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Maternidade Santa Fé mantém a paralisação dos atendimentos

Segundo informações extraoficiais, os consultórios devem voltar a receber consultas a partir do ano que vem
Maternidade Santa Fé mantém a paralisação dos atendimentos
Fundada há mais de seis décadas, a Maternidade Santa Fé foi referência em obstetrícia com segurança e humanização | Crédito: Reprodução Internet

Fundada há mais de seis décadas, a Maternidade Santa Fé, localizada na região Leste de Belo Horizonte, referência em obstetrícia com segurança e humanização, já está há quase um mês sem atendimentos. O funcionamento da unidade foi suspenso no fim de novembro, após o grupo Pró-Saúde romper o contrato com a diretoria do hospital. Desde então, pacientes e funcionários seguem sem respostas ou previsão de retorno.

Informações extraoficiais dão conta de que o prédio está fechado, mas que os consultórios podem voltar a receber consultas a partir do ano que vem. Por outro lado, o site da maternidade está fora do ar e a administração do hospital incomunicável. Além disso, a reportagem tentou agendamento de exame por telefone e conseguiu vaga para um ultrassom de pré-natal para quarta-feira (28).

No início de dezembro, trabalhadores estiveram na porta do hospital para protestar quanto a atrasos de salários, férias, benefícios e FGTS. Ao todo são cerca de 170 funcionários que alegam ter sido comunicados por WhatsApp sobre o fechamento do hospital.

Na época, o vice-presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de BH e Região (Sindeess), Joaquim Valdomiro Gomes, disse que a situação já era delicada e se agravou com o litígio entre a diretoria do hospital e a Pró-Saúde.

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Agora, pacientes têm usado grupos de mães e redes sociais para reclamarem sobre a falta de atendimento e resposta sobre consultas, exames e partos agendados.

O que diz a Pró-Saúde sobre o fechamento da Maternidade Santa Fé

Procurado, o grupo Pró-Saúde disse, por nota, que a parceria com a Maternidade Santa Fé foi firmada com objetivo pautado pelo desafio de promover o equilíbrio financeiro da instituição, bem como modernizar os processos assistenciais e de hotelaria e ampliar os serviços, transformando a maternidade em um centro avançado para o atendimento integral da mulher.

A administradora admite que esta não seria uma tarefa fácil e que a maternidade já corria risco de fechar as portas e ainda enfrentava o rescaldo de uma crise de imagem amplamente noticiada pela imprensa nacional.

“Assumimos a gestão da Maternidade Santa Fé em setembro de 2021, já com um enorme déficit de operação e, à época, com o descredenciamento junto às operadoras de planos de saúde, justificado então pelo baixo índice de qualidade assistencial, que impedia a maternidade de receber pacientes conveniados. Além disso, o ponto central da parceria dependia do empenho e do compromisso dos médicos em manter e ampliar a quantidade de clientes para a maternidade”, alegou na nota.

O grupo também disse que os médicos da maternidade “passaram a sabotar esse compromisso”. “A maior parte dos donos do hospital passou a encaminhar e atender pacientes em hospitais concorrentes. O corpo clínico também se recusou a atender pacientes oriundos de operadoras de planos de saúde contratualizadas pela Pró-Saúde”, denunciou.

Por fim, a empresa afirmou que ao longo da gestão, várias cláusulas contratuais não foram cumpridas, incluindo o não pagamento de débitos anteriores ao contrato, taxa de gestão, repasses de operadoras e verbas rescisórias de funcionários. E que havia forte resistência dos médicos em modernizar o atendimento e processos assistenciais, em detrimento de um entendimento ultrapassado e completamente desconectado com o padrão de mercado. 

“Tarefas básicas como a definição de um Plano de Parto, levou seis meses para acontecer. Diante de um cenário totalmente adverso, decidimos encerrar o contrato de gestão no dia 30/11. Os principais órgãos e entidades interessadas na parceria foram devidamente comunicadas”, concluiu.

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