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Marca mineira de kombucha quer triplicar produção e levar bebida para as escolas

Atualmente, o chá fermentado pode ser encontrado em latas de 269 ml e em seis sabores disponíveis em Belo Horizonte e em Nova Lima
Atualizado em 26 de abril de 2024 • 09:58
Marca mineira de kombucha quer triplicar produção e levar bebida para as escolas
Mineiros, casal conta com o suporte da Emater para expandir os negócios em Minas Gerais | Crédito: Arquivo Pessoal/PontoEko

A microprodução de kombuchas PontoEko, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), pretende expandir os seus negócios para além de restaurantes, cafeterias e mercados. A intenção da marca da bebida rica em nutrientes naturais, considerada um tônico ou refrigerante natural para a saúde intestinal, é triplicar a produção e chegar às escolas da Capital e de Nova Lima.

Há um ano, a fundadora da PontoEko, Veruska Pereira, que atuava como facilitadora de biodança, e seu companheiro Marcelo Ferreira, engenheiro metalúrgico, foram motivados pelo desejo de profissionalizar a venda de kombucha numa produção.

O negócio deu certo. Hoje, além de contabilizar um crescimento de 200% nas vendas no segundo semestre de 2023, a expectativa é incorporar o kombucha produzido em Nova Lima como ao cardápio de instituições de ensino.

Veruska Pereira revela que as conversas estão avançando. “Não pretendemos crescer em grandes volumes para não perdemos os nossos valores, pois essa é a nossa premissa. No entanto, estamos focados em levar o kombucha para as escolas em um curto prazo. Afinal, é desde cedo que precisamos iniciar um estilo de vida saudável”, observa.

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A produção da PontoEko, apesar de ter origem familiar, vai ganhando moldes industriais. “Vimos no kombucha uma motivação para conversar com o mundo sobre um modo de vida saudável, que não é sofisticado, mas que valoriza o dia a dia com um toque de energia e saúde”, comenta a produtora.

O PontoEko conta com oito pontos de vendas em Belo Horizonte e outros dois em Nova Lima. São eles:

Belo Horizonte

  • Hipercentro, Mercado Central, na cafeteria Frau Bondan;
  • Cruzeiro, Mercado do Cruzeiro, no Restaurante Formoso;
  • Lourdes, no Restaurante Formoso;
  • Lourdes, no Vivit Saúde;
  • Lagoinha, no Café Container;
  • Funcionários, na cafeteria Spiral Café;
  • Santo Agostinho, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
  • Santa Lúcia, no Salão Autentica.

Nova Lima

  • Retiro das Pedras, na Banca do Jacaré;
  • Alphaville, no Empório Caipira Sítio do Vovô.

O kombucha é uma bebida de tradição milenar, que surgiu na China com preparo à base de chá, açúcar e uma cultura viva conhecida como scoby, sigla em inglês para Colônia Simbiótica de Bactérias e Leveduras.

Essa cultura de bactérias é responsável por realizar a fermentação da bebida e, por meio de um processo metabólico, transformam a cafeína e/ou o açúcar em probióticos. Com o passar dos anos, novos sabores foram sendo incorporados com o uso de frutas e especiarias, por exemplo. A bebida é conhecida por suas funções probióticas e nutrientes.

Crescimento do negócio acompanha perspectivas do mercado

O último relatório “Mercado de chá kombucha: Tendências Globais da Indústria, Participação, Tamanho, Crescimento e Previsão 2023-2028”, divulgado no Congresso Online de Gestão, Educação e Promoção da Saúde (Convibra), identificou que o mercado internacional de kombucha alcançou uma receita de US$ 2,6 bilhões em 2022.

kombucha é uma bebida de tradição milenar, que surgiu na China com preparo à base de chá, açúcar e uma cultura viva conhecida como scoby | Crédito: PontoEko

A estimativa é que esse crescimento seja três vezes maior em 2028 com uma cifra de US$ 6,9 bilhões, cravando uma alta de 17,6%. O Brasil é o segundo maior mercado de chás, segundo o levantamento.

Triplicar as vendas é também o desejo de Veruska Pereira e Marcelo Ferreira. Nessa perspectiva, a PontoEko produz atualmente cerca de 400 litros de kombucha por mês, e a meta é triplicar a produção até atingir, em um ano, a capacidade instalada da fábrica, que é de mil litros.

“O nosso faturamento inicial era de R$ 2 mil ao mês no segundo semestre do ano passado. Hoje, faturamos uma média de R$ 6 mil ao mês”, avalia a empreendedora.

Da garrafa para a lata

O crescimento mencionado pela empreendedora ocorreu por conta de uma redefinição estratégia de produto, já que antes, a kombucha era comercializada em garrafas com embalagens de vidro. Atualmente, ela já pode ser encontrada em latas de 269 ml em seis sabores. São eles:

  • maracujá com capim limão;
  • hibisco com gengibre;
  • abacaxi com pimenta caiena e cúrcuma;
  • tamarillo com maçã e anis;
  • ameixa e especiarias;
  • limão com gengibre e alfavacão.

“Não foi nenhum esforço passar a vender em lata. Percebemos que a aderência dos clientes foi muito boa, até porque a garrafa tinha muitas limitações, e não são em todos os lugares que ela pode entrar. Já a versão em lata é muito mais versátil e prática. Você pode transportar na bolsa, levar para o trabalho, guardar na geladeira etc.”, detalha Veruska Pereira.

Mulheres são as que mais consomem kombucha

O público do PontoEko é formado, em sua grande maioria, por mulheres a partir dos 30 anos. Contudo, o desejo é ampliar o alcance do produto para outros públicos. “Queremos atingir os homens também, e notamos que há uma aderência por parte dos jovens depois que passamos a vender a bebida em lata. Meus filhos, por exemplo, não a tomavam em garrafa, mas consomem agora na versão enlatada”, compara a empreendedora.

Segundo ela, é perceptível que a bebida servida em lata é mais convergente para um estilo de vida de quem busca praticidade e mais saúde. “Nós vimos que era necessário essa mudança para chegarmos a mais pessoas, seja por uma filosofia de cuidado com o meio ambiente, com a própria vida ou com a vida dos outros”, conclui.

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