Mineração e setor automotivo alavancam indústria da borracha

Os setores automotivo e da mineração estão puxando o crescimento da indústria de artefatos de borracha em Minas Gerais. A alta nas vendas foi acima do esperado e o setor espera crescer 3% neste ano. As informações são do presidente do Sindicato das Indústrias de Artefatos e Beneficiamento de Borracha e Elastômeros no Estado de Minas Gerais (Sinborminas), Élcio Fortunato.
Só no primeiro trimestre, conforme informações do presidente, a alta foi de 5,5% se comparado com o mesmo período do ano passado. A expectativa é de que nos quatro primeiros meses do ano o aumento gire em torno de 5% também. “A demanda esteve crescente nestes períodos, permitindo um leve crescimento em relação ao previsto, muito puxado pela economia que apresentou algumas melhoras”, relatou.
Segundo Fortunato, o avanço na mineração se deu pelo aumento das exportações de minério de ferro, beneficiadas pelo câmbio, fazendo aumentar a demanda do setor. “As mineradoras têm atuado fortemente nas manutenções das suas usinas e boa parte do nosso setor trabalha ligado à mineração”, disse.
Outro fator que contribuiu positivamente neste início de ano, segundo o presidente do Sinborminas, foram os resultados positivos do setor automotivo, que em Minas Gerais é puxado pela Stellantis. “Houve um crescimento nas vendas de automóveis acima do previsto no primeiro quadrimestre deste ano, o que nos beneficiou”, pontuou.
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Entretanto, o bom desempenho deve se concentrar na primeira metade de 2025 e a expectativa é que no segundo semestre já haja uma redução da demanda. “Mesmo assim, estamos esperando fechar o ano com crescimento de 3%”, ressaltou Fortunato.
Produtos asiáticos são concorrentes “vorazes”
Apesar da evolução, o setor está atento aos desafios. As incertezas e a instabilidade da economia do País deixam os empresários apreensivos para avançar em investimentos. Segundo Fortunato, a reforma tributária não deixa claro o que está por vir e a alta taxa de juros afeta o setor. “Somos um setor dependente dos bens de consumo, ou seja, os automóveis, os eletrodomésticos e boa parte dessas compras são feitos de forma financiada. Assim, se a taxa de juros aumentar ainda mais, pode provocar uma retração nesse mercado”.
As importações de produtos asiáticos são outra preocupação. Conforme alertou o presidente do Sinborminas, a entrada destes produtos tem se dado de forma muito “voraz”, aumentado a concorrência e prejudicado a indústria brasileira, sobretudo a de polímeros. “Minas é uma região de alta demanda, um polo comprador importante e os asiáticos têm atuado fortemente neste mercado”, alertou.
Como as indústrias de modo geral, a mão de obra é outro desafio. Há vagas abertas, pouco pessoal e baixa qualificação. “Faltam investimentos na preparação dessa mão de obra e isso prejudica nossa competitividade em relação aos países asiáticos. “
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