Loja colaborativa lança app de vendas

Vinte e quatro milhões de mulheres empreendem no Brasil, em comparação a 28 milhões de homens, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Apesar disso, elas continuam ganhando menos – cerca de 22% – e os negócios são de menor porte.
As mulheres empreendem por necessidade e a maioria não tem sócios, ainda de acordo com o Sebrae Nacional. O desejo de ser independente e uma nova alternativa de fonte de renda são preponderantes para a maioria das microempreendedoras.
Diante desse quadro, em que a dupla jornada é a realidade, as empreendedoras são impactadas severamente pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Para resistir, a receita, segundo a diretora do Espaço Colaborativo Amor de Mãe, Márcia Machado, passa por uma boa dose de organização e profissionalização.
“O empreendedorismo no Brasil é muito romantizado. Empreender não é fácil, é para profissional. Somos um país muito burocrático, é muito difícil andar com tudo em dia. É preciso estudar. No caso das mães, elas começam a empreender por falta de opção.
Pesquisas mostram que 47% das mães são demitidas em até um ano após a maternidade. Temos que ser menos amadoras: conhecer concorrente, mercado, precificação. Segundo passo: trazer o homem para perto. Essa pandemia talvez seja o momento ideal pra isso. É a primeira vez que muitos deles acompanham de perto a rotina de trabalho de uma casa”, explica Márcia Machado.
O Amor de Mãe é uma rede de apoio às mulheres empreendedoras. O próprio grupo teve que se reinventar diante do isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias e o fechamento dos shopping centers. Desde meados de março, a loja instalada no Shopping Del Rey, na região Noroeste, está sem funcionar. Renegociação com parceiros e fornecedores na busca por uma diminuição dos custos fixos foi a primeira providência.
“Temos quase 4 mil mães no projeto e 30 na loja. E mais 50 empreendedores selecionadas para outras duas lojas que vamos abrir. Não podíamos deixá-las sem renda. Elas não têm fôlego financeiro para ficar dois meses sem trabalhar. Além de renegociar com fornecedores, desenvolvemos um aplicativo de vendas. O nosso pulo do gato, porém, foi nos integrar à campanha do Dia das Mães do Shopping Del Rey. Os brindes oferecidos pelo mall serão trocados na nossa loja. Estamos nos movimentando o tempo todo buscando alternativas, inclusive, para quando o comércio reabrir”, destaca a diretora do Amor de Mãe.
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