Plano de mobilidade de Congonhas quer melhorar fluxo de trânsito

Em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), a prefeitura de Congonhas, cidade da região Central de Minas Gerais, está criando um Plano de Mobilidade (PlanMob) para o município, que deve ficar pronto em 2025. O projeto pertence ao Programa de Planejamento Integrado, que engloba a revisão e elaboração dos planos Diretor, de Mobilidade e de Desenvolvimento Sustentável.

Com participação popular, o objetivo do Plano de Mobilidade é melhorar a acessibilidade aos equipamentos públicos e ao espaço urbano, e promover a segurança nos deslocamentos dentro da cidade. O programa também busca a eficiência na utilização dos diferentes meios de transporte públicos, coletivos e privados.

Conforme o coordenador da equipe de mobilidade da iniciativa Horizontes Congonhas, Paulo Monteiro, a cidade sofre com uma topografia desfavorável, um sistema viário muito antigo e uma movimentação grande de veículos de frotas para transportar colaboradores das grandes empresas da região. “Ainda tem a BR-040, que é um gargalo com fluxo viário nacional e um volume muito grande de transporte de minério”, observa.

Além do turismo e da circulação local, Congonhas também é afetada pelo transporte de cargas de minério de ferro que acontece também em vias ferroviárias que dificultam a circulação na cidade. 

O diretor de mobilidade urbana e trânsito do município, Ronaldo Jesulino, destaca que nos últimos 10 anos, o número de carros que circulam em Congonhas aumentou, em média, 4% ao ano. “Atualmente, há cerca de 34 mil veículos emplacados na cidade, mais um volume estimado de 10 mil que circulam pelo município”, diz.

Jesulino ressalta que a perspectiva é de que daqui a 10 anos, o número aumente em 44%, passando para 49 mil automóveis, daí a necessidade do plano. O PlanMob visa o planejamento de todo o sistema viário e de transportes da cidade visando os próximos 10 anos e é um dos produtos da iniciativa Horizontes Congonhas, que também contemplará a revisão do Plano Diretor que data de 2006.

Dentre os projetos que serão apresentados para avaliação, o diretor de mobilidade cita as vias para interligar bairros, como fundamentais para diminuir o fluxo de trânsito do centro. “Hoje, se você quer ir a um bairro vizinho, precisa ir ao centro. As vias de interligação darão alternativa tanto para os veículos quanto para os pedestres”, conta.

Outra ação prevista, segundo o diretor, é a padronização de calçadas para gerar mais acessibilidade. O redesenho das linhas de ônibus com o possível aumento das linhas de transporte público são também medidas que estão sendo estudadas.

Outro projeto que o diretor cita é a implantação de novos meios de transporte como o veículo funicular, que assemelha aos bondinhos sobre trilhos para acessar a Basílica, e trenzinhos sob rodas com contação de histórias para turistas no centro histórico. “São projetos que ainda precisarão de avaliação e aprovação”, diz.

Todo o trabalho para elaboração do PlanMob está sendo feito em três etapas: diagnóstico físico e participativo com escuta à população, pesquisas quantitativas e validação das propostas. A previsão inicial é que os cadernos de proposições fiquem prontos em 2025 e a minuta da lei do Plano de Mobilidade seja realizada em um evento com a participação da população para validar as propostas.

Com o resultado das eleições, em que o atual prefeito não foi reeleito, o andamento do cronograma segue normalmente até o fim do mandato. Caberá à nova gestão dar andamento ao projeto.