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Pesquisa revela perfil das empreendedoras das favelas mineiras

Mulheres das comunidades e periferias mineiras empreendem mais por necessidade que oportunidade
Pesquisa revela perfil das empreendedoras das favelas mineiras
Foto: Adobe Stock

A necessidade vem primeiro que a oportunidade no momento de empreender. Essa é a realidade apontada pela pesquisa realizada pelo Sebrae Minas em parceria com o Data Favela/Instituto Locomotiva, sobre mulheres das comunidades e periferias mineiras.

Segundo o levantamento, 45% das mulheres das favelas mineiras identificaram uma chance de negócio e abriram um empreendimento. Por outro lado, 52% das mulheres ouvidas entraram no ramo do empreendedorismo por necessidade, buscando alternativas de arcar com custos prioritários.

“São mulheres que na maioria das vezes decidiram empreender por não possuírem melhores alternativas de emprego e renda, abrindo um negócio com a finalidade de gerar rendimentos visando basicamente a sua subsistência e de suas famílias. Essa motivação para empreender é um reflexo da realidade econômica, tão duramente afetada pela pandemia nos últimos anos, o que torna essa situação evidente também fora das comunidades”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

Sobre o perfil das empreendedoras, os dados mostram que a maioria (75%) são negras, 45% tem entre 30 e 45 anos e 44% possuem até o ensino fundamental completo. Ainda segundo a pesquisa, sete de cada dez mulheres que são empreendedoras, são mães.

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Silva explica: “são chefes de família que se dividem entre os afazeres domésticos e maternos com a rotina de comandar e administrar o seu próprio negócio. Também veem no empreendedorismo uma alternativa para terem mais tempo com seus filhos”.

A pesquisa aponta que 82% das entrevistadas afirmaram que têm como objetivo principal ter o próprio espaço para empreender nos próximos 12 meses. Já quatro em cada dez empreendedoras de comunidade realizam as atividades do negócio de casa.

Em relação ao empreendimento, 32% das empreendedoras estão no ramo de prestação de serviços, 31% se dedicam ao comércio terceirizado e 29% atuam com a produção e venda de produtos artesanais.

As atividades com maior número de empreendedoras atuantes são: beleza e estética (29%), alimentação e bebidas (26%) e vestuário e acessórios (15%).

O presidente do Instituto Locomotiva e fundador do Data Favela, Renato Meirelles ressalta: “essa concentração maior de mulheres do que homens em determinadas áreas pode ser explicada por vários fatores, entre eles, o fato que essas mulheres já atuavam nessas atividades, ainda que não profissionalmente. É o caso, por exemplo, daquelas que faziam o próprio cabelo, a maquiagem das amigas, pequenos ajustes nas roupas da família, e em um momento de necessidade, viram nessas habilidades uma oportunidade de empreender e gerar uma fonte de renda”.

*estagiária sob supervisão da edição

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