Do pernoite ao bem-estar: a revolução dos motéis mineiros

O setor de motéis segue se reinventando e apostando na diversificação de experiências para conquistar novos públicos no Brasil. Em Minas Gerais, a modernização dos estabelecimentos, com investimentos em hospedagem, gastronomia e bem-estar, vem impulsionando o faturamento, que deve avançar em média 10% neste ano.
No ano passado, dados da Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) revelaram que o segmento movimentou cerca de R$ 4 bilhões em território nacional. Belo Horizonte se destacou como a segunda capital com o maior número de frequentadores.
De acordo com o proprietário do motel Fly e diretor da ABMotéis, Marcelo Campelo, os bons resultados no Estado foram influenciados pelo avanço do turismo, superior à média nacional, além do Carnaval, que movimentou mais de 13 milhões de foliões neste ano.
A alta demanda é resultado de um movimento de reposicionamento dos motéis, que ganhou fôlego no pós-pandemia: a nova motelaria. “Investimos em novas suítes, com muita tecnologia e automação, além de agregar serviços como passeios de helicóptero ou carros de luxo com motorista particular”, detalha.
Esse conceito, segundo ele, aproxima o segmento da premissa de spas urbanos, voltados para serviços de bem-estar dentro da cidade. “O objetivo desse reposicionamento é transformar motéis em destinos de experiência a dois, aumentar o tíquete médio e elevar a ocupação em dias e horários menos procurados”, argumenta.
Uma das maiores apostas do segmento é a gastronomia. Cada vez mais, os motéis buscam proporcionar aos hóspedes experiências, como o projeto “Chef’s no Motel”, que transforma os espaços em locais de experimentação culinária, com pratos elaborados por chefs de cozinha.
Além disso, Campelo pontua que a nova motelaria também investe fortemente em projetos de atualização da arquitetura dos empreendimentos, com ambientes temáticos e espaços “instagramáveis”. “Neste momento, há um grupo de moteleiros no México em uma expedição que busca tendências mundiais para o setor no Brasil”, comenta.
Com relação ao público, o levantamento do setor aponta que os maiores frequentadores são jovens de 18 a 29 anos (34%) e pessoas de 30 a 39 anos (29%). A renda da maior parte dos heavy users varia de R$ 6,6 mil a R$ 13 mil.
Na pesquisa estimulada, o setor aponta que o preço foi a última prioridade de escolha, com a maior preocupação concentrada na qualidade e no conforto. Na escolha das suítes, sete em cada 10 hóspedes (72%) disseram priorizar espaços com hidromassagem, enquanto 14% optaram por suítes simples, 13% por suítes com piscina e 5% afirmaram investir em quartos temáticos para fugir da rotina.
A expectativa para o futuro, segundo Campelo, é a ampliação de negócios no campo da nova motelaria, que promete crescimento de faturamento superior ao dos espaços tradicionais. “Além de ser rentável, é um segmento que deve crescer em número de hóspedes nos próximos anos. Por isso, acreditamos que os motéis estão investindo cada vez mais em arquitetura, automação e experiências”, finaliza.
💡 Números da nova motelaria
💰 Faturamento nacional
R$ 4 bilhões movimentados em 2024, segundo a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis).
📈 Crescimento em Minas Gerais
Alta média de 10% no faturamento em 2025, impulsionada pelo turismo e grandes eventos como o Carnaval.
👥 Perfil dos frequentadores
- 18 a 29 anos: 34%
- 30 a 39 anos: 29%
- Renda média: entre R$ 6,6 mil e R$ 13 mil
🛏 Preferências nas suítes
- Hidromassagem – 72%
- Simples – 14%
- Piscina – 13%
- Temáticas – 5%
🚀 Tendências do setor
- Suítes automatizadas e temáticas
- Experiências gastronômicas com chefs convidados
- Ambientes “instagramáveis”
- Serviços de luxo, como passeio de helicóptero e carro com motorista
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