Novo negócio social da Gerando Falcões proporciona renda para mulheres das favelas

O novo modelo de negócio social criado pela Gerando Falcões tem como base a venda direta de itens como roupas e sapatos para promover autonomia financeira, aumentar a autoestima e gerar renda sem investimento inicial e com rápido retorno para mulheres das favelas. Para homenagear todas as mulheres das periferias, a iniciativa recebeu o nome de As Mara, em alusão ao termo “As maravilhosas”.
O projeto une desenvolvimento social e econômico, permitindo a criação de uma rede que, além de ajudar o público feminino de baixa renda a sair da pobreza, também impulsiona projetos de sustentabilidade social das ONGs da rede da Gerando Falcões instaladas nas favelas.
Com a expectativa de mudar a vida de 500 mil mulheres em três anos, o projeto vai oferecer gratuitamente, todos os meses, um kit com 80 itens entre roupas e sapatos, vindos de doação e com preços variados, 80% mais baratos se comparados ao mercado tradicional.
O objetivo de cada “Mara”, como são chamadas as mulheres que participam do projeto, é realizar a venda direta desses itens em sua própria comunidade em um prazo de 30 dias. Caso sobre algum item para ser comercializado, o mesmo retorna para o estoque e é enviado para outra comunidade que possa ter interesse na peça. A devolução também não acarreta nenhum custo para as vendedoras.
Para contribuir com o desenvolvimento do projeto, foi criado um conselho com especialistas do varejo formado por: Liana Kerikian, Diretora de Marketing e Comunicação na Decathlon, Roberta Antoniazzi – Diretora de Varejo e Parcerias na Eletron Energy, Cristina Caresia – Diretora Executiva de Recursos Humanos na Construtora Tenda, Marcelo Santos – Head Comercial na Track&Field, Aline Ervolino – Executiva Especialista em Marketing e Vendas da Accenture e Sérgio Borrielo – ex-CEO da Pernambucanas.
“Queremos que todas as mulheres participantes da iniciativa tenham sucesso nesse processo, porque quanto mais elas venderem, mais renda extra conseguem gerar e mais autonomia financeira terão. Com a ajuda do nosso comitê formado por alguns especialistas do mercado em venda direta, vamos promover diversos treinamentos com dicas para aumentar as vendas e torná-las profissionais ainda mais completas. Além disso, teremos também programas de bonificação e incentivos mensais”, explica a diretora de negócios sociais da Gerando Falcões, Mayara Lyra.
O lucro das vendas será dividido em um modelo capaz de retroalimentar o ecossistema social, que vai funcionar assim:
- Vendedoras recebem sua comissão pelas peças vendidas, acelerando sua própria geração de renda extra e saída da pobreza;
- ONG regional é responsável por dar suporte às vendedoras e fazer a distribuição dos kits;
- ONG regional também terá um montante revertido para si e, desta forma, consegue dar andamento aos demais projetos sociais e de sustentabilidade em vigor;
- Gerando Falcões utilizará esse montante residual para cobrir os custos da operação, entre eles os funcionários responsáveis por separar e avaliar o estoque e o transporte logístico para a distribuição dos kits com os produtos, bem como, reinvestir neste e em outros projetos da ONG
O CEO e fundador da Gerando Falcões, Edu Lyra, ressalta que somente a filantropia não é um modelo sustentável e que os recursos não são suficientes para resolver os problemas do Brasil. Assim, com As Mara, a rede busca reforçar o pilar do empreendedorismo social.
“O que queremos é fazer uma intersecção do motor de filantropia com o motor de negócios sociais para ampliar a nossa capacidade de produção econômica, reinvestir na escala do negócio e tirar mais pessoas da pobreza, retroalimentando o ecossistema. Essa iniciativa está conectada ao nosso bazar social, que tem o intuito de ser uma força de renda das favelas brasileiras”, explica.
A ideia para a criação de As Mara partiu do próprio Lyra, como forma de incentivar as mulheres a serem protagonistas das suas próprias histórias. O CEO da Gerando Falcões tem a mãe como inspiração e outras mulheres que fizeram parte da sua trajetória. Com essa iniciativa pretende retribuir todo o incentivo e suporte recebido da mãe, possibilitando que cada vez mais mulheres da favela deixem a pobreza e conquistem a independência financeira.
Projeto piloto é sucesso com mulheres da Favela dos Sonhos
O primeiro projeto-piloto de As Mara já foi colocado em prática com seis mulheres, residentes da Favela dos Sonhos. Em um mês foram 209 peças vendidas, com uma média de R$ 933 para cada participante e receita total arrecadada de R$ 5.600. “Estamos bem animados com os resultados obtidos no piloto de As Mara e prontos para expandir essa iniciativa que também marca uma nova fase da nossa ONG. A Gerando Falcões do futuro vai ser uma rede de negócios sociais. Esse é só o começo dessa jornada, e vai ser mara!”, comenta Edu Lyra.
Até o final do ano o projeto será estendido para 22 favelas, entre elas: Favela Marte, Favela da Tubulação, Jardim Ibirapuera e Favela Jardim Munhoz Junior, todas em São Paulo.
“Existem quase 14 mil favelas no Brasil e 16 milhões de brasileiros que moram nesses territórios. O PIB das favelas é maior que o PIB do Paraguai, por tanto, é fato que existe uma grande oportunidade econômica. O que precisamos fazer é transformar a favela em uma grande plataforma de geração de renda local para que esse dinheiro circule dentro da comunidade e multiplique sua capacidade de gerar valor”, explica o CEO da Gerando Falcões.
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