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Nestlé aposta em operação integrada

Nestlé aposta em operação integrada
Centro de Operações Integradas da Nestlé permite um trabalho on-line e colaborativo entre colaboradores de diferentes áreas | Crédito: Divulgação

Como parte do projeto de transformação digital, a Nestlé inaugurou, recentemente, um Centro de Operações Integradas (COI) em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. Com uso de tecnologias como machine learning, realidade aumentada e assistente de voz, o centro permite um trabalho integrado, on-line e colaborativo entre funcionários de diferentes áreas da planta industrial, que concentra a produção dos lácteos da marca. A  novidade integra o conceito de smart factory adotado pela empresa.

Embora não revele o montante investido na implementação, o Factory Digital Transformation and Co-Manufacturing Executive Manager da companhia, Ronald Delfino, contou que o programa de transformação digital prevê aportes de R$ 760 milhões, que já se encontram em andamento. Por meio do processo, a Nestlé já definiu, por exemplo, que toda nova linha produtiva nascerá 4.0. A aposta visa tornar o negócio cada vez mais competitivo.

“Em nossos parques temos rodando linhas 2.0, 3.0 e 4.0. São tecnologias diversas que se completam e resultam em uma eficiência altíssima. Para se ter uma ideia, hoje há mais de 85% de eficiência nas fábricas espalhadas pelo Brasil, algumas com mais de 10 anos de operação. Há alguns anos vínhamos realizando esse processo de transformação, como forma de elevar ainda mais nossa excelência operacional”, explicou.

Segundo ele, o COI em Ituiutaba reúne todos os recursos necessários para entregar uma operação mais autônoma, flexível, ágil e segura. Em uma mesma sala, profissionais de diferentes áreas atuam juntos, com uma visão completa de todo o processo produtivo e dados em tempo real sobre a operação. Esse centro possibilita conectar todos os operadores da unidade, conferindo ganhos energéticos, redução de paradas não planejadas e melhoria do rendimento do processo produtivo.

Um exemplo de aplicação de tecnologia no ambiente é o uso de óculos de realidade aumentada para prestar assistência em campo de forma digital e remota. Outra frente importante é a implementação de processos de machine learning para controlar processos e serviços, que informam condições de desvio e situações de alarme. Com isso, a operação passa a acontecer de maneira preditiva, mais segura, ao invés de reativa e corretiva.

“O Centro já fazia parte do plano de transformação para fábricas da companhia. Um dos desafios postos pelo plano era, justamente, estabelecer modelos de fábricas inteligentes e o Centro de Ituiutaba surge como piloto para as demais nesse modelo de integração”, completou.

Na prática, ferramentas e sistemas aplicados integram inteligência e tecnologia aos processos. Para isso, há uma visibilidade da planta de ponta a ponta de cada linha de produção. Com o óculos de realidade aumentada, por exemplo, é possível alocar uma equipe técnica especializada no COI para dar suporte aos demais times. “Essa foi uma tecnologia que implementamos no ano passado, em meio ao advento da pandemia de Covid-19. Quando o mundo inteiro parou, foi ela que nos permitiu validar obras e equipamentos em processos que estavam sendo atualizados nas unidades brasileirasl”, contou.

O Centro também integra uma jornada de democratização de dados da Nestlé, que criou um Data Lab com a missão de oferecer uma visão end-to-end de dados da companhia, que permite o acesso, compartilhamento e utilização das informações de forma integrada e digital por todos os profissionais e áreas da empresa. Essa integração permite uma eficiência 12% maior nos processos produtivos da companhia. E maior eficiência para a Nestlé significa maior volume de produção.

Por fim, Delfino ressaltou a participação dos colaboradores em todo esse processo de transformação digital, dizendo que não apenas no ano passado, mas em toda a jornada, o cuidado com as pessoas também se faz necessário.

“Digital não é só tecnologia, envolve gente. Precisamos das pessoas para dar ideias, criar e receber as tecnologias. Por isso, no nosso programa, esse é o pilar mais importante: o de gerenciamento e cultura das pessoas. Nosso RH cuida para que os colaboradores conheçam e se inteirem dos processos. Hoje temos quatro gerações dentro das fábricas e todas são igualmente importantes para o sucesso do negócio. Do menor aprendiz ao profissional que está quase se aposentando”, finalizou.

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