Negócios

Orguel: diversificação fortalece os negócios

Empresa é pioneira na locação de máquinas e equipamentos para a construção e vem ampliando a sua atuação
Orguel: diversificação fortalece os negócios
Empresa mineira de locação de equipamentos cresceu em uma média de 30% nos últimos cinco anos | Crédito: Victor Andrade/Orguel

Foi durante o período que ficou conhecido como “milagre econômico brasileiro”, entre as décadas de 1960 e 1970, que a Orguel lançou com pioneirismo a locação de máquinas e equipamentos para construção. Desde então, tornou-se referência não apenas no segmento, mas também em diversas soluções de engenharia para os setores da indústria, edificação e infraestrutura. Agora, de olho no futuro, a empresa mineira aposta na inovação e na diversificação como forma de fortalecer ainda mais os negócios para os próximos anos.

Para isso, pretende intensificar a atuação em áreas estratégicas como mineração, indústria e óleo e gás. O direcionamento de parte da sua produção para o exterior, principalmente países da América Latina e África, também está nos planos. Quem conta é o presidente da Orguel, Sergio Guerra.

“Vamos aonde o mercado estiver. Tentamos crescer em todas as frentes, mas a construção ainda representa parte significativa dos negócios. É um ótimo mercado, mas é um segmento cíclico. Por isso, a intenção da empresa é ter negócios distribuídos em diversos setores, aproveitando o crescimento de cada área, mantendo uma base de receita. O ideal é ter um equilíbrio entre as áreas de atuação”, diz.

Para se ter uma ideia, até 2020, a construção representava cerca de 40% das operações da empresa. Hoje, já passa de 50%. “O desafio é crescer nos outros setores sem perder market share na construção”, completa.

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Já no que se refere às áreas geográficas de atuação, a empresa está presente em todo o território nacional e conta com 12 centros de distribuição (CDs) estrategicamente distribuídos no País.

Sergio Guerra: construção civil ainda é o principal mercado | Crédito: Daniel Mansur/Orguel

Mercado de construção no Brasil é o principal foco da empresa

Para o mercado externo, a estratégia inclui a criação de uma célula de comércio exterior. Conforme Guerra, a ideia é que esse processo seja iniciado nos próximos meses. Porém, o foco principal permanece sendo o Brasil. “Já até temos alguns parceiros nos mercados (norte-) americano, europeu, mas o foco principal é o Brasil e ainda há bastante espaço para crescer por aqui”, justifica.

Tamanha expressão faz com que a Orguel seja a escolhida da semana para a série Mineiridade. A série do DIÁRIO DO COMÉRCIO conta histórias e apresenta negócios originalmente mineiros que, além de terem dado certo, geram emprego, renda e movimentam a economia do Estado e do País. Afinal, Minas exporta mais do que minérios ou cafés. Minas exporta mineiridade. Minas exporta soluções de engenharia e máquinas e equipamentos para construção.

Internamente, nos últimos anos, a Orguel tem participado de grandes obras de infraestrutura por todo o Brasil. Entre as principais obras estão: Ponte da Integração, na fronteira entre Brasil e Paraguai e que está prestes a ser inaugurada; reforma da Terceira Ponte, que liga os municípios de Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo; novo estádio do Clube Atlético Mineiro (Arena MRV), em Belo Horizonte; Usina Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão; e Linha 5 do metrô de São Paulo, entre outras.

Desempenho na casa dos 30%

E em termos de desempenho, a empresa, que completou recentemente 60 anos, tem apresentado um ritmo de crescimento na casa dos 30% nos últimos cinco anos. Isso após os reflexos da crise da construção em 2014 que se estenderam até 2016. Em 2017, segundo o executivo, o setor voltou a apurar crescimento.

“Na verdade, a empresa sempre teve um bom ritmo de crescimento. Na década de 1980 fomos a outros estados como São Paulo, que hoje é o nosso principal mercado em termos de receitas. Já a partir dos anos 90 começamos a ter uma maior cobertura nacional, chegando a mais regiões. Nos anos 2000 outras linhas foram incorporadas no portfólio, como plataformas aéreas e geradores, e em 2010 fomos ao mercado buscar um parceiro investidor, já que a empresa vinha crescendo em ritmo acelerado e precisava de capital para sustentar esse crescimento”, recorda.

Foi em 2012 que o fundo de private equity americano Carlyle adquiriu uma fatia da Orguel. O objetivo era fazer uma oferta inicial de ações (IPO) em seguida. Entretanto, a crise vivida pelo setor nos anos seguintes adiaram os planos.

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