MRV&CO tem retração brusca no lucro líquido

Entre julho e setembro de 2022, o grupo mineiro MRV&CO, composto pelas empresas MRV, Resia, Sensia, Luggo e Urba, registrou lucro líquido de R$ 2 milhões. O montante representa uma queda de 99% em comparação com o mesmo período do ano anterior, que apurou R$ 165 milhões.
Desconsiderando os efeitos do swap da recompra de ações da MRV (MRVE3) e da marcação à mercado dos swaps de dívidas, de IPCA para CDI, o desempenho do terceiro trimestre chegou a R$ 28 milhões, uma retração de 89,4% no mesmo tipo de comparação.
No acumulado do ano, o grupo alcançou R$ 131 milhões, um recuo de 74% sobre os R$ 505 milhões dos mesmos meses do exercício anterior. Já a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 1,6 milhão no terceiro trimestre e chegou a R$ 4,9 milhões nos últimos nove meses. Em ambos os casos, foi registrada baixa sobre igual período do ano anterior, de 5,8% e 4,7%, respectivamente.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou no terceiro trimestre a marca de R$ 36 milhões, valor 90,6% inferior sobre a mesma época do exercício anterior. No acumulado de janeiro a setembro, somou R$ 676 milhões, retração de 24,4% no mesmo período de 2021. Com isso, a margem Ebitda atingiu 2,1%, uma baixa de 0,9 p.p. frente a margem registrada no mesmo tipo de comparação.
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De acordo com o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da MRV, Ricardo Paixão, apesar dos impactos no lucro líquido, o resultado foi positivo para o grupo como um todo. “Sofremos bastante com a inflação de matéria-prima nos últimos dois anos e meio. Com isso, a empresa perdeu bastante margem de lucro nos últimos meses. No entanto, temos trabalhado duro para recompor a margem bruta e estamos conseguindo. Os lançamentos no trimestre seguiram a estratégia de vendas adotada pela companhia, que vem priorizando o aumento de preços e não dos volumes”, avalia.
Valor Geral de Vendas
O Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos do grupo no acumulado de janeiro a setembro ficou em R$ 5,8 bilhões, alta de 2,1% sobre os R$ 5,6 bilhões dos mesmos meses de 2021. As unidades somaram 25.577 sobre 28.610 (-10,6%). O preço médio por unidade, neste caso, foi 14,2% maior: R$ 227 mil e R$ 199 mil, respectivamente.
Expectativa
A perspectiva para os próximos trimestres, segundo o diretor, depende muito dos empreendimentos que serão lançados tanto no final do ano quanto no início de 2023. “Os próximos projetos a serem lançados já estão aprovados, porém as vendas para o início do ano que vem, vão depender do resultado nos últimos meses de 2022. Se o final não atender a nossa expectativa, iremos optar por segurar os empreendimentos nos primeiros meses do ano que vem”, finaliza Paixão.
No cenário da capital mineira, por exemplo, a MRV fará, ainda neste ano, dois lançamentos na Região Metropolitana de Belo Horizonte: o Residencial Cascais, com 464 unidades, será lançado em Contagem, próximo à região da Pampulha. Já o Residencial Lagoa dos Diamantes tem data de lançamento marcada para o início de dezembro. São 420 unidades localizadas na região do bairro Vargem do Lobo, em Lagoa Santa.
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