau Brasil e o Cedro, entre outras, foram apresentadas como as últimas remanescentes de espécies que já foram símbolo e garantiram a pujança econômica de vastas regiões do Brasil em um passado não tão distante.
No espaço Mudanças Climáticas, conduzido pelo artista plástico Edson Pavoni, os visitantes, ao longo do dia, foram convidados a construir em conjunto uma obra de arte que representava a Floresta Amazônica e que seria movimentada pelos ventos que sopravam na Região Amazônica no fim do Inova Klabin.










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