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Negócios do futuro são de base tecnológica

Para os estudiosos da economia exponencial, a união entre tecnologia e capital intelectual pode levar a sociedade a uma era de prosperidade e abundância
Negócios do futuro são de base tecnológica
Na economia exponencial, tokens e desemprego assustam governos | Crédito: AdobeStock

Uma economia de base tecnológica, onde ativos físicos e digitais se juntam criando efeitos exponenciais é um futuro que já começou. Os tokens, que usam a blockchain para representar digitalmente ativos reais, proporcionando uma maneira eficiente e segura de negociar ativos em um mercado global descentralizado, são parte desse processo que é chamado de economia exponencial.

Ao passo em que o mundo segue discutindo as aplicações técnicas e as implicações políticas e éticas da inteligência artificial, uma certeza é de que ela e as máquinas vieram para ficar. Na história da humanidade, técnicas e métodos não foram abandonados por extinguirem empregos ou por suas utilizações temerárias. Foram, sim, alterados, ganharam novos usos e, eventualmente, deixaram de ser utilizadas por se tornarem obsoletos e serem substituídos.

Isso, porém, não elimina a necessidade urgente de seguirmos com as discussões, estudos, criarmos legislações, controles e responsabilização sobre as novas tecnologias. Enquanto lidamos com esse admirável mundo novo (nem tão novo), outra certeza é do impacto de todas essas mudanças sobre a economia real, aquela que alcança os cidadãos no seu dia a dia e não apenas as grandes corporações.

Segundo o Faculty da Singularity University, e autor do livro “Economia Exponencial: da disrupção à abundância em um mundo repleto de máquinas”, Eduardo Ibrahim, está surgindo uma economia de base tecnológica na qual todas as atividades, de finanças à educação e saúde à alimentação, são realizadas por pessoas capacitadas para inovar e usar as tecnologias para provocarem crescimentos exponenciais na economia. O autor é considerado a maior autoridade brasileira em Economia Exponencial.

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“Antes de tudo, a curva de crescimento exponencial representa um acúmulo. Seja de riquezas, tecnologias ou ideias. Logo, a tecnologia é agora uma via de mão dupla. A máquina molda e é moldada pelo pensamento humano. Os negócios do futuro são de base tecnológica”, explica Ibrahim.

Homem sorrindo
Eduardo Ibrahim é autor do livro “Economia Exponencial: da disrupção à abundância em um mundo repleto de máquinas”

Na economia exponencial, tokens e desemprego assustam governos

Para ele, a questão não é se vamos adotar uma tecnologia, mas quando vamos, especialmente a inteligência artificial (IA) com vistas à automação de processos. O medo da perda de postos de trabalho pela automatização é natural e costuma retardar as decisões que dependem dos governos, embora a mudança seja inexorável.

“Quando a inteligência artificial entra, ela gera um efeito perpétuo de aumento da produção, sem precisar de mais pessoal e mais capital. O efeito é gerado pela automatização contínua e, assim, temos mais acesso à tecnologia. Há uma resistência à tecnologia porque ela tira os empregos no curto prazo. Mas nos países que mais investem em automatização, o desemprego diminui. Os governos ao redor do mundo tomam medidas de curto prazo, que renunciam à automatização com medo de perderem as próximas eleições e, assim, aumentam o desemprego”, pontua.

Para os estudiosos da economia exponencial, a união entre tecnologia e capital intelectual pode levar a sociedade a uma era de prosperidade e abundância, embora isso não seja fácil.

Nesse processo, o Brasil apresenta diferenciais competitivos importantes para fazer a transição para essa economia “nascente”, mas também enfrenta grandes gargalos e no patamar atual, está atrás de nações como a Índia, por exemplo, que forma com o Brasil, o Brics, junto à China, Rússia e África do Sul.

“Como sociedade é que temos que começar a exigir uma economia tecnológica, independente da política. Percebo os países usando mais a tecnologia para ganhar vantagem competitiva. Os líderes que souberem usar essa tecnologia vão ter mais chances. O bem-estar social de uma acumulação de riqueza que tem que vir junto com distribuição de renda. O Brasil tem gente para ser capacitada e que gosta de tecnologia, coisa que os países europeu não têm mais. Tudo que não foi digitalização é uma oportunidade de negócio”, completa o escritor.

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