Marcas já mostram interesse em aparecer nos painéis de LED da Praça Sete

A lei que autoriza a instalação de painéis luminosos de LED para publicidade em edifícios no entorno da Praça Sete foi sancionada no último sábado (8) e já tem empresas interessadas em dar o pontapé inicial na divulgação da marca para quem passar pelo Centro de BH.
É o que conta o presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de Minas Gerais (Sinapro-MG) e dono da agência de publicidade FAZCOM, Gustavo Faria.
“Os nossos clientes já nos procuraram perguntando sobre esses espaços, de como vão acontecer. Eles têm interesse em conhecer e, na eventualidade de ser algo positivo, estar no lançamento. É o que a gente chama de early adopter”, explica Gustavo Faria.
“Já tem o interesse de saber mais, de buscar mais informações e começar a se preparar para estar logo no lançamento desses espaços”, detalha.
Próximos passos da instalação na Praça Sete
A instalação dos painéis de LED na primeira Área de Promoção da Cidade – a Praça Sete – é condicionada ao licenciamento prévio, assim como nas demais áreas da cidade. No entanto, de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, até o momento não foi protocolado nenhum pedido de instalação de painéis.
“O processo agora é de as exibidoras interessadas começarem a fazer a negociação com a prefeitura e com os donos dos espaços para poder fazer a instalação dos equipamentos. Eu acredito que isso ainda demora um pouquinho, pelo menos mais um mês até a gente começar a ter um movimento de instalação desses engenhos”, ressalta Gustavo Faria.
Segundo o vereador Wanderley Porto (PRD), autor do projeto, o poder público não vai interferir na comercialização dos espaços.
“O projeto vai ser uma dinâmica de mercado, a negociação será entre eles. Vai gerar uma renda interessante para quem alugar o ponto, vai ter um retorno para publicidade. Então, na verdade, todo mundo ganha”, explica o vereador.
A Prefeitura de Belo Horizonte ressalta que a administração municipal não é responsável pelas tratativas relacionadas à comercialização das placas e aos respectivos aluguéis. Ela é responsável pela aplicação dos requisitos mínimos estipulados na lei através do licenciamento.
“As agências estão bastante interessadas em saber mais sobre o tipo de engenho que vai ser colocado nesse espaço. Se a gente vai ter projeção em 3D, se a gente vai ter LED de alta definição, que tipo de tecnologia vai ser colocado pelos exibidores, para podermos mostrar todo o talento que as agências aqui têm para posicionar as marcas”, destaca Gustavo Faria.
Dois lados dos painéis de LED
Apesar da expectativa alta das empresas e marcas, a instalação de painéis de LED na Praça Sete ainda divide opiniões. Gustavo Faria explica que o projeto pode ser muito positivo, mas tem que ser feito com critério e cuidado.
“Cada dia mais as pessoas estão passando um tempo muito extenso fora de casa, principalmente a população que estuda e trabalha. A gente ter espaços publicitários dentro dessa jornada de vida das pessoas é importante, é positivo por esse lado, porque a gente tem mais um ponto de contato com a audiência”, explica.
“Mas tem que ser muito bem-visto, porque o exagero de espaços publicitários também pode causar um ruído muito grande na percepção das pessoas e acabar trazendo um efeito contrário, de rejeição da mensagem publicitária”, finaliza Gustavo Faria.
Opinião compartilhada pela presidente da Tom Comunicação e diretora da ABAP Nacional (Espaço de Articulação Coletiva do Ecossistema Publicitário), Adriana Machado.
“A publicidade leva muito a sério a sua dimensão intrusiva na vida das pessoas. Então, se não se cuida para que o impacto negativo dos painéis seja minimizado – evitando que incomode demais os moradores com a iluminação excessiva; que a quantidade de engenhos polua e descaracterize o patrimônio cultural; que os painéis não distraiam os motoristas -, o espaço acaba sendo mal avaliado pelos consumidores”, salienta Adriana Machado.
Ela destaca como louvável o objetivo de tornar o hipercentro mais seguro com a instalação dos painéis de LED, aumentar o turismo e a inovação, mas ressalta que é preciso outras medidas para alcançar tal objetivo.
“Me parece um pouco ingênuo achar que a simples instalação de um grande conjunto de painéis terá o condão de promover uma grande transformação na frequência e na sensação de segurança no local, sem um conjunto objetivo de medidas que garantam não só a seguranças, mas dê motivos para as pessoas frequentarem o hipercentro, especialmente no período noturno”.
Apoio da indústria
Em nota, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) afirmou que apoia a instalação dos painéis luminosos na região da Praça Sete, um projeto que representa um marco para a revitalização do hipercentro de Belo Horizonte. A iniciativa, sancionada pelo Executivo Municipal e amplamente debatida na Câmara Municipal, é um passo fundamental para modernizar e resgatar a vitalidade econômica, cultural e turística da capital mineira.
Inspirada em experiências bem-sucedidas de cidades como Nova Iorque, São Paulo e Buenos Aires, a instalação dos painéis contribuirá para transformar o Centro de Belo Horizonte em um ambiente dinâmico e ativo, trazendo mais segurança, inovação e oportunidades para negócios locais.
Além de ampliar a visibilidade comercial da região, essa modernização impulsiona o turismo e incentiva investimentos que fomentam a economia criativa, alinhando-se a outras iniciativas estratégicas da cidade, como o P7 Criativo – primeiro hub de inovação e economia criativa do Brasil.
A Fiemg reforça que a requalificação do hipercentro é um objetivo compartilhado com a Prefeitura de Belo Horizonte, consolidado por meio da parceria firmada em 2024. O reconhecimento do P7 Criativo como um ativo de interesse econômico municipal demonstra a importância de iniciativas que unem o setor público e privado para a transformação da cidade.
A implantação dos painéis segue diretrizes para garantir que a identidade do local seja preservada, respeitando normas de acessibilidade, patrimônio histórico e planejamento urbano. Com isso, a Praça Sete, um dos principais símbolos de Belo Horizonte, poderá se tornar um polo de inovação e entretenimento, beneficiando tanto os comerciantes quanto a população que circula diariamente pelo centro da cidade.
A Fiemg acredita que o desenvolvimento urbano e econômico de Belo Horizonte passa pela adoção de soluções inovadoras e sustentáveis. Por isso, a entidade apoia o projeto e reafirma o compromisso em contribuir para a construção de uma cidade mais moderna, competitiva e atrativa para moradores, turistas e investidores.
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