Novo livro de Louis Burlamaqui defende que a polarização ideológica mina a liberdade

Resultado de uma extensa pesquisa sobre os principais fatos políticos nos últimos 120 anos e uma reflexão profunda sobre os mecanismos de controle que moldam a sociedade moderna e limitam a liberdade individual, o livro “O Sequestro da Consciência”, parte de uma análise filosófica sobre como a polarização ideológica, a mídia e as estruturas de poder influenciam o pensamento coletivo, muitas vezes sem que os indivíduos percebam.
O autor, Louis Burlamaqui, é empresário e cofundador e CEO da Taigéta, uma empresa de tecnologia especializada em cultura organizacional. Também fundou e é sócio-diretor da Jazzer Consulting, uma empresa de estratégia, aprendizagem e gestão de pessoas.
“Eu trabalho com cultura organizacional e, por isso, observo as relações humanas e de poder. Ao longo dos anos fui entendendo por que as pessoas agem de tal maneira. Há muitos anos observo a influência dos padrões sobre o comportamento global. Escolhi um recorte de acontecimentos atuais, a partir da Revolução Russa (1917), para falar dos efeitos da polarização sobre a qualidade dos debates atuais. Vivemos um tempo em que se sentir certo é mais importante do que estar certo e isso não tem a ver com ideologia, em ser de direita ou esquerda”, afirma Burlamaqui.

Impactado pela pandemia e pelo que considera uma crescente censura do pensamento crítico, no livro Burlamaqui propõe um estudo sobre a liberdade como o bem supremo da humanidade, destacando como governos, corporações e grupos de influência operam para restringir o debate público e dividir a sociedade.
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O autor argumenta que a verdadeira democracia só existe quando há espaço para discordância e troca de ideias, sem medo de represálias. Para ele, o que vivemos hoje é um construto de centenas de anos.
“A liberdade sempre foi o objeto de desejo de um pequeno grupo para exercer o poder sobre os demais. A armadilha mais perigosa do nosso tempo é a ilusão da lucidez. Vivemos uma polarização artificial, provocada para que nos conformemos com pensamos que não são necessariamente nossos. Digo que vivemos sob o fenômeno da ‘normose’, que é a patologia da normalidade”, pontua.
Mas a obra é também propositiva ao apontar o método Socrático como uma saída para quem preza a liberdade e quer escapar das manipulações dos grupos de poder. O método do filósofo grego consiste em uma técnica de diálogo que utiliza perguntas e respostas para ajudar os indivíduos a desenvolverem o seu pensamento crítico e a buscar a verdade. Baseado na crença de Sócrates de que o conhecimento verdadeiro reside no próprio indivíduo, o método socrático busca questionar as ideias preconcebidas e, através da reflexão e do diálogo, levar o interlocutor a uma compreensão mais profunda e precisa de um conceito ou problema.
“O caminho é a desconstrução das narrativas. Com o método socrático podemos perguntar de onde vem esse pensamento? Por que penso assim? Assim vamos ampliar a compreensão sobre o sistema e o conhecimento sobre como funciona o poder. Outras ações podem ser úteis como usar a tecnologia para construir a resistência, através do ativismo digital; construir uma resistência comunitária, alianças pela liberdade por meio de intelectuais e artistas isentos, por exemplo. A defesa da liberdade exige resiliência. O sequestro da consciência não começa com gritos, ele é sutil. O que mostro no livro é que o sentimento central para a perda da liberdade é o medo e a censura ao contraditório. Quanto mais certezas temos, menos conscientes somos”, completa o autor.
As versões física e digital da obra estão disponíveis no site da Amazon.
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