Lançamentos da Trevo Lácteos fortalecem marca Erhmann no Brasil

Ainda que 2025 prometa grandes desafios como a alta dos juros – que podem, segundo analistas do mercado, chegar a 15% em abril – e uma inflação renitente, a Trevo Lácteos segue o seu plano de investimento e prevê crescer 20% em 2025 na comparação com o ano passado. A meta é alcançar faturamento de R$ 450 milhões.
De acordo com o CEO da Trevo Lácteos, Guilherme Gama, parte da estratégia está no lançamento de 14 produtos que levarão a marca Erhmann High Protein. A unidade fabril, instalada em Sete Lagoas (região Central), já está preparada. Desde 2023, a holding alemã Erhmann AG já investiu cerca de R$ 70 milhões na indústria mineira.
“2024 foi um ano de investimento na ampliação da produção. Vamos usufruir desse investimento em 2025. Serão 14 produtos entre iogurtes, grego, natural, petit suisse de alta proteína e sobremesas de alta proteína (pudins e mousses) com a marca global da companhia: Erhmann High Protein. Hoje os produtos altos em proteína estão caindo no gosto da população, mas pelo preço ainda atingem mais as classes A e B. Além de funcionais, serão produtos de indulgência, com baixa gordura, zero açúcar e alta proteína”, explica Gama.
O objetivo é que a marca Erhmann cresça ao longo do tempo até se tornar a principal do Grupo no Brasil. Mas isso não significa a diminuição dos investimentos na marca Trevo e as demais produzidas pela indústria: Trevo Kids, Apreciare e Pulsi, que oferecem ao mercado um mix de mais de 100 produtos derivados do leite: iogurtes, bebidas lácteas, leite fermentado, petit suisse e sobremesas.
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“Seguimos investindo nas nossas principais marcas. Em 2024, a Trevinho virou Trevo Kids e neste ano teremos lançamentos na linha Hello Kitty, que vem alcançando grandes resultados no Brasil. Devemos fazer também entre oito e dez lançamentos nas marcas Apreciare e Trevo. Com o tempo, a Erhmann será a mais valiosa do grupo, mas isso não vai implicar em um abandono das demais”, pontua.
Além da nova linha de produtos, a Trevo Lácteos também conta com um plano de ampliação nacional para fortalecer a presença em novos mercados. A estratégia visa aumentar a presença nas gôndolas de redes supermercadistas nas regiões de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e no Distrito Federal, além de Minas Gerais.
No último trimestre de 2024, o avanço sobre os mercados baiano e paulista foi freado diante das dificuldades macroeconômicas que levaram a um consumo menor do que o esperado e aumento dos custos de produção.
Principais gargalos enfrentados em 2024
“2024 foi um ano difícil, principalmente pelo preço do leite ter apresentado uma curva de alta muito atípica. A diferença foi mais de 50%, afetando os custos de produção. No mercado trabalha de lácteos refrigerados, são, basicamente, dois reajustes no ano. E, mesmo assim, eles, muitas vezes, não refletem o aumento real da matéria prima. Tentamos fazer o menor reajuste possível para diminuir o impacto sobre o consumidor. Com isso, a margem foi muito sacrificada. Um dos fatores que regulava o preço era o leite em pó importado da Argentina e Uruguai. A legislação foi modificada, tirando um benefício fiscal que temos de quem usa o leite em pó importado. Outro vilão foi a escassez da mão de obra. O absenteísmo, o turnorver foram muito altos. Enxurrada de atestados. Perda de produtividade de 7 a 8%”, relembra.
As dificuldades fizeram com que o crescimento de 2024 ficasse abaixo do projetado, com expansão de apenas 4% em relação a 2023, somando R$ 375 milhões. E do plano de R$ 100 milhões em investimentos feito no ano passado, R$ 40 milhões devem ser concretizados ao longo de 2025 e finalizado no ano que vem.

“Não será um ano fácil, e a metade crescimento está sob constante análise. A guerra tarifária promovida pelos EUA não deve impactar o preço da matéria prima – o leite é produzido no Brasil – e dos equipamentos que vêm da Europa e do Brasil. Mas o dólar pode afetar outros insumos como os plásticos das embalagens, papel e combustível, aumentando os custos. Mas ainda assim, acredito em um 2025 de crescimento forte para a Trevo Lácteos, diante dos investimentos que ainda temos a fazer e pela guinada do consumidor rumo a produtos saudáveis que ofereçam também sabor”, prevê o CEO da Trevo Lácteos.
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