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ESG além do discurso: novo livro propõe modelo radicalmente humano

Especialista defende nova abordagem para que empresas integrem justiça social, diversidade e administração de forma estratégica e sustentável
ESG além do discurso: novo livro propõe modelo radicalmente humano
A sustentabilidade corporativa precisa ser um compromisso estruturado, inegociável e central na tomada de decisão, defende Ana Bavon | Foto: Divulgação Editora Jandaíra

Em um momento de crescente cobrança por transparência e impacto social das empresas, a advogada e especialista em Direitos Humanos e ESG Ana Bavon lança o livro “Por Organizações Radicalmente Humanas” (Editora Jandaíra). A obra propõe um novo modelo de governança corporativa, com foco em justiça social, inclusão e sustentabilidade. Voltado a líderes empresariais, investidores e formuladores de políticas públicas, o livro apresenta reflexões estratégicas, dados e casos reais que apontam caminhos para uma atuação corporativa mais ética e transformadora.

O prefácio é assinado pela jornalista Vera Magalhães, que descreve a obra como um convite oportuno e a destaca como um guia ético e prático em tempos em que valores como diversidade, ESG e Direitos Humanos enfrentam ameaças concretas. Para ela, Ana Bavon traduz, de forma acessível e profunda, conceitos essenciais à transformação das organizações, oferecendo não apenas um manual prático, mas também um código de ética para indivíduos e empresas que compreendam que “o futuro é uma consequência inevitável do agora”.

Com carreira consolidada na interseção entre Direitos Humanos, diversidade e governança, Ana Bavon explora temas como a integração da justiça social no modelo de negócios, os desafios da transparência corporativa e o impacto das decisões empresariais na agenda global de sustentabilidade. A edição também examina tendências regulatórias recentes e movimentos de mercado que impulsionam a adoção de práticas mais éticas e inclusivas.

“Não há mais espaço para empresas que apenas reagem a crises ou veem o ESG como um discurso. A sustentabilidade corporativa precisa ser um compromisso estruturado, inegociável e central na tomada de decisão”, afirma a autora. “Este livro é um chamado para que as lideranças abracem uma governança corajosa, baseada em integridade e impacto real.”

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O desenvolvimento da obra foi um processo intenso de pesquisa e reflexão. Ana Bavon iniciou com a intenção de criar um framework prático para abordar ESG e Direitos Humanos, mas, ao longo da escrita, percebeu que precisava romper com estruturas de pensamento que não dialogavam plenamente com a realidade brasileira. Esse incômodo foi essencial para refinar sua abordagem e trazer maior profundidade ao volume.

A obra foi influenciada por sua trajetória como advogada e consultora especializada em Direitos Humanos, ESG e impacto social. Durante anos, Ana Bavon acompanhou de perto as dificuldades das empresas em implementar práticas genuinamente centradas nas pessoas. A ausência de um guia robusto e acessível impulsionou a criação do livro, reforçada pelo impacto da frase da escritora Toni Morrison: “Se há um livro que você quer ler, mas não foi escrito ainda, então você deve escrevê-lo.”

Os desafios da escrita incluíram a necessidade de traduzir conceitos complexos para um público diversificado sem perder profundidade. Além disso, foi preciso adaptar o conteúdo às rápidas mudanças sociais e econômicas, sem comprometer a coerência narrativa. A gestação de seu filho, Benjamim, também impactou a construção do estudo, levando-a a refletir sobre a urgência de mudanças estruturais para um futuro mais justo.

Desigualdades estruturais

A edição se destaca por propor um modelo que reconhece as desigualdades estruturais e busca corrigi-las de forma estratégica. Diferentemente de abordagens genéricas, a autora defende que o ESG deve ser tratado como uma estratégia essencial e não como um checklist de conformidade. A obra apresenta casos concretos de empresas que investiram em diversidade, mas falharam na criação de ambientes verdadeiramente inclusivos, ressaltando a importância de integrar a equidade como pilar estratégico.

Para a implementação das estratégias propostas, a autora sugere que as empresas revisem suas políticas internas e adotem processos de due diligence baseados em Direitos Humanos. O compromisso da liderança corporativa com mudanças estruturais é essencial para que essas práticas sejam eficazes e duradouras.

O lançamento ocorre em um momento crucial para a governança corporativa, diante de crises climáticas, desigualdades estruturais e demandas crescentes por transparência. O livro busca estimular um debate crítico sobre ESG no Brasil, oferecendo ferramentas práticas para uma abordagem mais justa e humana. %

Ficha técnica

Livro: Por Organizações Radicalmente Humanas
Autora: Ana Bavon
Editora: Jandaíra
Preço: R$ 65 (físico) / R$ 45 (digital)

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