Papelarias e livrarias mostram otimismo com aquecimento nas vendas

Apesar da nova onda de Covid-19 que se espalha pelo Brasil neste momento, muitas famílias já começaram a ir às compras de materiais escolares para a tão esperada volta às aulas 2022 e papelarias e livrarias já observam incremento nas vendas. Depois de um longo período longe das escolas, desta vez, estudantes devem mesmo retornar presencialmente às salas de aula, graças ao avanço da vacinação – que inclusive se inicia para crianças nas próximas semanas.
A presidente da Câmara Setorial de Papelarias e Livrarias da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Fátima Homem, diz que todo começo de ano é sempre motivador, porque estudantes de todas as idades buscam materiais escolares novos e itens diferentes para a volta às aulas. E que, em 2022, as previsões são promissoras, uma vez que no ano passado não teve retorno presencial.
“Depois de dois anos difíceis, esperamos que 2022 seja o ano da retomada. Em 2020 ficamos a maior parte do tempo fechados, em 2021 com poucas vendas porque as aulas ainda permaneceram remotas e em agosto não houve procura por materiais. Diante disso, muitas lojas nem conseguiram reabrir”, afirma.
Especificamente na sua papelaria, a Van Gogh, localizada na Pampulha, Fátima Homem acredita em um aumento de 100% não apenas referente às vendas de materiais escolares nas próximas semanas, mas no decorrer do exercício. Segundo ela, as vendas já estão a todo vapor, mas muitos pais também estão apenas fazendo consultas e deixando para comprar mais próximo do retorno efetivo – o que pode ocasionar a falta de alguns itens.
Sobre as listas escolares, a empresária afirma que estão mais enxutas. “As listas estão vindo apenas com o essencial. Acredito que as escolas deram uma segurada nos pedidos, porque os preços estão mais elevados”, explica.
Da mesma maneira, na papelaria Brasilusa, com duas unidades em Belo Horizonte, a preocupação também é com a falta de material. De acordo com o proprietário, Marco Antônio Gaspar, as pessoas ainda estão apreensivas com a nova onda da doença, estão deixando para a última hora. “Estão postergando as compras, o que pode ser complicado, pois pode faltar produto”, alerta.
Na Opus, no Gutierrez, as vendas já estão ocorrendo. Conforme a proprietária da loja, Consuelo Dutra Coelho Mansur, as maiores procuras estão no setor de papelaria; na livraria, a demanda ainda está baixa. Isso porque, segundo ela, pais e estudantes estão priorizando a troca de livros, justamente, como forma de economizar. Já entre os materiais, as maiores vendas se referem aos cadernos. “Tem para todo gosto e idade. E toda série ou curso pede”, diz.
Quanto às listas das escolas, Consuelo Dutra confirma que estão menores, mas ao mesmo tempo, mais caras. “Todas as fábricas reajustaram os preços e tivemos que repassar. Não conseguimos absorver mais custo algum”, justifica. Porém, ressalta que há descontos para pagamentos à vista e parcelamento facilitado.
“Tudo indica que será um ano melhor. Primeiro, porque as escolas não falam mais em fechar, segundo porque no ano passado não vendemos quase nada e esse ano os estudantes vão consumir: usaram materiais antigos em casa, mas para a escola querem o novo”, explica.
A Le Biscuit, com 11 lojas em Minas Gerais, também está bastante otimista com o aquecimento nas vendas neste período após dois anos de vendas represadas, e fez um grande investimento nos materiais escolares. Ao todo são mais de 2 mil itens, com destaque para a linha de mochila e cadernos dos influenciadores Luccas Neto e Giovanna Neto, que atende o público infantil. Conforme a empresa, os itens mais procurados nas lojas até o momento são os cadernos universitários, mochilas, kits de colorir, lancheiras, canetas e estojos. As linhas do Spiderman e do grupo musical Now United também estão com ampla procura em toda a rede.
Por fim, a Livraria Leitura – maior rede em unidades físicas do Brasil, com 94 lojas – também já vem registrando aumento no movimento e nas vendas em função da volta às aulas, que ocorre a partir do mês que vem. Segundo o presidente da rede, Marcus Teles, nestas primeiras semanas os níveis de comercialização já estão maiores e a expectativa é de que em janeiro se venda o dobro de um mês normal e em fevereiro, 50% a mais na mesma base de comparação.
“Em relação a 2020, ainda estamos em patamares inferiores, porque nem todas as aulas ou cursos voltarão 100% presencialmente e ainda há pais e alunos receosos quanto essa nova onda que chegou ao Brasil. Quando comparamos com o mesmo número de lojas, há queda de 20% na papelaria e de 30% nos livros didáticos. Já as demais áreas de literatura estão em um ritmo muito bom e já com níveis superiores ao período pré-pandêmico”, diz.
Entre os itens mais vendidos, conforme o empresário, estão os cadernos diferentes, como os chamados inteligentes, que permitem trocar as folhas de lugar e os de personagens. Além disso, a linha de escrita tem feito muito sucesso entre os estudantes, que estão comprando uma diversidade maior de canetas, marca-textos e lápis de cor.
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