Mulheres são minoria em cargos de liderança

Apenas 19% das empresas participantes do estudo Panorama Mulher 2018 possuem uma mulher como vice-presidente e 25% possuem uma mulher na diretoria. O estudo também mostra que a probabilidade de o cargo de presidente ser ocupado por uma pessoa do sexo feminino diminui à medida em que o número de funcionários aumenta e é menor para empresas com administração profissional quando comparadas com empresas de administração familiar.
Os dados apontam o já conhecido desequilíbrio entre homens e mulheres nas mais altas posições dentro das companhias. No total, a pesquisa levou em conta um universo de 920 respondentes, número 171% maior que o da primeira edição, realizada em 2017. As empresas respondentes têm sede no Brasil, na América do Norte e na Europa, e são de setores de atividade como serviços, indústria e comércio, entre outros.
Entre os números trazidos pelo estudo conclui-se que a probabilidade de ter uma diretora é maior na América do Norte, menor na indústria e em empresas de capital fechado e maior em empresas com administração profissional. “O estudo também apontou que apenas 32% das empresas entrevistadas possuem políticas que visam igualar o número de funcionários homens e mulheres nas lideranças e foi curioso notar que entre as que possuem e as que não possuem, a diferença de mulheres ocupando cargos de liderança é muito sutil”, analisa o CEO da Talenses, Luiz Valente.
No cargo de presidente, por exemplo, as empresas da amostra revelam um percentual muito próximo de mulheres nessa posição (17% para empresas que têm políticas de diversidade e 18% para as que não têm). “Ainda é muito baixo o percentual de empresas que promovem a igualdade de gênero de maneira organizada, com processos formais. Notamos que quem hoje está mais avançado em relação a este tema iniciou esse trabalho estruturando suas políticas”, afirma o diretor da Talenses e membro da Aliança para Empoderamento da Mulher, Rodrigo Vianna.
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Outro aspecto alarmante é o número de presidentes negros. Eles representam apenas 6% do total e este número cai ainda mais quando falamos de mulheres negras na presidência, apontando pouquíssima representatividade. “A pesquisa sugere com clareza uma maior dificuldade para pessoas negras avançarem aos cargos de liderança, dificuldade essa que é ainda maior para as mulheres negras do que para os homens negros”, analisa a coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero do Insper e cocoordenadora da pesquisa, Regina Madalozzo.
Esta é a segunda edição do projeto que pretende contribuir e estimular as lideranças para uma discussão saudável e legítima das condições do sexo feminino no ambiente corporativo. Dessa vez, o estudo também contou com a parceria da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) – Regional SP, que auxilia com a divulgação da pesquisa para todo o mercado.
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