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Lab-to-lab Pardini opera 1ª rota de transporte de material biológico por drone no Brasil

Empresa do Grupo Fleury realiza transportes na Bahia e pretende expandir operações em Minas Gerais para reduzir tempo de entrega e impacto ambiental na logística de exames
Lab-to-lab Pardini opera 1ª rota de transporte de material biológico por drone no Brasil
Foto: Árvore Filmes/Divulgação Lab to lab Pardini

O Lab-to-lab Pardini, do Grupo Fleury, em parceria com a produtora e operadora de drones Speedbird Aero, marca um importante avanço ao operar a primeira rota regular de transporte de material biológico como sangue, urina e cabelo, por drone no Brasil. A empresa mantém, atualmente, atividade de transporte fixa em Salvador, na Bahia, e pretende expandir para Minas Gerais.

Os diretores do grupo aguardam a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que o drone possa sobrevoar a Linha Verde (MG-10) e mais três pontes de baixo movimento, incluindo uma ponte exclusiva para pedestres, rumo ao Núcleo Técnico Operacional (NTO) do laboratório, localizado em Vespasiano.

Além de reduzir a emissão de CO₂, a utilização de drones também diminui o trânsito e a possibilidade de acidentes, de acordo com o diretor de negócios Lab-to-lab do Grupo Fleury, Fernando Ramos. “A medicina diagnóstica depende do transporte terrestre e aéreo, que possuem seus desafios particulares, como o alto custo e as interferências causadas por acidentes, congestionamentos e cancelamentos de voos comerciais. Acredito que os drones têm potencial para revolucionar a logística na saúde, trazendo mais eficiência em termos de custo e tempo de transporte, além de apresentar menor impacto ambiental”, destaca.

O CEO e cofundador da Speedbird Aero, Manoel Coelho, contou que a parceria com o Grupo Fleury começou há três anos e meio e proporcionou pioneirismo no Brasil ao colocar a aeronave DLV2 em operação comercial, por meio da certificação para transportar material biológico contaminante. “Temos operações em várias cidades brasileiras e também no exterior, e esperamos que novas certificações e parcerias com o Lab-to-Lab Pardini possibilitem entregar resultados de exames mais rapidamente”, afirma.

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Como funciona o transporte de material biológico

A entrega começa com o envio das amostras pelo hospital, que são então transportadas por drone até o laboratório ou, quando não é possível fazer a ligação direta entre eles, a pontos estratégicos mais próximos do destino final.

Benefícios do transporte por drones

  • Redução de prazo;
  • Redução de custos;
  • Impacto positivo ESG.

Pontos de atenção

  • A tecnologia ainda precisa evoluir em autonomia de voo, velocidade e capacidade de peso transportado;
  • A regulação precisa avançar para acompanhar o desenvolvimento tecnológico e garantir segurança.
Foto: Árvore Filmes/Divulgação Lab to lab Pardini

Rota piloto na RMBH

Durante três meses o Lab-to-Lab Pardini realizou uma rota piloto entre o Hospital Biocor, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e o Hospital Orizonti, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde possui o Núcleo Técnico Hospitalar (NTH).

Nesse período, foram transportadas amostras não contaminantes para análises clínicas, genética molecular, testes oncológicos de alta complexidade, medicina nuclear, medicina personalizada e patologia cirúrgica. Entre os materiais transportados estavam amostras para o teste do pezinho, exames toxicológicos de cabelo e coletas de raspados de unha e pele para análise celular.

Conforme o Grupo Fleury, a rota foi desenvolvida com o objetivo de acelerar o processamento de exames e a entrega de resultados, enfrentando a dificuldade de mobilidade em áreas com grande movimento de transporte terrestre. O teste demonstrou o impacto positivo dos drones na agilidade e segurança do transporte de amostras biológicas.

Resultados da rota piloto

  • Percurso ida e volta: Drone 4,6 km / Automóvel 13,2 km
  • Duração ida e volta: Drone 7 minutos / Automóvel 44 minutos
  • Emissão de CO₂ anual: Drone 0 kg / Automóvel 2,5 toneladas

Planos de expansão

Atualmente, a Speedbird Aero possui operações em várias cidades brasileiras, além de Argentina, Uruguai, Bahamas, Israel, Singapura, Reino Unido e outras. A empresa possui 25 aeronaves em operação (15 no Brasil e 10 no exterior) e mais 10 aeronaves em testes de certificação. Todas as aeronaves são equipadas com paraquedas de segurança.

“Demonstramos a confiabilidade das aeronaves com mais de 25 mil voos comerciais nos últimos três anos de aviação comercial no Brasil. Temos muitos projetos em Minas Gerais e esperamos voltar a operar no estado em breve”, destaca Manoel Coelho.

Para ele, o desafio agora é avançar junto às autoridades sanitárias para atualizar as regras e permitir o transporte de materiais biológicos infecciosos. Novas rotas estão sendo planejadas para iniciar os testes e demonstrar a segurança e eficiência do modal.

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