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Mineira Onfly inaugura sede na região Leste de BH

Objetivo é ser um local de trabalho, sim, mas, sobretudo, de experiências
Mineira Onfly inaugura sede na região Leste de BH
Espaço, localizado no Santa Efigênia, tem 550 metros quadrados, comporta até 100 pessoas e consumiu aporte de R$ 400 mil | Crédito: Divulgação/Onfly

Nascida para intermediar encontros, a Onfly, startup mineira especializada em viagens corporativas, inaugura uma nova sede para reunir colaboradores, clientes e parceiros. O espaço de 550 metros quadrados, no bairro Santa Efigênia, na região Leste, comporta até 100 pessoas e consumiu investimento de R$ 400 mil.

De acordo com o CEO da Onfly, Marcelo Linhares, o objetivo é ter um lugar que proporcione a interatividade física e, com isso, estimular as pessoas a estarem ali presentes, incluindo clientes e fornecedores da companhia.

“Acreditamos muito que o modelo de trabalho híbrido fica, mas também que as conexões pessoais, as experiências entre as pessoas, o café junto não são substituíveis. Isso cria uma empresa mais engajada, pessoas que se importam umas com as outras. No final, somos seres humanos e temos necessidade das conexões e das relações. O ser humano precisa interagir. Através das telas do computador a relação não é completa. Acreditamos na força do ecossistema”, explica Linhares.

O espaço, aberto para ser utilizado sem custos pelos parceiros, é composto por bar, café, áreas com televisão, jogos como sinuca, sofás e pufes para convivência, além das estações de trabalho. Janelões de vidro, do rodapé ao teto, dão vista para um conjunto de árvores. A expectativa é que a estrutura seja ampliada para mais um andar.

A nova sede vai abrigar também encontros com profissionais do mercado e especialistas para a troca de conhecimento. A ideia é que, a cada dois meses, uma referência seja convidada para um bate-papo com um grupo de colaboradores, clientes e fornecedores.

“Ainda que seja difícil mensurar o impacto direto no negócio, é certo que a nova sede tem esse papel ao ser esse ambiente de encontros que acaba gerando engajamento e inovação. Nem tudo é ‘metrificável’, mas existe.Temos que ter um pouco de fé. Nem tudo é número. O negócio deve ser orientado pelos resultados, mas também pelas pessoas”, destaca.

A nova sede da Onfly parece integrar um movimento maior das empresas de base tecnológica que querem crescer e se manter na cidade e estão buscando espaços em regiões tradicionais, próximas ao Centro, algumas, inclusive, em prédios históricos. Em dezembro do ano passado, a gigante Hotmart se mudou para o Palácio do Rádio, no bairro Floresta, também na região Leste.

O imóvel, de 14 mil metros quadrados, já abrigou a extinta TV Itacolomi, a Rádio Guarani, a TV e o Teatro Alterosa. A fachada tombada foi recuperada, o espaço ganhou três novos pisos e oferece 1.200 estações de trabalho, estúdios de gravação para áudio e vídeo, com camarim e salas técnicas, biblioteca, sala para amamentação, espaço kids, sala de massagem, manicure e barbearia, espaço para descompressão e espaços multiúsos.

Já em fevereiro deste ano, a Stoque, empresa que desenvolve soluções de automação inteligente e digitalização de processos e documentos, passou a ocupar os três últimos andares do Edifício Banco da Lavoura, em frente ao Palácio das Artes, na avenida Afonso Pena (Hipercentro). O espaço histórico, que abrigou durante anos o antigo Teatro Casanova, passou por um intenso trabalho de retrofit, ao custo de R$ 3 milhões.

“Estamos crescendo com segurança, e Belo Horizonte é a nossa casa. Queremos ficar aqui. Nunca tivemos aquela ânsia de crescer vertiginosamente, buscamos a perenidade com o foco na qualidade dos nossos serviços que têm na tecnologia uma ferramenta. Esse movimento das startups pode indicar um certo amadurecimento do mercado e do nosso ecossistema”, pontua o executivo.

Criada em 2018, a Onfly foi atingida pela pandemia quando os negócios passavam pelo primeiro grande ciclo de crescimento, o que colocou a empresa em xeque. A trajetória de crescimento, porém, foi retomada. A startup recebeu o prêmio internacional Hot 25 Startups para 2022, concedido pela Phocuswright, empresa conceituada de pesquisas do setor de turismo e viagens.

Em 2021, a empresa recebeu aporte de R$ 2 milhões do fundo Cedro Capital e mantém no planejamento a participação em novas rodadas de captação. A Onfly terminou o ano com 300 clientes recorrentes. Para 2022, a meta é chegar a 900.

“Temos uma equipe com 94 pessoas e já movimentamos R$ 180 milhões em volume transacionado. Crescemos dez vezes em relação ao período pré-pandemia. Estamos muito otimistas para o futuro, apesar da inflação. As viagens corporativas são menos sensíveis em relação ao custo do que o turismo de lazer. Havia uma ideia de que as viagens corporativas iam acabar com o advento das reuniões remotas, mas foi isso que vimos. As pessoas estavam presas e querendo sair e os negócios precisam do contato pessoal”, afirma o CEO da Onfly.

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