Modalidade de investimento amplia possibilidades no mercado de capitais

Existem diferentes possibilidades de investimento em tokens. Bancos e empresas já fazem emissões de valores mobiliários na forma de tokens para comercializar papéis de dívida corporativa, imóveis e outros ativos.

Assim como as criptomoedas, os tokens podem ser comprados e vendidos por meio de aplicativos de bancos que oferecem o serviço ou em corretoras cripto, também chamadas de exchanges, nas quais a movimentação de recursos requer baixar uma carteira digital ou wallet.

Governos de todo o mundo já desenvolvem projetos para criar as suas moedas soberanas digitais. O Real Digital é um dos mais avançados do mundo e deverá chegar para o uso geral da população no fim de 2024.

E, em junho de 2023, a B3  lançou uma plataforma para emissão, registro e negociação de ativos tokenizados. A iniciativa nasceu com a primeira tokenização de ativo regulado no País, que são tokens que representam uma debênture (título de dívida de uma empresa) emitidos por uma instituição financeira. Essas debêntures foram digitalizadas e disponibilizadas em uma rede blockchain.

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As transações de tokens utilizam a tecnologia smart contracts (contratos seguros) para garantir a execução de cláusulas de contratos e minimizar possíveis riscos para o investimento.

Em Minas, empresas já usam tokens como opção de investimento

Existem vários tipos de token: o payment token, que está associado às criptomoedas, como um meio de pagamento e o security token, para a transação de ativos negociáveis, como ações ou imóveis; por exemplo.

Esse é o caso da MGI Energia Solar, do grupo Pacto Energia S/A. Utilizando expertise 100% brasileira, a companhia tornou-se a primeira empresa em Minas Gerais a concluir com sucesso a transição de sua estrutura de Ltda para o modelo de Sociedade Anônima (SA) tokenizada, emitindo ações digitais utilizando a tecnologia blockchain.

A operação vai acontecer dentro da plataforma da Trustt Digital. O investidor interessado se inscreve na plataforma, analisa o projeto com captação em andamento, decide a quantidade de ações tokenizadas (reguladas) que deseja investir e efetua a reserva, neste momento o contrato já é emitido. Com o pagamento adimplente o investidor recebe suas ações.

Conforme o Controller da Pacto MGI, Weldon de Souza, a tokenização era um desejo antigo da companhia que foi adiado pela pandemia. 

“É um processo que abre um leque de opções e a mais importante delas é ter acesso a um nicho maior de investidores. Esse investidor vai atuar como um sócio da empresa. A partir dessa visão, buscamos parceiros e encontramos a Trustt, que fez a sua própria tokenização. A nossa opção foi tokenizar as ações e não os ativos”, explica Souza.

Acostumado a fazer um trabalho “educativo” junto às empresas, o CEO da Trustt Digital, Michel Vitale, avaliou o grau de maturidade da MGI para aderir ao modelo de tokenização e como isso torna o processo mais fácil e melhora a expectativa de resultados. 

“A MGI sabia o que queria, a aplicação, tinham feito a lição de casa e nós ajudamos com assessoria. Outras empresas costumam exigir um nível de consultoria muito mais alto. A gente precisa envelopar dentro da lei uma tecnologia que já existe e todos usamos”, destaca Vitale. 

Com uma unidade em Uberlândia (Triângulo Mineiro) e outra em implantação em Belo Horizonte, a rede BUDDHA SPA aderiu à modalidade “utility token”, que tem como função conceder acesso a um produto, no caso programas de fidelidade, por exemplo.

Segundo o CEO BUDDHA SPA, Gustavo Albanesi, após ter sido pioneira no segmento de bem-estar a aceitar pagamento em criptomoedas, a rede aderiu a tokenização através da blockchain, disponibilizados na plataforma Foxbit.

“A cada massagem realizada, um token será distribuído para a comunidade, proporcionalmente à quantidade de tokens em circulação. Então, quanto mais a rede cresce e atrai investimento, mais os proprietários de tokens ganham”, pontua Albanesi.

Franqueados também ganham com tokenização

Como franqueadora de um dos setores mais promissores do mundo, o de estética, a rede de spas precisa incluir os franqueados na operação. Uma estimativa da Research Dive aponta que o setor deve movimentar US$ 6,5 trilhões em 2026.  

No Brasil, dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o setor de saúde, beleza e bem-estar registrou aumento no faturamento de 18,3%% no terceiro trimestre de 2023 contra o mesmo trimestre de 2022, superando a média do setor de franquias, que ficou em 14,6%.

“Lançamos os tokens de utilidade há um ano e meio e agora vamos criar os NFT para lançar o clube de fidelidade na blockchain. Usamos os tokens não só para representar algum ativo ou direito do mundo real, mas para representar uma utilidade. Os franqueados estão dentro desse processo. Fazer um investimento em tokens ainda é estranho para muitos clientes, por isso, tomamos cuidado para que ele não se incomode com a infraestrutura tecnológica. Escolhemos o blockchain porque a solução é mais rápida, transparente, barata e segura porque é rastreável”, completa o CEO do BUDDHA SPA.