Plataforma mineira de viagens Onfly chega ao mercado do México

Logo nos primeiros dias de 2025, a Onfly – plataforma mineira de gestão de viagens corporativas – desembarca na capital do México, abrindo seu primeiro escritório físico no país. O México é o segundo maior país da América Latina em termos de gastos em viagens corporativas, de acordo com estudo da Global Business Travel Association (GBTA), ficando atrás apenas do Brasil.
De acordo com o CEO da Onfly, Marcelo Linhares, logo no início a operação terá oito colaboradores e deve chegar a 20 até o final do ano. Um account manager do Brasil já foi deslocado para comandar o escritório.
O objetivo é atingir 2.500 clientes no México até 2027. A empresa já possui clientes na região, mas, a partir de janeiro, com um escritório físico na Cidade do México, a expansão ocorrerá de forma mais rápida. Entre as empresas que já operam suas viagens corporativas com a Onfly no México, os setores mais presentes são indústria (17%), varejo (17%), tecnologia (16%), construção (10%) e financeiro (8%).
“O México é complexo e, além de um grande mercado, lá podemos aprender muito sobre como internacionalizar os negócios. Percebemos que não existem aplicativos como a Onfly no México. Nesse sentido, a América Latina é ainda um oceano azul. A tecnologia é a mesma, o desafio é o conhecimento do mercado. No Brasil, quando a gente diz que vai exportar tecnologia, o brasileiro não acredita que pode. Eu acreditei e, em 2026, vamos expandir também para Peru, Colômbia, Argentina e Chile. O principal critério é o tamanho do mercado”, explica Linhares.
O setor de viagens corporativas na América Latina é robusto e está em pleno crescimento. Em 2023, este mercado movimentou quase US$ 50 bilhões e a expectativa é que continue a crescer, com projeções indicando que pode alcançar US$ 82,9 bilhões até 2032, segundo dados da IMARC Group.
O México desempenha papel significativo nesse cenário, uma vez que tem tido um aumento constante nas viagens a negócios, impulsionado por sua posição estratégica como um hub entre a América do Norte e a América Latina, além da diversificação de suas indústrias, como tecnologia e serviços financeiros.
Para atender o público de viagens corporativas mexicano, o fundador da Onfly precisou estudar o ambiente de negócios do país, marcado por uma grande burocracia e baixa adesão aos meios eletrônicos de pagamento.
“O México é um país extremamente burocrático. Para abrir o equivalente ao CNPJ, por exemplo, levamos mais de um mês. Para abrir uma conta bancária, quase quatro. E ainda existe muito papel moeda circulante. A gente tem que aprender a lidar com essas características. Existem questões de adaptação da plataforma, como o uso do número do passaporte para a emissão de passagens, diferentemente do Brasil, onde usamos o CPF. No que diz respeito à tecnologia, é rigorosamente a mesma”, pontua.
Para o Brasil a compreensão é que ainda existem muitas oportunidades, já que mais de 80% do mercado não é atendido por nenhuma solução tecnológica para a gestão de viagens corporativas.
Em Minas Gerais o segmento também se mantém aquecido. Levantamento da FCDL-MG mostra que mais da metade (56,3%) das viagens corporativas são com o intuito de capacitação, seguido por participação em reuniões (23%) e visitas em feiras de negócios (19,5%).
Um dos grandes desafios para a expansão da travel tech dentro e fora do País é a escassez de mão de obra.
“A falta de mão de obra qualificada não é um problema recente e nem só do Brasil. Então, a solução é buscar os profissionais ainda durante o processo de formação. Trabalhamos bastante junto à UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e à PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais). E investimos em capacitação interna o tempo todo”, completa o CEO da Onfly.
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