Pacto de Promoção da Equidade Racial ganha reforço

A Rede Brasil do Pacto Global da ONU, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo com mais de 16 mil membros em 160 países, anuncia apoio ao Pacto de Promoção da Equidade Racial, programa a ser criado pela Associação de Promoção da Equidade Racial, uma entidade privada e sem fins lucrativos formada por mais de 140 empresas e grandes nomes do mercado brasileiro. Com isso, o Protocolo ESG no Brasil deverá endereçar a questão racial em suas ações sociais.
O Pacto de Promoção da Equidade Racial traz a questão racial para o centro do debate econômico brasileiro e visa atrair a atenção de grandes empresas nacionais e multinacionais, assim como de importantes agentes da sociedade civil para o tema. O Protocolo ESG Racial é uma iniciativa inédita no mundo e de alto potencial de impacto no curto, médio e longo prazos. Propõe que as empresas trabalhem seus ambientes internos e, simultaneamente, contribuam para a transformação da realidade externa. Ou seja, que invistam na promoção da equidade racial entre seus próprios colaboradores e atuem positivamente junto as comunidades nas quais estão inseridas.
“O Pacto de Promoção da Equidade Racial é um poderoso instrumento para promover mudanças sociais fundamentais para o Brasil. Entendemos que estamos diante de uma excelente oportunidade para Brasil definitivamente adotar novos caminhos e estabelecer o equilíbrio racial como uma premissa básica”, disse o diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, Carlo Pereira.
O projeto defende a ideia de que a adoção de ações afirmativas e o investimento em equidade racial são essenciais para enfrentar o racismo estrutural que infelizmente hoje ainda existe no Brasil. O fator de mudança está no movimento das empresas de incorporarem a questão racial a parâmetros sociais, ambientais e de governança. Os critérios ESG (sigla de Environmental, Social and Governance) que já orientam investidores institucionais quanto a questões ambientais, sociais e de governança e, agora, podem também ser a base da mudança estrutural do Brasil no que tange à equidade de negros no mercado de trabalho em cargos de gestão e de liderança.
Para Carlo Pereira, a sociedade está atenta e demandando novas atitudes. Portanto, o momento de mudança é oportuno, uma vez que os principais líderes empresariais do Brasil estão a favor de um movimento transformacional que pode reverter o quadro de profunda desigualdade racial. “Um dos grandes trunfos dessa nova jornada será Índice ESG de Equidade Racial – IEER para ajudar as empresas a terem parâmetros e metas para equidade racial por meio de propostas afirmativas.
O Pacto Global da ONU foi lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan. É uma chamada para as empresas alinharem as suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil membros, entre empresas e organizações, distribuídos em 69 redes locais, que abrangem 160 países. No Brasil, a rede que mais cresceu em 2020, são 1.300 signatários.
“Estamos certos de que o Pacto de Equidade Racial complementará nossas propostas global e irá endereçar localmente a questão racial no Brasil”, afirmou Carlo Pereira.
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