Momo salta de três para sete lojas em plena pandemia

Crescer para não desaparecer foi a estratégia da rede de confeitarias belo-horizontina Momo durante a pandemia, saltando de três para sete unidades nos últimos dois anos. Criada em 1989, no coração do bairro Floresta (região Leste), a marca mantém o pé no acelerador e a previsão para o próximo ano é a abertura de três novas lojas nas regiões da Pampulha, Venda Nova e em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A meta é de ter 20 unidades na Capital.
Em 2022, foram duas unidades, uma no hipercentro da Capital e outra, uma grande inovação: a primeira confeitaria autônoma da rede, dessa vez, no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul.
De acordo com o diretor-executivo da Momo, Henrique Guerra, a decisão pelo plano de expansão foi ousada, mas consciente. O momento mais difícil, porém, ainda estava por vir: a morte da mãe e idealizadora da Momo: Eugênia Guerra, em setembro de 2022.
“A morte da nossa mãe foi um baque muito duro para a família e para a empresa. Ela era a alma da Momo. Mas eu e meu irmão Rodrigo já voltamos para o nosso planejamento. Era assim que ela gostaria que fosse. Temos uma marca forte em BH, não podíamos deixá-la morrer. É muito difícil empreender porque existem muitas variáveis. As crises, as adversidades macroeconômicas fazem parte do jogo. Aprendemos que devemos focar para dentro, para o nosso negócio. Se fôssemos olhar o cenário, não iríamos para lugar nenhum”, explica Guerra.
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Para suportar o crescimento e, ao mesmo tempo, controlar os custos em um cenário de subida dos preços dos principais insumos da confeitaria – trigo, leite condensado e chocolate – que tiveram as cadeias de suprimento impactadas pela pandemia e depois pela guerra na Ucrânia – a solução foi apostar em tecnologia.
Ainda que a produção seja bastante artesanal, a digitalização do atendimento e dos processos administrativos permitiu que a expansão acontecesse sem que mais pessoas fossem contratadas.
“O desafio da mão de obra é geral e a gente não consegue capacitar no ritmo da necessidade. Por outro lado, o preço dos insumos disparou e não conseguimos repassar esse custo para o cliente. Perdemos nossa margem operacional e tínhamos que reaver esse valor em outro lugar. Nossa opção foi investir pesado em tecnologia. O atendimento já é quase todo digital. Trouxemos os confeiteiros para a frente da loja e eles estão trabalhando melhor. Uma grande vantagem é que temos confeiteiros muito antigos, que estão conosco desde o início. A verdade é que para ter sucesso preciso ter um estrito controle financeiro, de estoque e de pessoal”, pontua.
Seguindo fiel ao planejamento, o empresário arquiteta novos modelos de negócios, como o de quiosques para shopping centers, mesmo que a preferência continue sendo por lojas de rua.
O que segue imutável é a decisão de manter a rede uma empresa familiar, com crescimento controlado e contínuo.
“Embora tenhamos cerca de 50 consultas por mês sobre a possibilidade de adotarmos o sistema de franchising, essa é uma opção que não passa pela nossa cabeça. Estudando o nosso negócio e o mercado, concluímos que essa conta não fecha. Seria muito bom para nós e ruim para eles. Trabalhamos com padrões muito fortes, daria para escalar a produção, mas mesmo assim a conta não fecharia, teríamos que manter a abertura de unidades em um patamar muito alto para ter uma operação sustentável. Temos amor, fomos criados aqui dentro. Queremos perpetuar a marca Momo dentro da nossa família”, afirma o diretor-executivo da Momo Confeitaria.
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