Microfranquias ganham espaço no País em meio à pandemia
A crise econômica desencadeada pela Covid-19 levou muitos profissionais a buscarem uma saída para a diminuição ou total extinção da renda no chamado empreendedorismo de necessidade. Uma das soluções encontradas por muitas dessas pessoas foram as franquias de baixo investimento – as chamadas microfranquias -, cujo aporte médio para abertura de uma unidade é de até R$ 90 mil.
Modelos enxutos, de baixa complexidade, sem a exigência de um ponto comercial e, em boa parte das vezes, voltados para os serviços atraem especialmente os empreendedores de primeira viagem e, neste momento, tem sido também um alívio para as franqueadoras que viram os investidores inseguros retardando a decisão de onde investir.
De acordo com a análise da série histórica da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada com o apoio do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Brasil deve registrar em 2020 o melhor índice de empreendedorismo em 20 anos. Segundo dados fornecidos pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), a busca por esse modelo de negócio cresceu 23,8% em junho, na comparação com o mês anterior.
Cuidados especiais – A rede de cuidadores de idosos e pessoas com necessidades Cuidare Brasil exige investimentos entre R$ 25 mil e R$ 35 mil, dependendo do tamanho da cidade. De acordo com a CEO da Cuidare, Izabelly Miranda, são 74 unidades franqueadas em 20 estados e no Distrito Federal. Com a pandemia do novo coronavírus e as regras de isolamento social, a procura pelos serviços da rede aumentou em 30%. Em Minas Gerais, são quatro unidades implantadas e a meta é ocupar, nesse ciclo de expansão, as cidades polo do Estado.
“Nossa primeira unidade franqueada foi em Belo Horizonte e hoje temos quatro no Estado. Minas Gerais oferece muitas oportunidades. Percebemos que houve um aumento de buscas por candidatos a franqueados. A abertura de novas unidades porém ficou mais complicada porque o treinamento é feito em Natal (RN) e a interrupção das viagens por conta da pandemia paralisou essa parte do processo. Mesmo assim, vamos manter a meta traçada no início do ano, o que já é muito bom” avalia Izabelly Miranda.
Educação – A rede de escolas de idiomas Dank exige um investimento inicial ainda menor: R$ 7.500,00. Segundo a CEO da Dank Idiomas, Mariza Gottdank, a franquia cabe dentro de uma mala. Criada em 2010, é formatada para o modelo home office, com aulas on-line.
O franqueado faz a gestão do negócio e pode cuidar da parte pedagógica ou contratar professores. Em meio à pandemia do novo coronavírus, a rede dobrou de tamanho e a procura de alunos aumentou em 30%. São oito unidades, sendo uma própria e sete franqueadas, espalhadas por São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Goiás e Rio de Janeiro.
“É uma franquia para professores de inglês e pequenos empreendedores, especialmente para os microempreendedores individuais (MEIs). O franqueado leva o serviço ao aluno. Na pandemia passamos para as aulas on-line. A migração foi tranquila para o on-line e isso atraiu as pessoas que queriam trabalhar remotamente durante a pandemia. Recebemos muitas pessoas que estavam em franquias maiores, mas que precisaram fechar. Vamos encerrar 2020 melhores do que prevíamos no início do ano. O nosso modelo sempre foi levar o curso ao aluno, mas a opção on-line sofria muita resistência de alunos e professores. Em Minas Gerais temos um convênio com a Vale e queremos expandir para o Estado, inclusive com outros clientes corporativos”, explica Mariza Gottdank.
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