Nova Lima será sede do primeiro bioparque de MG

Essenciais para a continuidade da vida na terra, as árvores também podem dar um novo significado à morte por meio dos bioparques. Eles são espaços em que as cinzas provenientes da cremação são usadas para o plantio de uma árvore escolhida pela família em forma de homenagem.

Em Minas Gerais, o primeiro bioparque será implantado em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), pelas empresas Primaveras, de São Paulo; Grupo Parque, de Alagoas, e Prevenir, de Minas Gerais, que se uniram à Seven Capital para a criação do BioParque.

De acordo com o CEO da BioParque, Hugo Tanure, no lugar de túmulos ou urnas, os familiares contribuem para a construção de um parque no qual o familiar é eternizado em uma árvore frondosa, como uma Quaresmeira ou Ipê Amarelo. Os investimentos, de aproximadamente R$ 150 milhões, foram aplicados em tecnologia para o uso das cinzas, cultivo, plantio e construção de cinco parques no Brasil – Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, além de Nova Lima.

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Em cerimônias especiais, as famílias realizam o plantio de sementes em urnas ecológicas patenteadas pela BioParque (biournas), desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Após um período de até 24 meses, uma nova cerimônia é agendada com os familiares para o plantio definitivo da árvore no solo do parque.

“Começamos a desenvolver a ideia em 2014 e estávamos prontos para o lançamento em fevereiro. Com a pandemia não havia clima para isso, porém, agora, entendemos que precisamos divulgar o empreendimento e que ele pode ser um alento, inclusive, para as famílias que, infelizmente, estão perdendo seus entes queridos. A ideia do BioParque é proporcionar uma homenagem perene, que facilite a passagem por um momento tão difícil. As árvores escolhidas são nativas e de vida longa. Além disso, cada uma tem a sua simbologia, que pode ser ligada às características do homenageado”, explica Tanure.

O grupo espera alcançar um faturamento de aproximadamente R$ 220 milhões com a soma dos negócios funerários ainda em 2020. Em Nova Lima, o terreno de 1,5 milhão de metros quadrados tem capacidade para abrigar até 30 mil árvores. Com preços a partir de R$ 15 mil a família pode comprar uma árvore; um jardim, com quatro árvores; ou um bosque, com 20 árvores.

Com preços a partir de R$ 15 mil a família pode comprar uma árvore; um jardim, com quatro árvores; ou um bosque, com 20 árvores | Crédito: Divulgação

O valor cobre uma cerimônia de despedida, o desenvolvimento da árvore em um centro de incubação e desenvolvimento até a hora do plantio, a cerimônia de plantio, a construção de um memorial digital e a manutenção do parque. Não inclui o serviço de cremação.

“A família já tem que chegar com as cinzas, não temos crematório. Como as cinzas são um composto mineral, elas podem ser de uma cremação antiga ou feita a partir de uma exumação. Já realizamos as primeiras cerimônias de despedida e as primeiras árvores devem ser transplantadas no segundo semestre do ano que vem. Entendemos que esse será o cemitério do futuro, onde as pessoas vão visitar um parque em que a memória de quem se foi está perpetuada em forma de vida, integrada à natureza e à cidade”, afirma o CEO do BioParque.