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Laboratório São Paulo é o mais antigo a fazer exames na Capital

Empresa surgiu em 1937, às vésperas da Segunda Guerra
Laboratório São Paulo é o mais antigo a fazer exames na Capital
Desisti do intercâmbio nos EUA e assumi os negócios da família, diz José Euclides Ribeiro | Crédito: Divulgação/Laboratório São Paulo

Criado em 1937, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o Laboratório São Paulo, com sede na Capital e 10 unidades espalhadas pela cidade e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), segue uma trajetória de resistência e independência apostando sempre na união de tecnologia de ponta e atenção máxima ao cliente que precisa de exames no Estado.

A rede, sediada na Região Hospitalar, no bairro Santa Efigênia (região Leste), é fruto do espírito organizado e empreendedor do médico José Ribeiro Filho. Incentivado por um professor da antiga Escola de Medicina, ele fundou o Laboratório São Paulo, um dos primeiros de uma Belo Horizonte ainda pequena e cada vez mais popular como um destino de tratamento da tuberculose, doença que trazia enorme sofrimento às pessoas e à economia do País.

Recém-formado em medicina em 1968, o terceiro de sete filhos, José Euclides Ribeiro, por um acontecimento familiar, desistiu do intercâmbio nos Estados Unidos e ficou para assumir os negócios da família, sempre contando com o apoio do pai.

Em um mercado cada vez mais concentrado, a rede resiste ao constante assédio para ser vendida ou passar a integrar grupos maiores, normalmente de fora de Minas Gerais. Assim, o Laboratório São Paulo entrou em uma nova era de desenvolvimento e hoje se prepara para completar nove décadas de serviços prestados à comunidade de Belo Horizonte fazendo parte da série Mineiridade.

“Belo Horizonte era um grande centro de tratamento de tuberculose e não existiam laboratórios suficientes para fazer os exames. O Laboratório São Paulo começou no centro da cidade em um prédio que abrigava muitos consultórios médicos. Passamos por outro endereço na mesma região até a sede vir, finalmente, para o Santa Efigênia, em 1976. Esse foi um tempo de grande avanço da medicina e nós seguimos juntos. As novidades começavam a chegar mais rápido no Brasil”, relembra o presidente José Euclides Ribeiro.

Foi nessa mesma época que os laboratórios começaram a se automatizar. As máquinas começaram a substituir o trabalho manual que manipulava microscópios e pipetas. O processo de importação, o alto custo e a falta de centros de manutenção no Brasil, porém, eram alguns dos entraves para que o avanço tecnológico fosse mais rápido.

Mas a criatividade dos cientistas de um lado e a vontade de atender bem os pacientes de outro lado, por parte dos médicos parceiros e do Laboratório, levavam a soluções que hoje parecem absurdas.

Atestar a gravidez de uma mulher, que hoje é um procedimento simples, feito em casa com um teste comprado em qualquer drogaria, era uma verdadeira aventura e demorava dias até o resultado. As mulheres grávidas produzem um hormônio chamado HCG. Os cientistas perceberam que esse hormônio reage com o organismo de outros animais e, assim, nos anos 1970, o teste consistia em pegar a urina da mulher e injetar em uma sapa ou rã. No caso de gravidez positiva, o animal reagia ao hormônio botando ovos.

“Esse teste era engenhoso, porém igualmente trabalhoso. Durante algum tempo eu tinha que trazer sapas de uma fazenda no interior e cuidar delas aqui. Mas logo as coisas evoluíram e surgiram os testes como conhecemos hoje e os bichinhos tiveram paz”, diverte-se o médico.

Tecnologia permite exames mais rápidos e seguros para laboratórios

O avanço tecnológico seguiu abrindo novas perspectivas de exames e tratamentos para os pacientes e negócios para o laboratório. Recentemente, o Laboratório São Paulo passou a ter em suas unidades a vacina da dengue e a nonavalente, indicada para evitar a doença HPV, herpes-zóster, P13 (Vacina Pneumocócica Conjugada 13 – Valente (VPC13), além de ampliar as opções de novos exames como os de biologia molecular, cariótipo, painel respiratório, microbiologia, genéticos, exame toxicológico, espermograma (metodologia de análise manual, indicada pelos médicos), exames ginecológicos, teste da dengue, entre tantos outros. Essa ampliação dos exames faz parte da modernização do Laboratório São Paulo, que consegue entregar aos seus clientes os resultados mais rápidos.

O Laboratório São Paulo também se tornou referência durante a pandemia na realização do teste PCR para a detecção do vírus da Covid-19, com o resultado mais rápido, logo no início em que o vírus começou a circular. O Laboratório São Paulo presta um serviço de confiabilidade e está capacitado para realizar todos os exames laboratoriais de análises clínicas, com o uso de tecnologias avançadas e profissionais qualificados, oferecemos também os serviços de vacinas e atendimento domiciliar.

O Laboratório São Paulo está capacitado para realizar todos os exames de análises clínicas, com o uso de tecnologias avançadas | Crédito: Divulgação/Laboratório São Paulo

“Hoje já não precisamos mais comprar as máquinas. Elas são cedidas em regime de comodato pelas multinacionais. A contrapartida é que elas são fechadas, ou seja, somos obrigados a consumir os kits de reagentes apenas daquele fornecedor. Não é a situação ideal, mas assim garantimos a continuidade dos atendimentos e a viabilidade econômica do negócio”, pontua.

Atualmente, a empresa conta com cerca de 150 colaboradores e parceria com mais de 45 convênios. O nível de satisfação dos pacientes (NPS) tem média de 85% nos últimos três anos. Para se manter competitiva, depois de abrir uma vertical para atender hospitais e passar a trabalhar 24 horas, a rede planeja a expansão em número de unidades, mas, mineiramente, os nomes das cidades prospectadas são mantidos em sigilo.

“Hoje temos um bom modelo de parceria com unidades públicas e privadas no interior. Esse é um caminho que devemos seguir. O nosso objetivo é continuarmos uma rede independente. Isso faz parte do nosso jeito mineiro de fazer as coisas. A partir da entrada do meu filho Daniel (atual CEO), em 2005, o Laboratório São Paulo tomou um novo impulso e reforçamos a nossa crença na qualidade dos exames e no jeito mineiro de atender. Na era da automação, o que vai fazer diferença é o atendimento, o acolhimento. Ninguém vem fazer um exame porque está tudo bem. Então é nesse diferencial que apostamos”, completa o presidente do Laboratório São Paulo.

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