Lei da SAF atrai ainda mais investidores

O “Fórum SAF 2023 – Virtudes e Controvérsias”, evento realizado por Satisfactio Câmara de Conciliação e Mediação, PR Lasmar Advocacia e ByDoor, reuniu ontem, em Belo Horizonte, os maiores especialistas no assunto em diversas áreas como direito, gestão e futebol. Durante todo o dia, 18 palestrantes, divididos em dez palestras e painéis, debateram os temas importantes relacionados à gestão do futebol brasileiro, como legislação, tipos de investimentos e de investidores e a responsabilização das SAFs pelo pagamento das dívidas dos clubes.
A abertura oficial do evento ficou a cargo de Paulo Lasmar, idealizador e coordenador do Fórum. Segundo ele, o objetivo proposto e pensado desde o início foi conquistado. “Alcançamos nosso objetivo. Reunimos hoje, no Ouro Minas, os principais atores – clubes, associações, SAFs, dirigentes, investidores, magistrados, advogados, legisladores – e imprensa para avaliar o que já se avançou, quais são os gargalos e como podemos solucionar os desafios do futebol brasileiro contemporâneo. Tivemos a participação dos dirigentes dos três maiores clubes mineiros, além de representantes do Botafogo e juristas”, afirmou Lasmar.
Logo em seguida, foi a vez do empresário Rubens Menin, investidor da futura SAF do Atlético Mineiro. Ele participou por meio de vídeo e iniciou o debate destacando que a transformação de vários clubes em sociedades anônimas vai fomentar o crescimento do futebol brasileiro nos próximos anos. “De 2023 a 2033, serão anos de crescimento na qualidade do futebol brasileiro. É um círculo virtuoso. Melhora qualidade, audiência e dá mais dinheiro. No Brasil, temos 12 times de primeira qualidade. É preciso só recuperar esses times. Veja o Botafogo, veio a SAF, e agora ele está em primeiro lugar no Campeonato Brasileiro”, afirmou.
Ainda segundo Menin, o maior desafio das SAFs é aumentar a receita dos clubes brasileiros. Para isso, observar as ligas estrangeiras é uma alternativa para aperfeiçoar os métodos de gestão que estão sendo implantados no Brasil. Além disso, é preciso oferecer salários atrativos que sejam capazes de manter os jovens craques brasileiros aqui, sem perdê-los para ligas internacionais.
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“O futebol brasileiro tem jeito. Não está no jeito, mas tem jeito. E passa a ter essa possibilidade depois da SAF. Eu, pessoalmente, e dirigentes do nosso time do Atlético visitamos vários países do mundo, entendendo como o futebol na Espanha, França, Itália, Inglaterra, na Alemanha acontecia, o que tinha de bom e de ruim. O mais importante é a estrutura empresarial do futebol nesses países”, avaliou.
Rafael Menin, investidor do Atlético, falou presencialmente em um dos momentos mais concorridos do evento. Ele reforçou a transparência do processo e a qualidade dos gestores envolvidos em cada uma das etapas: “Eu acho que, para o bem do clube, um grupo de atleticanos apaixonados topou esse desafio, que é enorme”, destacou.
Paulo Lasmar pontuou que para que a SAF seja efetiva na construção das soluções dos problemas de gestão e de finanças do futebol, é necessária uma constante avaliação e um amplo debate sobre o que vem sendo feito na prática pelos clubes, a visão da justiça e dos investidores. “Acredito que cumprimos com o Fórum SAF 2023 a missão de promover o debate articulando os atores. Reunimos quase 400 pessoas para avaliar o que já se avançou, quais são os gargalos e como podemos solucionar os desafios do futebol brasileiro contemporâneo. Saímos daqui hoje mais experientes nessa jornada de posicionamento do futebol como negócio que demanda uma gestão de excelência com transparência”, completou.
Lasmar reforçou ainda que a Lei da SAF atrai ainda mais investidores e aumenta substancialmente os aportes de recursos. Ele destacou a necessidade dos avanços da lei, inclusive com a aprovação do PL 2978/23, em tramitação no Senado Federal, que altera e acrescenta dispositivos à Lei nº 14.193/21, a fim de aperfeiçoar a governança das Sociedades Anônimas do Futebol, resguardar os investidores e preservar os direitos dos clubes, dos profissionais do futebol e dos atletas em formação.
“É fundamental que saiamos desse Fórum com encaminhamentos, especialmente para a implantação das primeiras SAFs, para que isso municie o ecossistema do futebol profissional”, finalizou o coordenador e idealizador do Fórum.
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