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Modelo mineira investe em cosméticos veganos

Produtos, que já eram oferecidos no mercado americano, chegam ao Brasil
Modelo mineira investe em cosméticos veganos
Produtos são elaborados com matérias-primas nacionais | Crédito: Divulgação/Gente Beauty

A modelo de Uberlândia (Triângulo Mineiro) Marianne Fonseca está trabalhando desde o ano passado no mercado de cosméticos americano e, desde o mês passado, no Brasil. Como gestora da Gente Beauty, um e-commerce brasileiro de produtos de beleza corporais veganos, pretende abocanhar parte de um mercado que cresce anualmente.

De acordo com levantamento da Technavio, empresa líder em pesquisa de mercado com cobertura global, a tendência é de que o mercado de cosméticos veganos cresça o equivalente a US$ 5,8 milhões até 2027 em todo o mundo. Crescimento que representa uma alta de 6,5% com relação a 2022, e uma média de crescimento anual de 5,75%.

É fato que a cultura vegana tem crescido, mas, normalmente, é associada aos hábitos alimentares, mas neste caso, são produtos criados para auxiliar pessoas que buscam uma rotina eficaz e prática de cuidados com o corpo. “A cultura do corpo é uma cultura muito brasileira. Somos um país tropical, com muita praia e Carnaval. Nos EUA, a face é o foco principal dos cosméticos. Eu quis trazer um pouco do Brasil para cá”, comenta Marianne Fonseca, que mora nos Estados Unidos atualmente.

Ela conta que de forma comprometida com a ética e os valores de preservação da natureza, a empresa busca apresentar produtos inovadores, totalmente livres de crueldade animal e que usam embalagens recicláveis.

Ela exemplifica explicando que, normalmente, as cores, a textura e os aromas dos cosméticos são desenvolvidos com gordura animal, o que não é o caso dos produtos da Gente Beauty. A empresa incentiva o consumo consciente e traz como diferencial produtos com matérias-primas nacionais. “A gente desenvolveu fórmulas que fazem uso do guaraná, do açaí, do cacau, do cupuaçu e do café”, revela.

Além da vegetação, a celebração dos rituais de beleza brasileiros também são cultuados. “Na ideia de levar o Brasil para os EUA, trouxemos não só a matéria-prima de produtos tipicamente brasileiros, como os hábitos. A gente ensina a automassagem e apresenta os cuidados com o corpo para o mercado americano que não valoriza muito esse nicho ainda”, diz a modelo e empresária.

Crédito: Paul Morel

Demanda interna foi incentivadora para expansão

O e-commerce começou em 2022 atendendo apenas o mercado americano, mas foi, principalmente, a demanda de brasileiros pelos produtos que fez a empresária, que conta com 92% de participação nos negócios, e seus sócios investirem por aqui. “As pessoas pediam, mas ainda não tínhamos entrega no Brasil. Após um ano, com o negócio estruturado, resolvemos expandir”, conta.

A expansão no País conta com valores que não podem ser abertos em função dos investidores, mas a expectativa é de que nos primeiros meses, por aqui, sejam vendidos 20 mil produtos no portal. E, para o início do próximo ano, três produtos serão lançados.

O desenvolvimento de toda a linha da Gente Beauty é feita no Brasil com a parceria de um laboratório na cidade de São Paulo. Assim como a produção e a distribuição também são nacionais. “Eu sempre valorizei e quis levar o produto nacional para os EUA. A gente tem o costume de valorizar mais o que é de fora e eu quis fazer o contrário”, revela.

Mercado americano de cosméticos é o maior do mundo

Marianne Fonseca está atuando no maior mercado de perfumaria e cosméticos do mundo. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) mostram que os Estados Unidos foi responsável pelo consumo de 20,7% do total do setor (US$ 100,6 mil) em 2022. O Brasil ocupa o quarto lugar com a fatia de 5% do consumo (US$ 26,8 mil), perdendo para China (14,7%) e Japão (5%).

A grandiosidade do mercado não foi o maior atrativo que fez Marianne Fonseca entrar no setor de cosméticos e perfumaria. “Muita gente da moda trabalha com roupas, acessórios, eu quis trazer algo diferente, trabalhar com os cosméticos, o corpo. E como sou vegana há 18 anos, quis unir estes mundos”, conta.

O nome da empresa foi inspirado na ‘palavra’ que para Marianne a define: GENTE. “Eu uso muito esta palavra, até como expressão, é a palavra que me representa e quando veio a empresa não tive dúvida. Tinha que ser ela, além de que ela é inclusiva, não discrimina ninguém”, diz.

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