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Luggo injeta R$ 134 milhões em projetos de moradia multifamily pelo País

Fundada em Belo Horizonte, a proptech do grupo MRV&CO quer consolidar o mercado, ao introduzir o modelo de operação em grandes metrópoles
Luggo injeta R$ 134 milhões em projetos de moradia multifamily pelo País
Dos 15 novos empreendimentos previstos, dois deles serão lançados ainda neste ano em Belo Horizonte neste ano | Crédito: Luggo

O multifamily, segmento residencial de empreendimentos exclusivos para fins de locação, vive uma expansão no País. Um dos principais players do mercado, a Luggo, do grupo MRV&CO, está construindo 400 apartamentos, que totalizam 15 novos ativos na carteira. O total da cifra investido até o momento é de R$ 134 milhões.

“Este é um mercado recente. A nossa estratégia é de ter 100% da gestão dos ativos e a Luggo é a maior empresa do segmento, com 2.500 apartamentos já prontos e em operação”, pontua o diretor de negócios e comercial, Rodrigo Lutfy. Para ele, é natural que, com o avanço do modelo pelo Brasil e de sua proposta personalizada, o mercado apresente uma aceitação cada vez maior.

Dos 15 novos empreendimentos previstos, dois deles serão lançados ainda neste ano em Belo Horizonte. Um deles é o Luggo Buritis, na região Oeste da Capital, que terá três torres, 276 unidades, com opções de dois quartos, dois quartos com varanda, dois quartos com área privativa, dois quartos na cobertura ou um quarto.

Neste empreendimento, 50% das unidades serão 100% mobiliadas e, em sua área externa, haverá lazer com salão de festas, gourmet, piscina, academia, co-working, e outras conveniências, sendo o preço médio de aluguel previsto em R$ 2.750. “O empreendimento do Buritis deve ser inaugurado em julho deste ano, pois estamos aguardando somente o Habite-se ser liberado, quanto ao prédio ele já está pronto”, diz Lutfy.

Outro ativo multifamily é o Luggo Pampulha, com 118 unidades de um quarto do estilo studio, com todas as unidades mobiliadas, e estrutura externa que inclui espaço gourmet, academia, piscina, sauna, mercadinho 24h e cozinha compartilhada.

Experiência que reúne personalização, praticidade e conveniência

Na demografia do portfólio da empresa, Rodrigo Lutfy elenca que os prédios já entregues pelo grupo estão presentes em Belo Horizonte, São Paulo (SP), Campinas (SP), Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). Essa rede da Luggo, segundo ele, pode proporcionar uma gama de apartamentos em ativos multifamily disponíveis, como também a comodidade de um cliente de Belo Horizonte, caso ele queira residir em outra cidade.

“Há o caso, por exemplo, dele (o cliente), ao ser transferido para São Paulo, por exemplo, por conta do trabalho, optar por se mudar para uma das unidades na capital paulista”, exemplifica.

Em todo o País, o cenário de locação de imóveis residenciais teve alta em 2023 quando comparado com anos passados. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), inclusive, aponta que dos 74,1 milhões de domicílios registrados nacionalmente em 2022, 21,1% eram alugados. Já 2019, na pré-pandemia, o percentual era de 19,3%.

“Hoje, 95% dos nossos clientes vêm dos canais digitais e o modelo de multifamily, no contexto do mercado imobiliário, tem muitas vantagens a apresentar, sendo a experiência o nosso principal diferencial. O modelo de negócios voltado para o nosso cliente tem uma relação muito pontual com o prédio, e nós nos preocupamos se o cliente está feliz. Por isso, é garantida uma ampla lista de benefícios para tornar a experiência ainda melhor”, comenta Lutfy.

Ele pontua que os ativos são pensados a partir de projetos arquitetônicos com a finalidade de garantir incrementos dentro do modelo de comfortable experience, tais como:

  • veículos e bicicletas compartilhados entre condôminos;
  • serviços de limpeza e lavanderia compartilhada;
  • mercadinhos 24 horas, com acesso a produtos sem precisar realizar grandes deslocamentos.
Lavanderias compartilhadas em áreas externas dos condomínios, garante mais espaço dentro dos apartamentos para otimização | Crédito: Luggo

“A relação que se tem hoje com os mercadinhos, por exemplo, está bem difundida no Brasil, mas nós que começamos com essa ideia em 2016, trazendo uma cultura de aproveitar melhor os espaços. Com isso, quando lançamos um ativo ao mercado, a relação não está nos metros quadrados de um apartamento e sim no ganho de espaço”, afirma o diretor da Luggo.

Segundo ele, o condômino poderá otimizar os ambientes do apartamento ao ganhar mais espaços. “Ele ganha mais espaços, pois não vai precisar usar uma máquina de lavar, por exemplo, se ele pode contar com uma lavanderia compartilhada no prédio. A mesma coisa seria com um escritório em que ele pode usar salas compartilhadas para trabalhar ou estudar”, exemplifica.

Dores

Na avaliação do diretor da Luggo, gerir empreendimentos multifamily também tem as suas dores. Lutfy as divide em duas situações.

“A relação entre os moradores é uma dor que temos que trabalhar bem em nossas operações, pois essa relação pode ser conflituosa se não colocar estratégias em prática. Por isso, não adianta colocar alguém para morar no ativo sem cativar e conectar as famílias umas das outras. Se isso não for feito, ninguém será feliz. Por isso, a Luggo trabalha uma conexão entre elas para tornar o convívio mais harmonioso”, afirma.

Academia é um dos serviços oferecidos para garantr experiência e comodidade aos moradores em um só empreendimento | Crédito: Luggo

Por outro lado, há um esforço ainda maior quando uma empresa decide lançar um empreendimento multifamily à praça. Para o executivo, esse esforço está relacionado à taxa Selic. “Para o modelo de negócio funcionar, o custo de capital diante de uma Selic alta como a que temos hoje torna o negócio desafiador. Esse custo de capital faz com que nós (gestão) tenhamos que entrar praticamente com o dinheiro antes, para então termos que construir os ativos e colocá-los em operação e locação”.

Por mais que exista um investimento robusto por parte da Luggo, esse é um desafio que muitas vezes pode colocar futuros players em cenários onde é preciso saber surfar a onda. “Tão logo vamos ter cada vez mais que nos planejar. Muitas empresas vão surgir, outras vão desistir, e todo esse modelo de multifamily vai se transforar num funil, um efeito natural”, completa.

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