Minas leva protagonismo à COP30 com pavilhão temático
O Instituto Bem Ambiental (Ibam), sediado em Belo Horizonte, será responsável por liderar o Pavilhão Cidades Resilientes, espaço oficial da COP30, em Belém (PA), dedicado à discussão e demonstração de soluções urbanas para adaptação climática. A iniciativa, presidida por Sérgio Myssior e com curadoria do Grupo MYR, de Minas Gerais, marca o primeiro pavilhão brasileiro com foco técnico em planejamento urbano resiliente e soluções baseadas na natureza, conectando ciência, inovação e justiça social.
“Enquanto as florestas amazônicas simbolizam o equilíbrio planetário, é nas cidades que a crise climática se manifesta de forma mais direta e impacta milhões de pessoas”, afirma Myssior. Para o Ibam, sediar o pavilhão na Blue Zone da ONU representa uma oportunidade histórica para projetar o protagonismo brasileiro – e mineiro – na agenda global.
Durante os dez dias da conferência, o pavilhão reunirá autoridades, cientistas, universidades, entidades técnicas e organismos de financiamento internacional, consolidando-se como plataforma de cooperação entre governos locais e instituições multilaterais. A programação inclui mais de 50 atividades, entre painéis, palestras e exposições, com participação de representantes do Brasil, Canadá, França, México, Alemanha, Bélgica e Colômbia.
A curadoria técnica é assinada pelo Grupo MYR, pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e pelo Conselho Federal de Química (CFQ). O objetivo é mostrar como ciência, inovação e planejamento urbano podem transformar o futuro climático das metrópoles com justiça social e ambiental, destaca o diretor-executivo do Ibam, Thiago Metzker.
O protagonismo das cidades será um dos eixos centrais da COP30. Mais de 55% da população mundial vive em áreas urbanas, responsáveis por 75% das emissões globais de CO₂, segundo dados da ONU-Habitat e do IPCC. No Brasil, 85% da população está concentrada em cidades, e metade dos municípios (2.807 dos 5.570) enfrenta alta vulnerabilidade climática, de acordo com o Simaclim (MCTI, 2025).
Entre 1990 e 2024, os eventos extremos triplicaram, provocando R$ 132 bilhões em prejuízos e afetando 8,2 milhões de pessoas, conforme levantamento do Cemaden e Ipea.
Programação
Nos primeiros dias, o foco será o planejamento urbano sustentável, com discussões sobre mobilidade de baixo carbono, habitação resiliente e infraestrutura verde. Serão lançados projetos como a Plataforma Cidades Resilientes, voltada à integração de municípios brasileiros em políticas locais de adaptação.
A partir de 13 de novembro, os painéis abordarão temas como saúde urbana, justiça social, segurança alimentar e governança local, com participação da Fiocruz, Fundação Dom Cabral e Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
De 15 a 17 de novembro, o CFQ coordenará painéis sobre descarbonização e química verde, destacando o papel da indústria e da inovação tecnológica na transição climática. A programação se encerra com debates sobre biodiversidade, gênero, juventude e inclusão de comunidades indígenas e negras nas políticas de adaptação.
Entre os lançamentos previstos estão o Guia de Arquitetura Climática Adaptativa (CAU/BR), os Padrões de Descarbonização Industrial (CFQ) e o documentário “Rota das Mudanças Climáticas”, que retrata experiências urbanas de adaptação em diferentes regiões do País.
O Pavilhão contará com uma ampla rede de parceiros brasileiros e estrangeiros, entre eles: Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD),Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), Fundação Dom Cabral (FDC), Fiocruz, PUC-Rio, UFABC, Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), Prefeituras de Fortaleza, Niterói e São Luís, Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, hub.brussels, Arquitetos pela Moradia e Instituto da Cidade.
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