Com avanço de 31%, Mercado Livre reforça liderança e redefine o jogo do e-commerce no Brasil
Mesmo com a concorrência cada vez mais acirrada, o Mercado Livre deve encerrar 2025 ampliando sua vantagem no comércio eletrônico brasileiro. Projeções do UBS BB — banco de investimento fruto da parceria entre o grupo suíço UBS e o Banco do Brasil — indicam que a companhia elevará sua participação de mercado de 40% para 44%, reforçando um protagonismo que já dura mais de uma década.
O avanço ocorre em um cenário de forte expansão do setor: o e-commerce brasileiro deve movimentar cerca de R$ 414 bilhões em 2025, alta de 18% em relação ao ano anterior, passando a representar 14,2% do varejo total. Dentro desse contexto, o desempenho do marketplace argentino se destaca. O banco estima que o volume transacionado na plataforma cresça de R$ 140 bilhões para R$ 183 bilhões, um aumento de 31%.
A trajetória de crescimento contínuo desde 2021 tem permitido ao Mercado Livre sustentar uma vantagem competitiva baseada em escala logística, eficiência operacional e integração de serviços financeiros. Paralelamente, a empresa vem ampliando sua rede de centros de distribuição e investindo em tecnologia para acelerar entregas — fator que tem dificultado o avanço dos concorrentes.
“O consumidor hoje aceita trocar rapidez por preço, e isso pressiona os concorrentes a repensar suas estratégias”, afirma Rebecca Fischer, cofundadora e Chief Strategy Officer (CSO) da Divibank.
Concorrência acirrada
Entre os rivais, a Shopee segue como o nome mais dinâmico. A plataforma asiática deve saltar de 15% para 17% de participação no mercado nacional, consolidando-se como o segundo maior player do País. O avanço é expressivo: no início da pandemia, a empresa detinha apenas 2% das vendas on-line.
Na terceira posição, a disputa entre Amazon e Magazine Luiza segue equilibrada, com participações estimadas em 10% e 11%, respectivamente. A gigante americana tem reforçado sua infraestrutura logística no Brasil, enquanto a varejista brasileira aposta na digitalização das lojas físicas e em novos formatos de marketplace.
Consolidação do setor
O desempenho do Mercado Livre evidencia que o e-commerce no Brasil caminha para uma fase de consolidação concentrada, em que poucos grandes grupos dominam a infraestrutura e a relação com o consumidor final.
A competição permanece intensa, mas o ritmo de crescimento da empresa argentina indica que, por ora, o trono do varejo digital segue firme nas mãos do Meli (Mercado Libre Inc.).
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