Osteria Degli Angeli implementa rolha off

Se adaptar ao cenário econômico e entender a diminuição do poder aquisitivo dos consumidores tem feito o restaurante Osteria Degli Angeli, cantina italiana localizada no bairro Anchieta, região Centro-Sul de Belo Horizonte, a atrair novos clientes e registrar um aumento nos lucros. Curiosamente, isso aconteceu após o estabelecimento implementar a rolha off. Ou seja, o cliente não é obrigado a consumir apenas a carta de vinhos do estabelecimento, pode levar o próprio vinho para o restaurante e consumir no local sem ser taxado por isso.
A novidade foi implementada há cerca de três meses e os resultados já são palpáveis. Neste período foi possível registrar aumentos de 25% no movimento do restaurante e de 15% no lucro líquido. O responsável pelo estabelecimento e chef Rômulo Perdigão, conta que não se trata de uma promoção ou de uma medida passageira. “É um posicionamento de mercado”, determina.
“Adotamos a rolha off durante todos os dias de funcionamento e não apenas nos dias de menor movimento. A pessoa pode trazer o vinho de casa e nós ainda fazermos a preparação do serviço sem cobrar nada por isso. Percebemos que a cobrança de uma taxa da rolha era algo desprazeroso para o cliente. E hoje, as grandes redes de varejo, supermercados gastronômicos e clubes do vinho oferecem ótimos produtos com excelente custo-benefício. Não fazia sentido concorrer com este mercado, por isso decidimos abrir mão desta taxa e investir no que a gente tem controle: a transformação do alimento”, revela.
Ele exemplifica ainda que um vinho vendido a cerca de R$ 80 no restaurante poderia ser encontrado pela metade do preço em um supermercado ou e-commerce de vinhos. Já a taxa da rolha – quando o estabelecimento cobra uma taxa quando o cliente traz o vinho de produto de casa para consumir no local – ficava em torno de R$ 40.
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A carta de vinhos da Osteria foi mantida, embora reduzida. Mas desde a implementação da medida, vários novos clientes surgiram. Além disso, em vez de deixar de lucrar com a cobrança da taxa, o chef percebeu um efeito contrário, já que sem a necessidade de pagar a mais pelo vinho vendido na casa ou pela taxa da rolha, os clientes passaram a consumir mais.
“Temos um pacote na casa que é o combo de entrada, prato principal e sobremesa, e percebemos que os clientes ficaram mais à vontade para consumir esse pacote. Além disso, conseguimos alcançar pessoas que não conheciam a casa. Essa liberdade de escolher e trazer o próprio vinho é extremamente favorável para o público e para nós também”, conclui.
Satisfeito com os resultados, Perdigão adianta que até o fim do mês vai implementar mais uma novidade para melhor acomodar o público adepto ao vinho. Ele vai elaborar menus específicos para sugerir como harmonização de acordo com o estilo de vinho que o consumidor levar.
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