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Minas Gerais teve abertura de 63 novas farmácias por mês no primeiro semestre

O estudo ainda aponta para a abertura de mais de 5 mil operações em todo Brasil
Minas Gerais teve abertura de 63 novas farmácias por mês no primeiro semestre
Foto: Drogaria Araujo / Divulgação

Minas Gerais registrou 380 aberturas de farmácias ao longo do primeiro semestre, o equivalente a 63,33 lojas por mês. De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 65,26% das novas unidades são de microempresas do setor varejista farmacêutico.

As outras operações mineiras estão enquadradas como empresas de pequeno porte (EPPs) (18,42%) e demais modelos (16,32%).

O montante equivale a 6,97% do total observado no Brasil, com 5.454 novas operações no País. Assim como no Estado, a maioria (71,04%) das novas farmácias brasileiras são microempresas. Outros 16,08% são formados por EPPs e 12,83% compõem as demais categorias.

Mudança de comportamento no pós-pandemia explica alta

A analista do Sebrae Minas, Patrícia Delgado, avalia que esse número registrado no Brasil pode ser considerado elevado, uma vez que ele equivale a 22 novas unidades por dia.

Para ela, existem inúmeros motivos que podem explicar esse desempenho. Um dos fatores citados está relacionado à mudança comportamental das pessoas, principalmente, no pós-pandemia. Segundo a analista, houve um aumento em relação aos cuidados pessoais e, consequentemente, do uso de medicamentos.

Patrícia Delgado destaca alguns casos, como o das pessoas da Geração Z, que têm apresentado consumo mais desinibido de medicamentos, como relaxante muscular, no intuito de aliviar as tensões do dia a dia.

O consumo de medicamentos também foi impactado, segundo ela, pelas elevadas horas de trabalho registradas no pós-pandemia.

“O trabalho acumulado também traz esse movimento. As pessoas acabam consumindo mais medicamentos. Nós estamos vendo muitas questões como estresse, burnout, além de transtornos como o TDAH em crianças”, aponta.

A analista explica que esse consumo elevado de medicamentos tem sido interpretado por alguns empresários, principalmente do varejo farmacêutico, como uma oportunidade de venda e de crescimento. “Acabam oportunizando a abertura de novos negócios, como farmácias”, completa.

Além disso, as farmácias não se limitam a comercializar apenas medicamentos. Na visão de Patrícia Delgado, elas se tornaram um negócio mais amplo que também passou a oferecer outros serviços. “Em uma farmácia, hoje em dia, nós encontramos de tudo”, relata.

Competição e canibalização

Para ela, o futuro dessas operações vai depender da forma como elas irão se comportar. “O comportamento do empreendedor vai ditar muito o que vai acontecer nesse meio”, disse.

A analista do Sebrae Minas avalia que, em casos onde há muitas lojas próximas umas das outras, pode haver uma união entre elas – com a formação de uma associação ou cooperativa –, mas também o surgimento de um ambiente de concorrência, com a competição de preços.

Quanto ao risco de canibalização no mercado, Patrícia Delgado ressalta que o empreendedor preparado tende a fazer uma análise de mercado para decidir onde abrir a nova unidade. Para ela, esse comportamento, de evitar locais com grande concorrência, poderá gerar uma estabilidade no mercado ao longo do tempo.

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