Minas é líder em potência instalada de fotovoltaica na GD

12 de fevereiro de 2021 às 0h25

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Catta Preta destacou que Minas Gerais vivencia um crescimento exponencial junto ao setor | Crédito: Divulgação/Absolar

MARA BIANCHETTI

Minas Gerais lidera o ranking dos estados brasileiros com maior potência instalada de energia solar na geração distribuída (GD). Mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) indica que o Estado possui 862,9 megawatts (MW) em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. E a tendência é que o valor aumente ainda mais, dado o volume de investimentos esperados para o setor.

Para se ter uma ideia, a potência instalada de energia solar em telhados e pequenos terrenos em Minas responde sozinha por 18,5% de todo o parque brasileiro de energia solar distribuída. Ao todo, o Estado possui 74.511 conexões operacionais, espalhadas por 840 municípios, ou aproximadamente 98,5% das 853 cidades do território mineiro.

Atualmente, são cerca de 103.733 consumidores de energia elétrica que fazem uso da energia alternativa e contam, inclusive, com redução na conta de luz. Número que tende a aumentar, já que são grandes os investimentos na modalidade no Estado.

De acordo com o coordenador estadual da Absolar em Minas Gerais, Bruno Catta Preta, o Estado é um importante centro de desenvolvimento de energia solar no País. Segundo ele, a tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de desenvolvimento sustentável, econômico e social.

“Em Minas, vários fatores convergem para essa liderança, como as ótimas condições climáticas. O Estado tem um dos melhores índices solarimétricos do País, bons integradores que são as empresas que fazem os projetos e as instalações e uma legislação estadual que incentiva os negócios de energia solar com isenção do ICMS para projetos até 5 megawatts. Há ainda fabricantes de estruturas, de acessórios, além de empresas distribuidoras dos produtos oferecendo um leque completo de opções ao mercado”, explicou.

Catta Preta destacou que Minas vivencia um crescimento exponencial junto ao setor, que é o que mais cresce no Brasil, com empresas da área ampliando investimentos e de outros setores abrindo divisões especializadas em energia solar, o que certamente promove o aumento da potência instalada.

Entraves – Ainda assim, o setor enfrenta algumas dificuldades, como a oferta de linhas de transmissão e o parecer de acesso à rede, ou seja, a autorização da concessionaria de energia elétrica para o usuário conectar seu sistema de energia solar a rede de distribuição.

Por fim, o coordenador estadual da Absolar lembrou que a modalidade é relativamente nova no Brasil, tendo sido regulamentada através da Regulação Normativa 482/2012, e neste curto período de tempo o mercado vem se desenvolvendo muito bem.

Conforme ele, o Brasil fechou 2020 na 16º posição mundial em capacidade acumulada. Já em 2021 serão adicionados mais de 4,9 gigawatts (GW) de potência instalada, somando as usinas de grande porte e os sistemas distribuídos. Isso representará um crescimento de mais de 68% sobre capacidade instalada atual do País, hoje em 7,5 GW.

“Para a geração distribuída solar fotovoltaica, a entidade projeta um crescimento de 90% frente ao total já instalado até 2020, passando de 4,4 GW para 8,3 GW. Já a geração centralizada tem um crescimento previsto de 37%, saindo dos atuais 3,1 GW para 4,2 GW. Considerando as condições propícias para o avanço da energia solar fotovoltaica em Minas, o crescimento no Estados deverá ser proporcional ou ainda maior do que a média projetada para o País”, revelou.

GreenYellow faturou R$ 166 milhões

Apesar de 2020 ter sido um ano desafiador por causa da pandemia da Covid-19, para a GreenYellow, multinacional francesa especializada em Eficiência Energética, Energia Solar, Comercialização e Gestão de Energia, os números foram positivos. No ano passado, a empresa obteve faturamento de R$ 166 milhões no Brasil, o que representou um crescimento de 77% com relação a 2019.

A GreenYellow encerrou 2020 com um total de 19 usinas fotovoltaicas e 50 MWp. Somando as que já estão conectadas e as que estão em construção, até o final de 2021, a companhia terá um total de 27 plantas solares no mercado brasileiro com capacidade total de mais de 120 MWp.

No ano passado, a GreenYellow anunciou relevantes contratos no segmento de energia solar com empresas de diferentes nichos, como o Grupo Fleury (Saúde), Claro e Oi (Telecom), bem como Magazine Luíza e Assaí no setor de Varejo.

A empresa cresceu também em número de funcionários, saindo de 113 pessoas em 2019 para 140 no final de 2020, principalmente nas áreas comerciais e de engenharia, reforçando a expectativa de crescimento da empresa.

Para o segmento da Eficiência Energética, de acordo com o diretor-presidente da GreenYellow, Pierre-Yves Mourgue, a multinacional francesa que está presente no Brasil há seis anos, conta em sua carteira com o total de 1.400 contratos de performance energética, o que a levou a um crescimento de 40% no período.

“Até o final de 2019, tínhamos alcançado a marca de 1 mil contratos e, no lapso de apenas um ano, conseguimos fechar mais 400. Vale destacar que essa performance ocorreu em um ano muito atípico, com uma pandemia, o que geralmente leva acordos a ficarem congelados ou na gaveta, à espera do reaquecimento do mercado”, afirma o executivo.

Essa área de Eficiência Energética da GreenYellow, segundo Pierre-Ives Mourgue, apresentou resultados favoráveis para a companhia e também para os clientes, que tiveram uma economia no consumo de energia no ano no patamar de mais de 230 GWh, ou seja, R$ 130 milhões.

“Além das soluções que já disponibilizávamos ao mercado, passamos a oferecer soluções digitais em nosso portfólio, como toda a linha EasyEnergy (monitoramento de consumo de energia on-line) e EasyTemp (controle de temperatura on-line), entre outras. A inciativa de lançar produtos novos em plena pandemia nos desafiou muito, mas mostrou ser a melhor decisão. E nos próximos meses teremos mais novidades a caminho, como novos modelos de negócios em retrofit de utilidades, com foco na indústria e no varejo”, afirma Mourgue.

Com o trabalho de mais de um ano como comercializadora de energia no Mercado Livre, a GreenYellow fechou, no segundo semestre de 2020, um acordo (PPA de 15 anos) com a CGN Brasil, que totalizou R$ 232 milhões.

Para sustentar sua atividade, o investimento da GreenYellow ao longo de 2021 no Brasil será de R$ 350 milhões – sendo R$ 270 milhões especificamente para projetos de energia fotovoltaica.

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