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Parque do Palácio é novo polo cultural de BH

Ideia é que os mais de 40 mil m² sejam aproveitados em um prazo de 12 meses; hoje são ocupados cerca de 8 mil m²
Parque do Palácio é novo polo cultural de BH
O Parque do Palácio abriga, hoje, a exposição de obras de Amilcar de Castro, que vai até o dia 12 | Crédito: Jomar Bragança

Quem poderia imaginar que o espaço que, até pouco tempo, era residência oficial dos governadores de Minas Gerais desde a década de 1950 teria suas portas abertas ao público e receberia importantes eventos? Pois é o que vem acontecendo com o Palácio das Mangabeiras, recentemente transformado em Parque do Palácio, após ter sido renunciado como moradia pelo governador Romeu Zema (Novo) e recebido uma série de adequações para sediar experiências artísticas, culturais e gastronômicas.

Situado ao pé da Serra do Curral, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o espaço recebe, desde abril, visitantes mineiros e turistas. Quem passa por lá pode desfrutar de uma grande área de lazer a céu aberto em jardins projetados por Roberto Burle Marx. Há também mobiliários históricos, como a sede atribuída ao arquiteto Oscar Niemeyer

O Parque do Palácio conta com ampla estrutura, que inclui salões, quartos e cinema. Os espaços estão distribuídos em uma área de 42 mil metros quadrados preparados ou em preparação para promover experiências diversas. 

Segundo um dos idealizadores do projeto, João Grillo, o objetivo é que o local se torne referência em termos de lazer, cultura e gastronomia. E, ao mesmo tempo, contemplativo. “Esta é a vocação do lugar. Um espaço tranquilo, seguro e ideal para diferentes tipos de encontros, sejam eles de lazer, trabalho ou apenas descanso”, define.

E, embora apenas cerca de 8 mil metros quadrados estejam ocupados no momento, a ideia é que os mais de 40 mil metros sejam aproveitados. Ainda este ano, conforme Grillo, metade do local estará ocupada.

“A intenção é usar tudo. A meta é que, em um ano, todos os espaços estejam sendo utilizados. São vários planos, que incluem arvorismo, escalada, um playground diferenciado para a criançada, além de projetos musicais, feiras e eventos. Vamos transformar o parque em um jardim de esculturas, realizar uma Festa de Natal, implementar um projeto especial de verão e receber muitos shows”, revela.

Espaço para reuniões, feiras e eventos

O novo centro cultural contará também com um espaço dedicado aos cônsules de Minas Gerais. A proposta é fomentar as relações internacionais na cidade, promovendo intercâmbio de conhecimentos e negócios, além de alternativa para receber eventos de outros países. Conforme o idealizador, o espaço já tem sido usado como coworking, recebendo reuniões e atendimentos. A ideia é que, aos poucos, essa agenda se intensifique e inclua feiras e eventos de gastronomia

E por falar em gastronomia, o local terá, em breve, um restaurante, que vai apresentar culinária com ingredientes regionais frescos e típicos. Hoje, já conta com um café e um bar.

A sustentabilidade também está no foco. “Vamos aproveitar a quantidade de folhas que caem diariamente e transformar em adubo para a futura horta que vai atender ao restaurante e à comunidade vizinha. Temos em mente a ideia de ofertar mudas aos visitantes e um trabalho de educação ambiental envolvendo especialistas do setor. São muitos os planos para a nova ocupação desse emblemático ícone de Belo Horizonte, beneficiando mineiros e turistas de todo o Brasil”, explica.

Desde 2019, o Palácio das Mangabeiras está cedido por convênio à Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). A determinação partiu do governador Zema, que abriu mão de residir no local e arca com as próprias despesas de moradia na capital mineira. A Multicult é a atual gestora do espaço e responde pelos gastos com manutenção, entre outros.

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Agenda Parque do Palácio

Diante da nova estrutura, o Parque sediou as edições de 2020 e 2021 da CasaCor Minas Gerais. O evento já é atração confirmada para 2022 no Parque do Palácio. Mas, desta vez, ocupará uma nova área de maneira a não interromper o funcionamento do parque durante a sua realização.

Antes da CasaCor, porém, prevista para ocorrer em agosto, o Parque sedia outros dois importantes eventos. A exposição de obras de Amilcar de Castro, um dos maiores artistas mineiros de todos os tempos e um dos mais significativos da arte brasileira do século XX, deu início às visitações ao Parque do Palácio. A mostra fica aberta ao público até o próximo dia 12. Em seguida, terá início o Festival de Gastronomia e Artes (Figa), previsto para acontecer entre os dias 16 e 18 deste mês.

“O centenário de Amilcar de Castro foi em 2020, mas não recebeu o destaque merecido em função da pandemia, período em que tudo estava muito restrito. Amilcar foi um artista completo, que produziu desenhos, pinturas, esculturas e poesias. Esta exposição dará à cidade a oportunidade de apreciar seu trabalho como escultor”, ressalta Grillo.

A exposição “Esculturas no Parque”, aprovada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, conta com o patrocínio da Gerdau e reúne 20 esculturas de grande porte – entre quatro e sete toneladas –, distribuídas em uma área de 4 mil metros quadrados nos jardins do Palácio. São obras de corte e dobra feitas em aço e esculturas de corte também em aço.

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