Mineira JAH Açaí prevê faturamento de R$ 130 milhões em 2024

A rede mineira de franquias JAH Açaí, Sorvetes e Picolés projeta encerrar este ano com R$ 130 milhões de faturamento. Atualmente, a empresa fundada em 2009 pelo empresário Diego Dutra na cidade de Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas Gerais, possui 160 unidades em operação distribuídas por 13 estados brasileiros.
Um dos grandes diferenciais da marca é a oferta de produtos naturais sem conservantes ou gordura vegetal, além de opções zero açúcar. A expansão da marca no mercado nacional ocorreu motivada, principalmente, pelo lançamento de um novo conceito exclusivo de self-service, chamado “açaí turbinado”, que permite aos clientes personalizarem suas porções com uma variedade de toppings da forma que preferirem.
A empresa atua no mercado de franchising desde 2015 e disponibiliza quatro modelos de negócios para os franqueados. São eles: loja, quiosque, container e store in store. Além disso, o JAH possui duas unidades fabris localizadas em Belo Horizonte e em Sorocaba, no interior de São Paulo.
O cofundador e CEO da empresa, Rafael Corte, destaca que a rede tem como visão atender da melhor forma possível tanto os empresários parceiros da marca quanto os clientes. Ele também ressalta que a rede de franquias, diferente de outras do setor, não tem como meta o crescimento a todo custo.
“Nós somos uma franqueadora que pensa, primeiramente, em ajudar o franqueado a ganhar dinheiro para depois a empresa ganhar”, pontua.
Corte lembra que, inicialmente, a empresa contava com um plano estratégico de atingir cidades com mais de 70 mil habitantes e renda per capita acima de R$ 20 mil, além de outros critérios sócio-demográficos.
Considerando esses fatores e a estimativa de criar, em média, uma loja a cada 100 mil habitantes, o resultado, segundo o empresário, é de 900 a 1,2 mil lojas em potencial nas cidades mapeadas.
“Honestamente, eu acredito que esse número é super factível e possível de alcançar. Esse é um número que nós buscamos e eu acredito que vamos alcançar, mas, hoje, a nossa primeira preocupação está na qualidade das lojas”, ressalta.
O CEO do JAH ainda explica que, mais difícil que abrir novas lojas, é conseguir manter a mesma qualidade em todas as operações. Na visão do empresário, o papel de uma franqueadora é desenvolver e preparar pessoas para gerir um negócio.
Pensando nos próximos anos, Corte estima encerrar 2025 com até 250 unidades em operação no País e atingir a marca de até 400 lojas até o final de 2026.

Importância de Minas para o JAH
Corte também destaca a importância do mercado mineiro para a empresa, uma vez que o Estado é o local de origem da marca e responde por aproximadamente 40% das lojas da rede, com 57 operações. Ele lembra que durante o período da pandemia de Covid-19 Minas Gerais foi tratado como prioridade da empresa.
“Quando a pandemia começou, nós já estávamos em alguns estados, mas não sabíamos o que fazer. Então nós decidimos que, se acontecer alguma coisa, não poderíamos perder Minas Gerais, pois foi onde a empresa nasceu. Nós até fecharíamos em outros estados para depois recomeçar em Minas”, relata.
O executivo avalia que o fato de a empresa ser mineira contribuiu para o estabelecimento de uma boa relação, primeiramente, com os franqueados do Estado e, em seguida, com o público local. Isso impacta no crescimento orgânico da rede, com as pessoas conhecendo a franqueadora e se interessando pelo modelo de negócio.
Outro ponto destacado por Corte são as áreas no Estado, como a região Sul, que ainda não foram mapeadas pela empresa e oferecem grandes oportunidades para a rede de franquias. Ele afirma que a marca tem moldado as lojas para entrarem nesses mercados e aproveitar todo esse potencial.
“Até então, nós tínhamos acertado que iríamos abrir lojas em cidades com mais de 70 mil habitantes. Mas agora nós estamos abrindo em cidades menores com todo o cuidado para o franqueado ganhar dinheiro e isso vem dando muito certo”, explica.
O CEO do JAH afirma que a empresa já está preparada para atuar em municípios menores. Isso porque a marca possui diferentes modelos de operações que vão de um quiosque de oito metros quadrados (m²) até uma loja com 200 m² de área. “Dentre os maiores faturamentos da rede podemos encontrar unidades de todos os tipos, como quiosques, lojas, operações no interior do Brasil e nas capitais”, relata.
Um exemplo citado pelo empresário foi o caso de um franqueado em Belo Horizonte que possui uma loja no DiamondMall e na rodoviária, o que permite trabalhar com públicos distintos, mas apresentando uma boa performance em ambas operações.

