Líder Aviação registra alta de 12% na demanda por voos particulares

Se por um lado o avanço da disseminação da pandemia do novo coronavírus (covid-19) faz com que a aviação civil mundo afora enfrente cancelamentos de voos em função do fechamento de fronteiras em vários países e a subsequente queda na demanda, por outro, a aviação executiva tem sido beneficiada pela alta na procura por voos fretados.

A Líder Aviação, com sede em Belo Horizonte, por exemplo, apurou avanço de 12% na cotação de voos particulares nas últimas semanas e espera que a demanda aumente ainda mais nos próximos meses, em virtude da dispersão do vírus pelo Brasil. As informações são da diretora superintendente de Manutenção, Fretamento e Gerenciamento de Aeronaves da empresa, Bruna Assumpção Strambi.

Conforme ela, inicialmente, quando a doença acometia outros países que não os da América do Sul, o impacto ocorreu no sentido contrário e a empresa também registrou alguns cancelamentos e queda no número de voos. Depois, com a proximidade do covid-19, a procura tanto por parte de empresas quanto por pessoas físicas começou a aumentar.

“Em fevereiro tivemos alguns cancelamentos de passageiros estrangeiros que fariam viagens internas no Brasil. Mas foram suspensões que logo em seguida começaram a ser sobrepostas pelo incremento da demanda a partir de pessoas com viagens e compromissos inadiáveis, que optaram pela aviação executiva”, explicou.

A escolha, de acordo com a diretora, tem ocorrido tanto pela comodidade e segurança de se evitar filas e aglomerações, quanto pela segurança do uso de um serviço personalizado e exclusivo. “Já faz parte da cultura da Líder trabalhar a questão de segurança, a higienização e assepsia das aeronaves e, diante da pandemia, os cuidados têm sido ainda maiores com a limpeza dos aviões e salas de embarque. Sem contar com os serviços personalizados, seguindo as prioridades e necessidades de cada cliente”, justificou.

Para garantir a segurança dos passageiros e tripulantes com relação ao covid-19, a Líder Aviação investiu em campanhas e cartilhas com orientações específicas de segurança e prevenção e está seguindo todas as orientações dos órgãos de saúde e tem todas as informações alinhadas com as equipes, em todos os níveis.

Temos voado até 60 horas/mês por aeronave própria, Bruna Assumpção | Crédito: Isamu Mitsueda

Outro serviço que poderá ter a demanda elevada nas próximas semanas, de acordo com Bruna Assumpção, diz respeito ao transporte em UTI Aérea entre duas unidades hospitalares (bed to bed), em função da disseminação do vírus agora internamente no País. Para isso, a empresa possui três aeronaves adaptáveis e equipamentos que transformam o avião executivo em hospitalar em até duas horas.

“Removemos alguns bancos, incluímos os equipamentos homologados e deixamos espaço para a maca com o paciente, um ou dois acompanhantes e equipe média. Além disso, realizamos todas as verificações, triagem médica e adequações da operação do voo em prol da saúde do paciente”, ressaltou.

A executiva lembrou ainda que a Líder é a maior empresa de aviação executiva da América Latina e conta hoje com uma frota de mais de 60 aeronaves, das quais, 25 entre helicópteros, jatos e turboélice à disposição de fretamentos, sendo 15 gerenciadas e 10 próprias. Isso, conforme ela, permite uma elevada capacidade de atendimento em todo o Brasil.

“Temos voado, em média, de 50 a 60 horas por aeronave própria, por mês”, citou. Um diferencial que a aviação executiva apresenta sobre a aviação civil é que enquanto a primeira conecta até 3 mil aeródromos no País, uma linha regular opera 300 em média.
Assim, a empresa está presente em mais de 20 bases operacionais nos principais aeroportos brasileiros e atua em cinco unidades de negócio: fretamento e gerenciamento de aeronaves; vendas de aeronaves; manutenção; atendimento aeroportuário e operações de helicópteros. Além disso, também oferece serviços de corretagem de seguro aeronáutico, treinamentos em simulador de voo e reparos em pás de helicópteros.