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PBH lança editais de R$ 3,7 milhões para o Carnaval de 2023

Ao todo, a Prefeitura vai investir cerca de R$ 3,7 milhões em ações para a reestruturação da cadeia produtiva do evento
PBH lança editais de R$ 3,7 milhões para o Carnaval de 2023
Para os blocos de rua serão distribuídos R$ 2,38 mi, a serem divididos entre até 170 blocos | Crédito: Alexandre Guzanshe/Belotur

Alegria, irreverência e muita animação caracterizam o Carnaval de Belo Horizonte. Os dias de folia prometem voltar em 2023. Da última vez, segundo dados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a festa arrastou 4,5 milhões de foliões para as ruas, tornando-se a maior edição da história da capital mineira. Foram quase 350 blocos e 390 cortejos em 2020.

E a preparação para o ano que vem começa hoje, com o lançamento de três editais de Estruturação aos Atores do Carnaval de Belo Horizonte. Ao todo, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai investir, com recursos próprios, cerca de R$ 3,7 milhões em ações para a reestruturação da cadeia produtiva do evento.

Escolas de samba, blocos caricatos e de rua poderão se inscrever entre os dias 16 e 30 de maio entregando suas propostas na sede da Belotur, na rua dos Carijós, 166. Centro. Os editais podem ser acessados no link: prefeitura.pbh.gov.br/licitacoes/belotur.

Para as escolas de samba serão destinados R$ 900 mil, divididos entre até 12 agremiações sediadas na Capital. O edital está dividido em três eixos:

  1. Passarela: lançamento ou concurso de samba-enredo, ensaios abertos ou concursos de rainha de bateria;
  2. Música: coletânea de sambas-enredo e faixa musical da escola de samba;
  3. Audiovisual: minidocumentário ou videoclipe.

Já para os blocos caricatos serão R$ 418 mil divididos entre até 11 blocos.

Eixo 1. Capacitação: oficinas, cursos, palestras e seminários e ensaios abertos;

Eixo 2. Música: marcha tema e/ou faixa musical do bloco caricato;

Eixo 3. Audiovisual: mini documentário ou videoclipe.

E para os blocos de rua serão R$ 2,38 milhões, a serem divididos entre até 170 blocos de rua, em três faixas de valores: R$ 7 mil, R$ 14 mil ou R$ 21 mil. Além de escolher apenas uma categoria, os interessados devem optar por um dos eixos:

  1. Capacitação: curso, palestra, seminário, oficina ou ensaio;
  2. Música: gravação de faixa musical;
  3. Audiovisual: minidocumentário ou videoclipe.

De acordo com o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, esses são recursos para a capacitação da cadeia produtiva e não para a realização da festa no ano que vem.

“O Carnaval é feito por trabalhadores que estão sem o seu principal evento desde 2021. Esse recurso é importante para que eles se reestruturem e voltem a movimentar a economia da cidade. Já estamos trabalhando para conquistar patrocínio privado para a realização da festa”, explica Castro.

Castro: o Carnaval é feito por trabalhadores que estão sem o seu principal evento desde 2021 | Crédito: Rodrigo Clemente/PBH

Em 2020, o orçamento foi de R$ 6 milhões em verba direta, mais R$ 8,3 milhões em planilhas de estruturas e serviços captados por meio de Edital de Patrocínio. A contratação de músicos, subvenção de blocos e escolas de samba e toda a estrutura dos palcos espalhados pelas regionais da cidade durante o evento, assim como todo o orçamento da Belotur, foi proveniente de investimento privado.

Segundo a diretora de Eventos da Belotur, Marah Costa, os editais foram construídos em diálogo com representantes do Carnaval, considerando as necessidades e demandas de cada setor.

“A prefeitura e a Belotur viabilizam a festa, mas entendemos que os grandes atores são os blocos de rua, as escolas de samba e os blocos caricatos. Para a gente foi um processo novo e extremamente importante de ser feito a várias mãos porque já tínhamos uma ideia do que seria interessante para o setor, mas essa construção conjunta valida e garante que colocamos as demandas dentro dos editais”, destaca Marah Costa.

Para a representante dos blocos de rua, Vitoria de Paula Silva, a iniciativa da Belotur é o primeiro passo para a retomada do Carnaval de rua.

“Ter esse edital é poder mobilizar de novo os atores de Carnaval para que a gente consiga fazer a festa do jeito que ela sempre foi. A responsabilidade é grande, mas o amor pelo Carnaval é muito maior. Voltamos com muita vontade de retomar não só a festa, mas toda a construção que temos feito desde 2015”, afirma Vitória de Paula Silva.

O representante dos blocos caricatos de Belo Horizonte, Juolison Mangabeira, enfatiza a importância do edital para a continuidade do projeto nos próximos anos. “É importante separar o evento Carnaval e a cultura Carnaval. Como os blocos caricatos são um evento antigo em Belo Horizonte, o edital vem trazendo ânimo para a categoria em projetos futuros”, pontua Juolison Mangabeira.

Arraial

Enquanto o Carnaval começa a ser estruturado, as festas juninas já estão em fase de organização na Belotur. A previsão é que as homenagens a Santo Antônio, São João e São Pedro aconteçam entre a segunda quinzena de julho e início de agosto.

“Teremos o maior Arraial de Belo Horizonte da história este ano. Estamos trabalhando para ter o evento de volta à Praça da Estação, de forma presencial, com apoio da iniciativa privada para minimizar os custos. Lembrando que o Arraial tem a participação de mais de 40 quadrilhas que fazem suas festas espalhadas pelas regionais e esses eventos não são menos importantes”, completa o presidente da Belotur.

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