Modelo de assinatura solar cresce com COP30 e cenário favorável à transição energética
A COP30, realizada em Belém, consolidou a transição energética como uma agenda econômica tão relevante quanto a ambiental. O encontro reuniu líderes globais, empresários e formuladores de políticas públicas em torno de discussões sobre financiamento verde, diversificação da matriz elétrica e estratégias para reduzir emissões nas próximas décadas. Esse movimento trouxe impulso adicional para empresas brasileiras do setor solar que buscam escalar soluções de geração limpa e acessível.
É nesse cenário que a Coesa Energia, sediada em Belo Horizonte, vem ampliando a oferta de um modelo de assinatura de energia solar que dispensa a instalação de placas fotovoltaicas pelo consumidor. A solução ganhou tração à medida que o debate internacional reforçou a importância de democratizar o acesso às fontes renováveis, sobretudo em países de grande extensão territorial e com desigualdade de infraestrutura, como o Brasil.
Segundo o diretor executivo da Coesa, Luis Fernando Roquette, a conferência confirmou tendências já percebidas pelo mercado. Para ele, a energia solar deve ocupar posição central na transição energética brasileira, oferecendo uma alternativa de baixo custo e rápida implementação. “O que a COP30 mostrou é que ainda há muito espaço para a energia solar crescer no país. A demanda global por fontes renováveis aumenta, mas o potencial brasileiro continua subaproveitado”, afirma.
O modelo adotado pela empresa se baseia no arrendamento de uma fração da capacidade de geração de suas usinas. O consumidor adere ao serviço e recebe créditos diretamente na fatura de energia, sem necessidade de equipamentos próprios nem obras. A economia média varia entre 15% e 25%, podendo chegar a 30%, o que tem atraído clientes em busca de previsibilidade diante da volta da bandeira vermelha.
Os debates em Belém também reforçaram a necessidade de ampliar o acesso ao financiamento e de criar modelos que atendam ao público de renda mais baixa. Entre os especialistas, houve consenso de que a transição energética só ganhará velocidade se o consumo de fontes limpas deixar de ser restrito a quem pode pagar por equipamentos caros. A assinatura solar se posiciona justamente nesse ponto.
A Coesa já acumula cerca de R$ 200 milhões investidos em parques solares e planeja uma nova rodada de investimento de porte semelhante nos próximos cinco anos. A meta é dobrar a capacidade de geração. Além de Minas Gerais, a empresa avança na Bahia, no Ceará e em regiões do estado de São Paulo atendidas pela CPFL Paulista. “A COP reforça que a transição energética está no centro da agenda mundial. O setor privado precisa acelerar a oferta de soluções e aumentar a escala. Estamos nos preparando para isso”, afirma Roquette.

O Brasil aparece entre os países mais beneficiados pelos desdobramentos da conferência, seja pelas condições naturais favoráveis, seja pelo ambiente regulatório. Minas Gerais, líder nacional em geração distribuída, reúne incentivos fiscais importantes e um dos maiores potenciais solares do mundo, especialmente no Norte do Estado. Para Roquette, essa combinação deve atrair investimentos significativos no pós-COP. “Minas tem vantagens competitivas que pesam muito quando pensamos em expansão”, analisa.
A expectativa do setor é que modelos de energia limpa com baixa barreira de entrada, como as assinaturas solares, ampliem participação no mercado nos próximos anos. O movimento deve ser impulsionado por metas de descarbonização, busca por tarifas mais estáveis e maior disponibilidade de capital verde. Para o diretor executivo da Coesa, essa tendência abre uma janela inédita de crescimento. “A conferência deixou claro que o país tem a chance de assumir protagonismo no cenário global. Cabe às empresas converter esse potencial em oferta acessível e eficiente”, conclui.
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