Mineiros “inventam moda” e se apresentam como “neouniversidade”

A revolução tecnológica que atravessou o século passado e se tornou ainda mais acelerada no século 21 foi pouco absorvida pelo sistema formal de educação. O modelo de salas de aula com um professor à frente e alunos sentados escutando uma aula expositiva ainda segue forte. A Covid-19, porém, empurrou todos para uma digitalização forçada e a virtualização da escola foi inevitável nesse período.

Os cursos longos, currículos engessados e dificuldade na aplicação dos conhecimentos à realidade do mercado de trabalho são alguns dos problemas observados no formato tradicional. Agora, novos modelos de universidades começam a surgir com foco na entrega de valor para estudantes e empresas empregadoras.

Sediada em um hub de inovação na região Noroeste – o Órbi Conecta –, a Sirius Educação se apresenta como uma “neouniversidade”. O termo é uma referência aos “neobanks”, bancos digitais recém-surgidos, que também apostaram na ruptura de padrões.

De acordo com o CEO da Sirius, Arnobio Morelix, essas universidades se caracterizam pelo uso intensivo de tecnologia, ensino baseado em resolução de problemas e na criação, flexibilidade e conexão direta com desafios das empresas empregadoras. A Sirius Educação é uma escola especializada na formação e capacitação na área de tecnologia, com foco em Ciência de Dados e Inteligência Artificial.

“Nossa resposta traz cinco elementos: global e distribuída; baseada em criação e não em consumo; focada no portfólio e aprendizado em comunidade. E, também, um modelo de negócio baseado em experimentação. No nosso caso tem parceria com as empresas. O modelo é híbrido com aulas on-line e o networking presencial. Temos imersões nos EUA e Brasil e fóruns em ciência da decisão”, explica Morelix.

A edtech, que tem escritório no Vale do Silício (EUA), recebeu nota máxima do Ministério da Educação (MEC) neste ano, o que a coloca entre as 2,2% mais bem avaliadas Instituições de Ensino Superior do País. A Sirius está se posicionando como a primeira neouniversidade da América Latina e entrou também na lista das top 100 Edtechs da América Latina pela HolonIQ em 2022. A startup apresenta taxa de empregabilidade de 97%.

Nesse momento, a neouniversidade está com inscrições abertas para o curso de pós-graduação “Master in data e data decision”, criado para profissionais que desejam realizar análises mais profundas aplicando técnicas de estatística e usando ferramentas de big data e machine learning, para solucionar problemas e encontrar respostas para perguntas de negócios – independentemente de qual for sua área de atuação. Para o segundo semestre de 2023, a Sirius já está autorizada a abrir duas graduações.

“Esse curso que está aberto é uma pós-graduação para líderes não técnicos alcançarem crescimento através de ciência de dados. Formam o tripé da metodologia utilizada: projetos aplicados, construção de networking e compromisso de longo prazo com a carreira do aluno”, pontua.

Todo esse avanço, claro, demanda mão de obra capacitada em quantidade. Assim como quase todas as empresas, a Sirius também enfrenta a escassez de mão de obra.

Para promover a geração de talentos, além dos próprios cursos, a edtech realiza o Minas Tech Day em parceria com o governo de Minas e o hub Órbi Conecta, com o objetivo de avançar na construção de um ambiente inovador no Estado, capaz de posicionar Minas como protagonista na transformação digital que estamos vivendo. Também realiza vários bootcamps – uma série de masterclasses sobre carreira e uma sessão de mentoria com os fundadores da Sirius. O próximo, gratuito, está com inscrições abertas no link.

“Mão de obra para tecnologia é um dos maiores desafios no Brasil e no mundo. No nosso caso, temos sido abençoados no recrutamento. A missão de revolucionar a educação é muito animadora. Não é um grupo grande de pessoas que se interessam por tecnologia e educação ao mesmo tempo, mas para essas pessoas, talvez sejamos o melhor lugar”, afirma o CEO da Sirius Educação.