Negócios

Fórum da FDC discute caminhos sustentáveis para o crescimento das médias empresas

Especialistas enfatizam o papel da tecnologia, administração eficiente e o potencial do Brasil no cenário global. Evento também aborda estratégias para impulsionar a produtividade
Fórum da FDC discute caminhos sustentáveis para o crescimento das médias empresas
O 9º Fórum Anual das Empresas Médias acontece na Fundação Dom Cabral (FDC), em Nova Lima | Crédito: Diário do Comércio / Daniela Maciel

Termina hoje, no campus da Fundação Dom Cabral (FDC), em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o 9º Fórum Anual das Empresas Médias, com o tema “Produtividade: Caminhos para impulsionar e sustentar o crescimento da sua empresa”. 

A programação foi composta por estudos, análises, cases de sucesso e caminhos para alavancar e sustentar a produtividade dessas empresas, apresentados por acadêmicos e especialistas de mercado. As médias empresas brasileiras para a FDC são as organizações com faturamento entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões, que  são responsáveis por 18,62% de todos os empregos no País e por 25,14% de todos os salários pagos.

De acordo com o coordenador do Centro de Inteligência de Médias Empresas da FDC (FDC Médias Empresas), Mauro Oliveira, via de regra, os empresários de médias empresas estão ainda muito envolvidos com a parte operacional do negócio e, por isso, têm pouco tempo para se dedicar à construção de estratégias. Por isso, eventos como o Fórum e iniciativas como o FDC Médias Empresas são tão importantes. 

“A FDC sempre trabalhou com as médias empresas e, especialmente a partir do Paex (Programa Parceiros para a Excelência), que completou 32 anos, nós desenhamos o planejamento estratégico delas e depois ajudamos na execução. Ajudamos porque, muitas vezes, o empresário está ali atuando em várias áreas da empresa e não têm uma visão estratégica para implementar um plano de médio e longo prazo sem um suporte para não deixar que ele gaste energia em áreas que não são tão importantes e deixe de investir onde é”, explica Oliveira. 

Para o professor da FDC e ex-presidente do New Development Bank (NDB), Marcos Troyjo, vivemos em um mundo “policrítico”, em que as questões geopolíticas, as mudanças climáticas, o crescente risco sanitário e o risco de uma estagflação generalizada, afetam sobremaneira as médias empresas. Esse cenário, porém, segundo ele, pode também abrir muitas oportunidades para elas, especialmente no Brasil. A posição do País como um dos maiores produtores de alimentos do mundo e dono de uma matriz energética considerada como uma das mais limpas do planeta, dão ao Brasil uma série de vantagens competitivas. O professor ministrou a concorrida palestra “Cenários Políticos e Econômicos Brasil e Mundo”.

“Em um mundo de múltiplas crises, precisamos entendê-las como um momento que está entre o velho que ainda não morreu e o novo que ainda não nasceu. Mas esse é também o momento para estender as certezas e encontrar as oportunidades. Teremos, por exemplo, um incremento de 2 bilhões na população mundial nos próximos 25 anos, em que pese o encolhimento da população na Europa Ocidental, Estados Unidos e países como o Brasil. Essas pessoas precisarão de alimentos e o Brasil é um dos maiores produtores. E temos, perante os nossos principais competidores um grande diferencial: disponibilidade de água. Outro ponto é a migração das cadeias de suprimentos em busca de ambientes sem conflitos geopolíticos e com uma regulamentação que dê segurança aos investidores. Mais uma vez o Brasil pode se apresentar como um país que oferece essas condições”, exemplifica Troyjo.

O Fórum também contou com a apresentação dos resultados do “Estudo de Produtividade das Médias Empresas Brasileiras”. Os resultados revelam que a falta de mão de obra qualificada é um desafio para as indústrias (85%) e que a falta de capital próprio para investimento é uma barreira para o aumento da produtividade no setor do comércio (58%). Além disso, verificou-se que a tecnologia, fator que alavanca fortemente a produtividade, ainda recebe investimentos relativamente baixos das médias empresas prestadoras de serviços (apenas 6,6% do seu faturamento).
“Esse estudo parte de três pilares: ganho de produtividade, investimento em pessoas, processos e tecnologia, todos alicerçados por uma boa gestão. Você pode ter pessoas qualificadas, tecnologia e processos bem definidos, mas se você não tiver gestão para amarrar tudo isso e transformar em resultado, o risco de fracasso cresce”, pontua o coordenador do FDC Médias Empresas.

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