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Minas Tênis Clube suspende venda de destilados após casos de intoxicação por metanol no País

Decisão temporária gera reação do setor de bebidas, que pede rigor contra produtos adulterados e defende segurança de marcas registradas
Minas Tênis Clube suspende venda de destilados após casos de intoxicação por metanol no País
Foto: Reprodução AdobeStock_

O Minas Tênis Clube suspendeu temporariamente a venda de bebidas destiladas em restaurantes e lanchonetes da instituição. A decisão, divulgada em comunicado oficial aos associados, foi tomada “para maior prevenção e cuidado com todos os minastenistas” e segue tendência já adotada por clubes em São Paulo.

A medida ocorre em meio à crescente preocupação com casos de intoxicação por metanol no Brasil, que acenderam alerta sobre a segurança no consumo de destilados. O metanol é uma substância altamente tóxica, presente em bebidas adulteradas e que, em situações graves, pode causar cegueira e até a morte.

Veja o comunicado divulgado pelo clube:

Comunicado do Minas Tênis Clube sobre venda de bebidas destiladas
Foto: Reprodução / Minas Tênis Clube

Com a suspensão, o Minas Tênis Clube se antecipa a possíveis problemas. Em nota, a direção destacou que a medida é temporária e pediu a compreensão e colaboração dos associados.

Setor de bebidas manifesta preocupação com decisão

O presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais (SindBebidas), Mário Marques, disse compreender a preocupação, mas avaliou a medida com ressalvas. “Não vemos isso como a maneira mais correta, já que se trata de um clube de renome. Imaginamos que eles comprem apenas em locais idôneos; essa é a nossa visão”, afirmou.

Segundo Marques, é preciso reforçar que o risco está ligado a bebidas adulteradas e clandestinas, e não a produtos devidamente registrados. “Mais uma vez precisamos mostrar às pessoas que, comprando em locais idôneos e cachaças com rótulo e CNPJ, não há risco, pois todos os lotes são analisados e possuem histórico registrado. Esse tipo de problema não ocorre com a cachaça regularizada”, destacou.

O dirigente acrescentou que o setor se sente prejudicado por decisões que podem gerar desconfiança sobre produtos regulamentados. “São muitos proprietários, empresas e empregos que dependem dessa atividade, e não podemos ser penalizados por um caso que está praticamente comprovado como bebida adulterada e clandestina. Isso não pode ser comparado a produtos artesanais e registrados, que seguem procedimentos adequados e garantem qualidade”, completou.

Diante da gravidade do caso, o SindBebidas cobra das autoridades uma atuação mais rigorosa e contínua para coibir a produção, distribuição e consumo de bebidas falsificadas em todo o País.

Para orientar consumidores e estabelecimentos, o SindBebidas-MG recomenda:

  • sempre exigir nota fiscal, que garante a procedência e a legalidade do produto;
  • evitar bebidas com preços muito abaixo do padrão do mercado;
  • comprar somente em locais de confiança, como supermercados, distribuidoras credenciadas, bares e restaurantes reconhecidos;
  • observar a integridade da embalagem, como lacres, rótulos e dados impressos, lembrando que qualquer irregularidade pode ser sinal de adulteração;
  • descartar garrafas de forma correta, preferencialmente inutilizando a embalagem para evitar reutilização por falsificadores.

Bebida mineira tranquiliza clientes

A Xeque Mate Bebidas publicou uma nota oficial para reforçar o compromisso da empresa com a qualidade e o rigor à todas as normas sanitárias para garantir a segurança da bebida. A empresa lembrou que nenhum caso suspeito envolve falsificação de produto em lata, como é o caso da bebida, mas, com as notícias recentes, quiseram tranquilizar os clientes.

Na nota, a empresa orienta para que os clientes só consumam bebidas envasadas em barris da marca em estabelecimentos credenciados pela própria indústria Xeque Mate Bebidas. A empresa também se solidarizou com a situação atual.

Casos suspeitos aumentam no País

O número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil subiu para 43, segundo o Ministério da Saúde. A pasta determinou a notificação imediata de todas as ocorrências, o que tem acelerado o monitoramento em tempo real.

Do total de registros, 39 casos estão em São Paulo, sendo 10 já confirmados e outros 29 em investigação. Em Pernambuco, há quatro casos sob análise.

Até o momento, foi confirmada uma morte em São Paulo relacionada ao consumo da substância. Outros sete óbitos seguem em investigação, sendo cinco no estado paulista e dois em Pernambuco.

As autoridades de saúde reforçam a importância de evitar o consumo de bebidas de procedência duvidosa. Em São Paulo, clubes sociais e esportivos também restringiram a venda de destilados como forma de proteger seus frequentadores e reduzir riscos.

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