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Megaoperação no Rio reacende debate sobre o crime organizado

Veja a dica de três livros fundamentais para quem deseja compreender as dinâmicas do crime organizado no Brasil
Megaoperação no Rio reacende debate sobre o crime organizado

A recente megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro reacendeu o debate sobre o poder e a influência do crime organizado no País. Mais do que episódios isolados de violência, essas ações expõem uma complexa rede de relações entre facções, tráfico de drogas, milícias e estruturas de poder que se enraizaram nas cidades brasileiras ao longo das últimas décadas.

Entender como o crime organizado opera no Brasil é essencial para compreender também as falhas e desafios das políticas públicas de segurança. Nesse sentido, selecionamos três livros fundamentais para quem deseja compreender as dinâmicas do crime organizado no País – desde sua estrutura e modos de operação até os impactos na vida das pessoas e nas instituições.

Decaído – A história do capitão do Bope Adriano da Nóbrega e suas ligações com a máfia do jogo, a milícia e o clã Bolsonaro

Reconhecida com o Prêmio Vladimir Herzog, a obra do jornalista investigativo especializado em segurança pública Sérgio Ramalho mergulha na trajetória complexa e sombria do capitão do Escritório do Crime, Adriano Magalhães da Nóbrega. O livro detalha a metamorfose do aspirante a oficial da Polícia Militar, que passou de um rapaz tímido a um dos mais letais membros do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e morreu como um dos criminosos mais temidos do País.

Por que vale a leitura: revela como as conexões entre milícias, política e forças de segurança moldam o cenário que sustenta operações e conflitos como os do Rio de Janeiro.

Laços de sangue – A história secreta do PCC

Assinado pelo procurador Marcio Sérgio Christino, uma das maiores autoridades brasileiras no combate ao crime organizado, o livro reúne bastidores do nascimento e da ascensão da organização a partir de depoimentos colhidos diretamente de integrantes da facção. O autor mostra como o PCC foi criado por oito detentos dentro do sistema penitenciário, na Casa de Custódia de Taubaté (SP), no que deveria ter sido um simples torneio de futebol entre presos.

Por que vale a leitura: ajuda a entender como o crime organizado se estruturou e expandiu pelo País, influenciando diretamente a dinâmica da violência urbana e das grandes operações policiais.

Oficiais do crime – Como funciona a corrupção estrutural e sistêmica na elite da PM do Rio

O livro oferece uma imersão profunda nas entranhas da Polícia Militar do Rio de Janeiro, onde a corrupção nas altas patentes corrói a integridade de uma instituição fundamental para a segurança pública, fazendo com que parte da elite do comando se torne cúmplice de uma organização criminosa tão perigosa quanto as facções que deveria combater. A obra nasceu do sentimento de indignação de um ex-policial, diante dos inúmeros casos de corrupção abafados diariamente.

Por que vale a leitura: expõe o envolvimento da própria polícia com o crime – essencial para compreender as contradições e os limites das ações de combate às facções no Rio de Janeiro.

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