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Obra e filme denunciam má gestão da dívida pública

Títulos expõem de forma didática os impactos da gestão da dívida pública no cotidiano dos brasileiros
Obra e filme denunciam má gestão da dívida pública
Crédito: Reprodução

O deputado federal constituinte Hermes Zaneti lançou a edição ampliada e atualizada do livro “O Complô – Como o sistema financeiro e seus agentes políticos sequestraram a economia brasileira”, com acesso em e-book gratuito no site da Auditoria Cidadã da Dívida.

A segunda edição do livro “O Complô”, que critica a histórica gestão da dívida pública brasileira, tem prefácio do Dr. Ladislau Dowbor, economista e professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), faz uma detalhada análise sobre os impactos do rentismo no desenvolvimento do Brasil. “Numa economia estagnada, transferir mais recursos públicos para grupos financeiros que reaplicam para obter mais juros, em vez de financiar infraestruturas, por exemplo, o que dinamizaria a economia, constitui uma apropriação indébita de recursos públicos”, diz. O outro prefácio, original da primeira edição, é escrito pelo economista e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Dercio Garcia Munhoz.
A nova versão da obra de Zaneti traz ainda uma criteriosa pesquisa feita pelo jornalista e Dr. Carlos Alves Müller.

Na prática, uma teoria econômica sobre a dívida pública brasileira. O texto, afirma o pesquisador, visa fornecer aos leitores referências de autores renomados, brasileiros e estrangeiros, “que apoiam a tese de que a dívida pública brasileira tem sido gerida de uma forma que beneficia escandalosamente o Sistema Financeiro e os rentistas, em geral, em detrimento dos mais genuínos interesses nacionais”. Segundo destaca Müller, Zaneti denuncia que esse sequestro, vigente até hoje, foi articulado durante a elaboração da Constituição Federal de 1988.

Filme premiado com acesso gratuito

O documentário “O Complô”, lançado em 2023, chega ao YouTube depois de uma vitoriosa carreira internacional. O curta-metragem, dirigido por Luiz Alberto Cassol e inspirado no livro de Zaneti, expõe de forma didática os impactos da gestão da dívida pública no cotidiano dos brasileiros.

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A obra recebeu cinco importantes premiações no exterior: Twilight Tokyo Film Festival (mostra de fevereiro e março de 2023) para Melhor Documentário e Melhor Roteiro; 5ª temporada da Singapore International Competition para Melhor Conceito-Argumento; Big Ben International Film Festival (mostra de março e abril de 2023), para Melhor Documentário, Melhor Diretor, Melhor Pôster-Cartaz; Cult Jury Film Festival, para Melhor Curta Documentário e Melhor Direção (mostra de março e abril de 2023); e La Dolce Vita Cine Roma, para Melhor Documentário (mostra de fevereiro e março de 2023).

O filme será distribuído no canal do seu diretor no YouTube em três arquivos. De acordo com Cassol, o curta-metragem demonstra, de forma clara e objetiva, mas muito bem documentada, que o modelo de gestão das finanças públicas tem precarizado os serviços públicos, o emprego e a renda dos brasileiros. “É fundamental entender como o sistema financeiro e a dívida pública funcionam e como o rentismo sufoca a sociedade em todas as áreas. O filme traz todas essas questões e busca um diálogo direto com quem o assiste”, afirma o cineasta.

Novas gerações precisam estar no debate

Para Zaneti, os dois lançamentos revigoram um debate que ele tem mantido vivo desde 1988. “O povo costuma achar que a dívida pública é um problema do governo. Não é verdade. A dívida pública é um problema nosso. É um problema de cada dia. E, no Brasil, em que a carga tributária é muito alta, uma das razões é porque o governo destina quase a metade do que arrecada em impostos ao pagamento de juros e encargos da dívida pública”, diz o deputado constituinte. Segundo ele, a acessibilidade ao filme e à nova edição do livro democratizam as discussões sobre a gestão da dívida pública.

“Em 2023, a Constituição de 1988 completou 35 anos, quando defendi a aprovação de um exame analítico e pericial dos atos e fatos constitutivos da dívida pública. Até hoje isso não foi revisado.”

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