Negócios

Lab-to-lab é aposta do Grupo Fleury para 2025

Segmento detém 45% do volume de exames processados e 20% do faturamento
Lab-to-lab é aposta do Grupo Fleury para 2025
De janeiro a setembro de 2024, foram realizados pelo Grupo Fleury 141,2 milhões de exames, crescimento de 79,9% na mesma base de comparação Foto: Divulgação Grupo Fleury

Passado um ano e meio desde a fusão entre as redes Fleury e o Hermes Pardini, o grupo acaba de concluir os processos de integração de operações, sistemas e processos, permitindo que algumas áreas de negócios ganhem novo ritmo a partir de 2025. Este é o caso do lab-to-lab, já responsável por 45% do volume de exames processados e 20% do faturamento da Medicina Diagnóstica B2B do laboratório.

Para se ter uma ideia, ao longo de nove meses de 2024 (janeiro a setembro), a receita bruta do negócio B2B do Grupo Fleury foi de R$ 1,492 milhão, 61,7% maior do que o apurado no mesmo período de 2023. Em volume, ao todo foram 141,2 milhões de exames realizados, crescimento de 79,9% na mesma base de comparação.

De acordo com o diretor da Unidade de Negócios Lab-to-Lab do Grupo Fleury, Fernando Ramos, a empresa já se posiciona como um dos maiores players do segmento no Brasil em termos de faturamento. E, uma vez concluída a integração entre as redes e o período de testes na praça do Rio de Janeiro, os esforços agora se voltarão para uma aceleração ainda maior no braço de terceirização de exames País afora, considerando a capilaridade que cada uma das empresas já tinha antes da fusão.

“Nossas expectativas são grandes. Os esforços em 2025 estarão certamente ligados à expansão do lab-to-lab, já que agora é possível interligar nossas operações. Não podemos fazer projeção, mas podemos usar um case de comparação: um laboratório que compramos em Santa Catarina em 2019 fazia 200 mil amostras-mês há cinco anos. Hoje, já com a integração, ele fez 1,2 milhão faz outubro. Ou seja, em cinco anos multiplicamos por seis. Ou seja, um crescimento de cerca de 45% ao ano”, diz.

Ramos ressalta que entre os benefícios da terceirização de exames, está a entrega mais rápida de laudos para os laboratórios, para os pacientes e para os médicos, além da expansão do portfólio de exames, principalmente exames de baixa, média e alta complexidade.

“A combinação entre Fleury e Pardini resultou em expansão geográfica, complementariedade de negócios e fortalecimento do posicionamento como referência em Medicina Diagnóstica. Em 2024, já foi possível colher benefícios da parceria, como ampliar portfólio, aumentar a capilaridade e otimizar processos. Agora, terminada a integração, os ganhos serão ainda maiores em termos de otimização e alcance, nos permitindo aumentar ainda mais os resultados”, afirma.

Integração entre Pardini e Fleury permitirá consolidação do lab-to-lab

Ao todo, hoje já são mais de 8 mil clientes nesta modalidade, distribuídos por 2,2 mil cidades de Norte a Sul do Brasil. E tudo isso só é possível graças ao Enterprise, um modelo integrado de inteligência em medicina diagnóstica, criado pelo Grupo Pardini, em 2010, instalado no Núcleo Técnico Operacional (NTO), em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Próximo ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte – BH Airport -, a ele estão conectados mais seis núcleos avançados, em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Itajaí (SC) e na própria capital mineira. Juntos, eles têm capacidade de realizar até 160 milhões de testes, por ano, com monitoramento, em tempo real, por uma sala de comando.

De maneira integrada, a plataforma, ao mesmo tempo, organiza e dinamiza toda a operação, por meio de centenas dos mais modernos equipamentos de diagnóstico no mundo. Montados e operados de maneira exclusiva e pioneira, esses equipamentos, associados à experiência e capacidade técnica da equipe, garantem maior eficiência a todo o processo produtivo.

“Para se ter uma ideia da evolução, lançamos o Enterprise, em 2010, processando 2 milhões de amostras por mês e capacidade para saltar para 4 milhões. E, em outubro passado, processamos 10 milhões. Hoje, podemos chegar facilmente a mais de 14 milhões de exames por mês. Depois de 15 anos, é muita evolução tecnológica, equipamentos e metodologias que nos permitem chegar a esses números. E agora, após a fusão e terminado esse período de integração das plantas produtivas das duas redes, estamos abrindo a possibilidade de levar o lab-to-lab também para ter exames produtivos em áreas que vieram do Fleury”, explica o Diretor Técnico do Grupo, Guilherme Collares.

Isso significa que, na prática, as operações na unidade de negócio ficarão mais robustas em praças como Porto Alegre, São Paulo e no Nordeste, por exemplo, que assim como o Rio de Janeiro, que funcionou como piloto, passarão a receber as amostras mais comuns do core lab e de imuno-hormônios, como glicose, colesterol, ureia, creatina, TSH, T4 livre, testosterona e estradiol, por exemplo.

“Na verdade, muita coisa já vinha rodando nesse um ano e meio. O que teremos em 2025 será uma aceleração, já que estaremos na plenitude dessa integração, especialmente no que se refere ao lab-to-lab”, reitera Collares.

Fusões e aquisições

Diante disso, 2025 também promete ser movimentado para o grupo no que se refere a fusões e aquisições. É que, de acordo com Ramos, o ritmo acabou menor entre o último e este exercício – com uma aquisição em cada ano apenas -, devido aos esforços que estavam, justamente, voltados para “a organização da casa” após a junção das duas redes. Agora, terminada a etapa de integração, novos negócios poderão entrar no radar dos investidores.

“Essa etapa logo após a fusão exige muita dedicação e energia. Algumas iniciativas são imediatas, mas outras demoram tempo para acontecer. Tivemos algumas ações imediatas em relação a logística e a portfólio, por exemplo, mas no caso dos sistemas e das operações, precisamos fazer algo mais a médio prazo. Além disso, precisamos considerar a condição de mercado. Desde que anunciamos o negócio, houve uma mudança no cenário, nos juros e tudo isso interfere neste tipo de decisão, que é estratégica. Mas, a gente continua, sim, apostando em operações de M&A como uma via de crescimento para o grupo”, conclui.

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