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Perdas no varejo atingem R$ 21,4 bilhões

Perdas no varejo atingem R$ 21,4 bilhões
CREDITO: CHARLES SILVA DUARTE

O índice de perdas no varejo brasileiro cresceu. Depois de três anos consecutivos em declínio, voltou a subir e atingiu a marca de 1,38% do faturamento líquido do varejo brasileiro, totalizando R$ 21,46 bilhões em prejuízos, desperdícios. Essas constatações fazem parte da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe), em parceria com a EY.

O estudo registrou a maior quantidade de companhias varejistas participantes entre todos os estudos já desenvolvidos no País até então. Sob a coordenação do presidente da Abrappe, Carlos Eduardo Santos, o estudo realizado em parceria com a EY analisou os dados de 113 varejistas, de 12 segmentos diferentes: Atacados e Atacarejos, Calçados, Construção/Lar, Drogarias, Eletro/Móveis, Esportes, Livrarias/Papelarias, Lojas de Departamento, Magazines, Moda, Perfumarias e Supermercados. Na média, perderam 1,38% do faturamento líquido de R$ 1,55 trilhão do varejo restrito registrado em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com base no cenário retratado na pesquisa, estima-se uma perda projetada para todo o varejo de R$ 21,46 bilhões. O estudo da Abrappe no período anterior apontou uma média menor, de 1,29%, ou seja, houve um aumento de 7% de um ano para o outro.

Dos segmentos analisados, Supermercados, Perfumarias e Esportes, com médias de 2,05%, 1,92% e 1,8%, respectivamente, foram os únicos que registraram índices de perdas acima da média nacional. Em seguida, vêm Moda (1,18%), Drogarias (1,09%), Construção/Lar (1,02%), Atacado e Atacarejo (0,99%), Livrarias/Papelarias (0,91%), Magazines (0,88%), Calçados (0,70%) e Eletro/Móveis (0,46%). A estreante na pesquisa, Lojas de Departamento, apresentou índice de perda de 0,62%.

Entre as causas-raiz das perdas, quebras operacionais lideram com 36%. Em seguida, aparecem furto externo com 20% e erros de inventário com 13%. Entre os problemas que integram as quebras operacionais, vencimento de produtos aparece em primeiro lugar com 24%, deterioração/perecibilidade com 18% e produtos danificados por funcionários com 12%.

Segundo o presidente da Abrappe, prevenir perdas é sempre um grande desafio para as redes varejistas e também para as indústrias.

“O resultado da perda do varejo obtido na pesquisa deste ano interrompeu a série de redução dos últimos três anos. Em 2017, o índice foi de 1,29%; em 2016, 1,32%, e, em 2015, 1,40%. Esse crescimento pode ser parcialmente explicado a partir da análise do cenário econômico vivenciado no ano passado. Como o otimismo e o apetite de investimentos para parte dos empresários foi maior em relação a 2017, muitas empresas apostaram em níveis de estoques mais altos, porém, a venda não ocorreu de acordo com as expectativas e quando isso acontece o estoque perece, seja pela quebra operacional ou por reduções de margem por meio de reduções de preço”, explica Carlos Eduardo Santos.

Surpresa – A grata surpresa do levantamento deste ano foi a adoção de tecnologias ou a contratação de terceiros para prevenir casos de perdas. Observou-se que outras áreas como operações, comercial e marketing tiveram considerável contribuição na tomada de decisão.

“A aplicação de tecnologias disruptivas são capazes de beneficiar diferentes áreas do varejo, as quais devem trabalhar em conjunto. Cabe a Prevenção de Perdas incentivar e impulsionar a adoção dessas inovações”, explica o diretor executivo de Performance Improvement/Advisory, da EY, Fernando Gambôa.

Como organização independente, formada por representantes de mais de 500 empresas de todos os segmentos do varejo nacional, o objetivo da Abrappe é “sempre contribuir para a redução das perdas e o aumento da rentabilidade do varejo e da indústria no Brasil. Os profissionais e o departamento de Prevenção de Perdas devem ser estratégicos em qualquer empresa. Queremos, com a associação, propagar esse conceito, pois anualmente bilhões de reais do varejo vão diretamente para o ralo”, defende Santos. (Da Redação)

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