Sobre o JAH e seus fundadores
O JAH é uma rede de franquias de açaí, sorvetes e picolés que nasceu em 2009, na cidade mineira de Conselheiro Lafaiete, pelo empresário Diego Dutra. Corte lembra que, antes de fundar a empresa, Dutra trabalhava como eletricista em uma mineradora.
O empresário mineiro, então, deixou seu antigo trabalho para realizar o sonho de empreender, vendendo um produto que, até então, não era muito popular. Em 2010 Dutra passou a comercializar sorvetes visando atender a demanda que havia por este produto. Já no ano seguinte ele deu início à adoção do modelo self-service nas lojas, sendo uma das primeiras redes de açaí a implementar esse serviço no Brasil.
Porém, conforme relata Corte, essa primeira tentativa acabou não dando certo, uma vez que o produto, consumido a quilo, muitas vezes acabava ficando mais caro do que o esperado pelos clientes. Esse revés fez com que o fundador tivesse que apostar em outra estratégia inovadora para o mercado nacional, a utilização de máquinas de sorvete expresso no modelo self-service de açaí, o que contribuiu para o crescimento da rede.
Assim como Dutra, o CEO do JAH também não atuava nesse mercado antes de entrar no negócio. Corte lembra que, antes de ser empreendedor, ele sonhava em se tornar um alto executivo de uma grande empresa multinacional e chegou a trabalhar em companhias como Shell, Embraer, Raizen e Monsanto.
Quando saiu de seu último emprego, em meados de 2013, ele convenceu a família a investir em uma máster franquia de paleta mexicana – eles chegaram a desembolsar cerca de R$ 500 mil em taxas de franquias pelo direito de explorar o mercado de Minas Gerais.
Segundo o empresário, ele chegou a abrir 10 lojas no Estado, mas o projeto não funcionou, devido à falta de apoio da franqueadora e de experiência no mercado. Ele então decidiu assumir uma dívida de R$ 300 mil, equivalente ao valor dos equipamentos das unidades, e pegar empréstimos com outras pessoas para apostar em outra marca de sorvetes e picolé chamada Penguins.
Enquanto procurava canais de vendas para o novo negócio, Corte se depara com duas unidades do JAH em Conselheiro Lafaiete. Inicialmente, a intenção era de apenas formar uma parceria, no entanto, com o passar do tempo, passou a notar o potencial de crescimento tanto da marca quanto do produto.

Modelo de negócio
A rede mineira de franquias oferece diferentes opções de unidades para quem está interessado em se tornar um franqueado da marca. Apesar das diferenças entre as operações, todas apresentam lucratividade média entre 20% e 30%, com prazo de retorno de investimento entre 12 e 24 meses.
Além disso, também são cobradas 2% de taxa de publicidade e 5% de royalties. Para todos os modelos são necessários quatro funcionários no local e 60 dias para implantação da nova unidade.
O investimento inicial necessário para abrir uma loja de rua ou de shopping de 35 m² é de R$ 350 mil. Isso inclui taxa de franquia, maquinário, mobiliário, projeto arquitetônico, primeiro estoque e enxoval de marketing. No caso das operações presentes em malls, o valor também engloba os custos do shopping, Concessão de Direito de Uso (CDU), marketing inaugural e obras.
Vale lembrar que a taxa de franquia de ambos os modelos é de R$ 40 mil. Já o faturamento médio dessas operações é de R4 70 mil por mês.
Para quem deseja abrir um quiosque do JAH, de oito metros quadrados, é preciso investir, pelo menos, R$ 280 mil no projeto, o que inclui todos os serviços citados anteriormente. A taxa de franquia é no valor de R$ 40 mil e o faturamento médio mensal está em R$ 70 mil.
Outra opção são as operações em containers, a partir de 15 m². Nesse caso, o investimento inicial é de R$ 380 mil; taxa de franquia no valor de R$ 40 mil e faturamento médio de R$ 70 mil por mês.
A empresa também está apostando no modelo store in store, ou loja dentro da loja, com tamanhos a partir de quatro metros quadrados. Os franqueados deste tipo de unidade devem investir, pelo menos, R$ 150 mil para abrir uma operação da marca. Tanto a taxa de franquia quanto o faturamento médio mensal é de R$ 40 mil.
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