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Pesquisa revela que empresas poderiam ser mais inclusivas

Transparência ainda é tabu entre as organizações
Pesquisa revela que empresas poderiam ser mais inclusivas
Candidatos buscam o histórico das empresas antes mesmo de aceitarem participar de uma entrevista | Crédito: Divulgação

Organizações precisam, cada vez mais, adotar práticas para lidar com as mudanças acontecendo no mercado de trabalho. Transparência salarial, trabalho remoto, diversidade e inclusão e bem-estar no ambiente de trabalho são alguns dos tópicos discutidos no mercado e que têm impactado tanto colaboradores quanto empresas.

Porém, implementar essas ações e torná-las efetivas pode não ser uma tarefa tão simples. Uma pesquisa realizada pelo Indeed, site de empregos, investigou qual a opinião dos trabalhadores sobre as principais políticas empresarias atuais.

Diversidade e inclusão

A pesquisa mostrou que, para 68% dos entrevistados, a empresa em que trabalham poderia ser mais inclusiva, mas, ainda assim, a maioria afirma que a empresa tem políticas para aumentar a diversidade e inclusão (71%). Apesar disso, diante de uma situação discriminatória ou de assédio, apenas 20% dos colaboradores entrevistados disseram que chegaram a fazer uma denúncia ao RH e souberam que providências foram tomadas.

Ainda, dos entrevistados, 14% disseram que fizeram a denúncia, mas não tiveram retorno do RH e 16% sequer denunciaram por medo de perder o emprego. Isso reforça o quanto as empresas precisam criar canais de comunicação onde seus colaboradores se sintam seguros para falar e também desenvolver políticas que deem apoio frente a uma situação discriminatória ou de assédio.

“Muitas empresas já caminham em direção a ambientes focados em promover a diversidade e inclusão. Com o mercado se modificando ano a ano, as empresas devem ficar atentas diante de situações discriminatórias, de assédio ou desigualdade. É preciso prestar apoio aos colaboradores, mas também reforçar, incentivar e promover políticas internas voltadas à inclusão”, comenta o diretor de vendas do Indeed no Brasil, Felipe Calbucci.

Transparência salarial

Apesar das empresas ainda terem receio de compartilharem informações de salário, essa é uma prática que pode aumentar a equidade salarial e facilitar o processo de seleção dos recrutadores ao atrair talentos. “Nossa pesquisa indicou que os candidatos estão cada vez mais seletivos e buscam o histórico das empresas antes mesmo de aceitarem participar de uma entrevista. Cerca de 76% dos entrevistados buscam informações sobre salários antes de aceitarem se candidatar a uma vaga”, aponta Calbucci. “Apesar da transparência ser um tabu maior entre as empresas, nossa pesquisa apontou que 61% dos entrevistados se sentem à vontade para discutir sobre pagamento com seus colegas”, explica.

De acordo com o Global Gender Gap Report 2021 do Fórum Econômico Mundial, apesar de existirem inúmeras iniciativas e esforços para diminuir o abismo entre salários, a lacuna global de gênero aumentou em uma geração de 99,5 anos para 135,6 anos. Os dados da pesquisa do Indeed indicam que as mulheres se sentem menos confiantes em pedir um aumento salarial em seu emprego atual do que os homens, sendo 28% contra 21%. Outro ponto relevante é que 34% dos entrevistados não sentem que seu salário está de acordo com sua carga de trabalho, destes, 55% são mulheres.

Felipe Calbucci reitera que não apresentar essa informação para o candidato, desde o início, só torna o processo fatigante para ambos os lados. As chances de o candidato desistir ao final do processo seletivo pelo valor não ser compatível com sua expectativa são grandes. Nesse sentido, a transparência salarial ajuda a promover candidaturas mais assertivas às novas vagas e aumentar a competitividade entre empresas, com salários mais atrativos.

“No Indeed, por exemplo, o candidato pode comparar o salário que recebe com a média salarial para determinado cargo em determinado local, a comparação é feita com base em milhões de salários no banco de dados do Indeed e ajuda o candidato a se atualizar sobre o mercado de trabalho e ajuda a ter argumentos para negociar uma oferta de trabalho”, disse Calbucci.

Pertencimento

O trabalho remoto é uma realidade para muitos. De acordo com a pesquisa do Indeed, 65% dos entrevistados se consideram mais produtivos enquanto trabalham de casa. Apesar disso, 43% disseram que quando estão trabalhando de casa sentem que não ficam a par de comunicados importantes da empresa, e ainda 61% acreditam que teriam mais chances de receber uma promoção se estão indo ao escritório. Esse sentimento levanta um alerta às empresas sobre a importância de adotar práticas voltadas ao sentimento de pertencimento.

“Os laços sociais que acompanham o sentimento de pertencimento são um fator de proteção que ajuda a gerenciar o estresse. Quando sentimos que temos apoio e não estamos sozinhos, somos mais resilientes, muitas vezes lidando de forma mais eficaz com momentos difíceis em nossas vidas”, diz Calbucci. “Todos os funcionários querem sentir que pertencem ao local de trabalho. Criar um sentimento de pertencimento resulta em maior esforço no trabalho e alto desempenho dos funcionários. Construir um sentimento de pertencimento traz todos a bordo e demonstra cuidado por meio de benefícios e iniciativas”.

A pesquisa foi realizada pelo Indeed com 858 trabalhadores brasileiros para investigar o sentimento dos candidatos a emprego sobre transparência salarial, satisfação no trabalho, bem-estar, modelo de trabalho híbrido/remoto, diversidade e inclusão.

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