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Metade das startups selecionadas para o Fiemg Lab 4.0 são mineiras

Metade das startups selecionadas para o Fiemg Lab 4.0 são mineiras
Com um ano de duração, a aceleração conta com o patrocínio de quatro indústrias-madrinhas - Crédito: Divulgação

Metade das startups selecionadas para o programa de aceleração Fiemg Lab 4.0 são mineiras. O número aponta para a maturidade e a qualidade do ecossistema de inovação no Estado, segundo análise da gestora do programa, Mariana Yasbeck. Ao todo, serão apoiadas 50 startups que desenvolvem soluções para a indústria. Com um ano de duração, a aceleração conta com o patrocínio de quatro indústrias-madrinhas: Cemig, Magnesita, Gerdau e Vale, que vão aportar R$ 1,4 milhão nas startups.

Essa é a primeira edição da nova versão do programa, que ganhou foco no desenvolvimento de produtos e nas soluções voltadas para a indústria. De acordo com a gestora, o programa recebeu 170 inscrições e selecionou 49 empresas de oito estados brasileiros, além de uma empresa da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Elas desenvolvem soluções para diferentes setores e atuam com tecnologias como big data, internet das coisas, computação em nuvem e biotecnologia.

De acordo com Mariana Yasbeck, a conquista de 50% das vagas no programa por empresas mineiras não foi intencional, já que não existia nenhum tipo de reserva. Ela acredita que a grande representatividade do Estado no programa mostra o potencial do ecossistema de inovação em Minas Gerais.

“É um ótimo sinal para o Estado, pois demonstra a maturidade das startups mineiras. Para os negócios mineiros a participação no Fiemg Lab 4.0 será uma oportunidade para interagir com representantes de outros ecossistemas do País”, afirma.

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De acordo com ela, o programa tem um ano de duração. Nesse período, as startups passam por três fases: análise de tecnologia e aplicabilidade; Protótipo Completo Funcional e implementação. Nessa última, a empresa deve apresentar pelo menos uma prova de conceito de aplicação da solução. Os conhecimentos específicos sobre desenvolvimento do negócio também permeiam todas as fases da aceleração.

Na medida em que avançarem pelas fases, as startups selecionadas também acessarão recursos e bolsas de pesquisa. O valor total acessível ultrapassa os R$ 105 mil para as que chegarem até a fase final, sem necessidade de cessão de participação. Ao todo, serão investidos R$ 1,4 milhão no projeto pelas indústrias-madrinhas desta edição: Cemig, Magnesita, Gerdau e Vale. Desse total, R$ 240 mil serão destinados a um fundo, que poderá ser acessado apenas por algumas startups escolhidas pelas patrocinadoras.

Mariana Yasbeck lembra que, além do investimento financeiro e das mentorias, o programa traz um valor imensurável para as startups que é a interação com o mercado. Além da relação direta com as indústrias-madrinhas, as empresas terão acesso a mais de 15 mil outras indústrias que compõem a rede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

A gestora afirma que a expectativa para a primeira edição do Fiemg Lab 4.0 é alta. Ela destaca que as indústrias envolvidas ficaram surpreendidas com a qualidade das startups selecionadas e, por isso, esperam o fechamento de bons negócios.

“Vamos receber startups muito maduras e esperamos que, em um ano, o programa as leve para dentro das indústrias para a aplicação de suas soluções”, finaliza.

Conexão com a indústria abre mercados

A HTS Global é uma das startups mineiras selecionadas no Fiemg Lab 4.0. Com um ano e meio de operação, a empresa comercializa uma plataforma de gestão de compliance, que ajuda as indústrias a absorverem em seu dia a dia as melhores práticas internacionais de compliance.

“A principal dor do mercado é que as empresas têm as informações, mas elas não estão integradas. Nossa plataforma estrutura e integra esses dados e, em seguida, os direcionam para o gestor, auxiliando-o na tomada de decisão”, explica o diretor comercial, Rafael Costa.

O empreendedor afirma que está muito satisfeito em participar do programa porque entende que sua plataforma tem potencial para agregar valor à indústria.

“Ajudamos as indústrias a adotarem as práticas de compliance e, consequentemente, serem mais competitivas. No Fiemg Lab 4.0 poderemos mostrar isso na prática”, comemora. A expectativa de Costa é que a empresa triplique e até quadruplique de tamanho em 2019.

“Nosso motor de crescimento é viral porque agregamos valor aos clientes e eles nos propagam. Com as provas de conceito do programa e a implementação da plataforma poucos meses depois, logo teremos muita divulgação do nosso trabalho”, aposta.

Outra startup mineira que está entre as 50 selecionadas no Fiemg Lab 4.0 é a Órbita, que trabalha com soluções de visão computacional e machine learning para a indústria. A empresa atende diferentes demandas de vários setores e já tem grandes clientes como Gerdau, Magnesita e Vale. No programa de aceleração, ela vai trabalhar com uma nova solução de segurança operacional para evitar acidentes em processos industriais.

De acordo com o CEO da empresa, Leonardo Faria Santos, a aplicação vai atuar na identificação e monitoramento de uso de equipamentos de segurança, da ergonomia e de atividades repetitivas.

“Somos uma startup madura na entrega de várias soluções, mas nesse produto de segurança ainda estamos em fase de desenvolvimento e, por isso, a aceleração será muito importante. Acredito que a conexão com as indústrias vai abrir portas importantes e nossa meta é sair do programa com a solução implantada em pelo menos dois clientes”, afirma.

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